sábado, 10 de novembro de 2018

5- Suingue Árabe



            Não é porque Subúrbia é um bairro pequeno que muita coisa aleatória deixe de acontecer lá. E também não é porque cenas homoeróticas são para serem admiradas que não devam ser sexualmente fetichizadas. Não mesmo. Tem gostinho pra tudo. Aleatoriedades ajudam a mover qualquer tipo de universo, isso está muito além de qualquer ambiente em especial. Subúrbia não tem nada de diferente para se chamar de incomum, à exceção do fato de sua esmagadora maioria de habitantes pertencer ao sexo masculino e das consequências disso. Ainda assim, todos os tipos de culturas rolam dentro do bairrinho, sendo pequeno ou grande. Tudo é possível, principalmente no sentido dos encontros aleatórios.
            Quando Ruan estava tomando banho e, do nada, o encanamento de dentro da parede começou a estourar, ele teve a certeza de que qualquer explicação dada ao pai não serviria para se livrar de uma culpa que não era sua. A princípio, ele tinha o mal hábito de sempre apertar muito o fecho do chuveiro após terminar o banho, mas é certo que essa força não fora suficiente para estourar um encanamento de dentro da parede. Dito e feito, o coroa reclamou que nem não sei o que quando viu, disse que teriam de esperar até que tivesse tempo para comprar as peças necessárias e consertar o encanamento, e, além de tudo, os dois passaram e ter que tomar banho do lado externo da casa, no pequeno quintal frontal, onde existia uma espécie de chuveirão, que até então só era usado nos dias de extremo calor.
- "Você passa o dia jogando essa bosta e não quer estudar, ainda me quebra o chuveiro! Só faz merda! Se tivesse servindo não estaria assim!" - Ruan conseguiu visualizar o coroa reclamando em sua mente, como sempre.
Aos 17 anos de idade, o moleque estava estudando para passar no vestibular de pesca, então conseguiu aval do pai para passar o ano se dedicando aos estudos em casa. Só que, na prática, a coisa não tava bem feita, já que Ruan ficava a maior parte do dia no jogo do computador, instigando a raiva do dono do casa. Praticante de academia para arrebitar o lombo, e, muito acima de tudo, um viado de primeira linha quando o assunto era homem, o moleque quase não pegava nos livros. Fora que era viado na teoria. Na prática, o tímido Ruan era doido para experimentar seu primeiro macho, já que a viadagem era sempre mantida em segredo do pai e de todos. Com mais um porém: os dois moravam sozinhos em Subúrbia, antiga Quadra 24. E pau que bate aqui não bate lá.
- "Eu sabia que não ia demorar pra isso acontecer, puta que pariu!" - foi o que conseguiu pensar quando o encanamento estourou.
Era o sábado ensolarado do rapaz. Disse ao pai que estudaria até tarde, mas só ficou jogando, então acordou depois do meio dia. Assim que levantou, Ruan foi até o banheiro e se deu conta do óbvio: não tinha porquê estar ali, afinal de contas, o chuveiro havia sido transferido para o lado de fora e o vazamento contido, nada de uso.
- "Pelo menos não tenho compromisso algum hoje!" - algo de bom tinha de existir. - "Vou poder jogar até tarde!"
O sol estava radiante no céu e estalando no asfalto já acalorado do bairrinho. A brasa era perceptível no olhar vibrante da rua solitária onde morava Ruan e o pai, que naquele momento estava no trabalho. A casa era pequena e de fundos, passando por um corredorzinho estreito de canto, com um muro alto, ao menos para preservar a privacidade do quintalzinho. O espaço, no entanto, era bem modesto: área para o chuveiro e o varal de roupas penduradas, cozinha, dois quartos e um banheiro, sem sala. A copinha com a máquina de lavar ficava dentro da casa, tudo mais do que suficiente para Ruan e seu pai, já que ambos não faziam questão de muito espaço.
            Estava próximo da hora de ir para a academia, algo que o estudante adorava fazer. Três meses de muito empenho para aprimorar a bunda e deixá-la empinadinha, sem a menor questão de perder a pouca barriga que tinha, sendo uma leve mistura de sereio com pitada de ursinho. Na língua do viado, era não menos piranha do que os outros, felizmente. Ele pegou a toalha, caminhou até à areazinha, ligou o chuveirão e removeu toda a roupa. Nu, o corpo deliciosamente esbelto deixou evidente as coxas torneadas, que só ressaltaram o tamanho da raba desenhada, praticada e treinada diariamente, cinco vezes na semana. Ruan tinha um objetivo. Até que..
- OI! OI!
O grito veio ecoando pelo corredorzinho da parte da frente da casa. O moleque ainda não havia se molhado, então tentou ignorar e se preparou para começar o banho. Só que..
- BOA TÁRDE! - a ênfase no "a" deixou o rapaz curioso.
Aquilo não era muito comum, tanto alguém chamar de maneira insistente, quanto puxar o sotaque para um lado fora do usual. Curioso, ele fechou o chuveirão, enrolou a toalha no corpão arrebitado e abriu o pequeno portão que dava para o corredor. Colocou o rosto para o lado de fora e o que viu foi totalmente aleatório.
- Boa tárde, amigo!
Era um homem baixo, à primeira vista, porque estava com o rosto escondido pelo ferro do portão. Poderia pular se quisesse, porque o muro também era baixo, e essa constatação já fez Ruan ficar acuado. Na cabeça, uma espécie de pequeno turbante preso por um elástico cobrindo a testa, com a parte de trás do pano descendo pelas costas até certa altura. O cavanhaque no rosto bruto e moreno foi o que o deixou ainda mais atento para o que estava por vir, já que aquele em seu portão era claramente um daqueles árabes que só apareciam em noticiários estrangeiros ou livros de história. Um calor fudido, mas ali estava um homem vestido dos pés à cabeça, o semblante de preocupado e carregando alguma coisa no ombro.
- Ajuda Samir, amigo! Samir amigo! - o macho acenou do portão. - Samir amigo!
O pensamento de que ele certamente pularia o muro fez o peito de Ruan acelerar, a primeira ideia na cabeça foi estado islâmico. Ignorância por generalização, mais do mesmo. Só que a curiosidade não diminuiu, apesar de tudo. Ele estava debruçado no portão do corredor de casa, com a toalha enrolada no corpo nu e observando um maluco aleatório e com aparência de preocupado, talvez em seus 40 anos, baixo e focado em sua atenção, querendo falar, ao ponto dos pequenos olhos na face bruta e suada nem piscarem, tudo isso parado no portão de casa. Que loucura de dia quente no surbúrbio!
- Pois não?
Finalmente veio a coragem para respirar e ir além. Existia algo ali, Ruan bem desconfiou.
- Eu Samir, amigo! Eu pode falar com você?
O rapaz pensou por alguns segundos, sentiu o calor do chão queimando os pés e ficou na ponta deles. O fogaréu tomando seu físico foi como um vulcão preparando erupção para daqui algumas décadas. Ou segundos? A curiosidade matou o gato e o viado, os passos foram dados devagar e logo a metade do corredor já havia sido alcançada, com Ruan enrolado na toalha mesmo.
- Pronto.
O homem esperou.
- Eu Samir, amigo! Eu vender comida, de família árabe. Conhece, amigo?
O sotaque e o jeito de falar só entregaram que o cara tava sendo realmente muito sincero. Talvez estivesse no Brasil há pouquíssimo tempo, porém já tinha certo domínio de como se virar no português flexível. Um árabe, no sentido próprio da palavra.
- Conheço sim, mas infelizmente eu não posso comer essas coisas, moço. - o garoto foi mais do que sincero, até fez a cara de insatisfeito por ter que dizer não ao macho repentino que fora trazido pelo destino. - É que eu faço dieta, sabe..
Aleatoriedades que a vida prega. Ruan virou de costas e se preparou para sair, só que..
- Espera, amigo! Ajuda Samir, amigo! Samir ajuda amigo!
O rapaz parou de andar, esperou um pouco e voltou a olhar para o portão. Lembrou-se do fato de que ele poderia pular se quisesse e, por qualquer razão, isso o fez retornar aonde estava anteriormente, querendo mesmo dar mais atenção ao homem. E se aquele ali fosse o primeiro de todos? Atraente já era.
- Samir homem de família, amigo! - fez questão de mostrar a aliança de prata no terceiro dedo da mão esquerda, o que deixou Ruan ainda mais empinado, queimando mais que o calor do chão estalando na ponta dos pés. - Samir trabalhar desde 5 horas e ainda não tomar banho, amigo!
O homem não parou um só instante de argumentar, fazendo o máximo para parecer sincero e humilde, tanto no idioma quanto no pedido.
- Samir saber que Rio está difícil, Brasil, mundo, amigo! Mas Samir só querer um banho gelado, amigo! Samir não é bandido, não é ladrão, Samir faz o que amigo pedir!
- "O que eu.. pedir?" - pensou.
Cena homoerótica foi isso que se passou pela sua cabeça agora, ao ler "Samir faz o que amigo pedir". Passou. É disso que se trata, do gostinho dessa malícia. Vamos além na maldade de um rapaz virgem, de corpo malhado e pronto para estrear e ser estreado. Estudante, novinho, preparado, o que mais falta? Falta..
- Samir, eu sou Ruan! Você consegue me entender?
Pode-se pensar que aquele idioma era o português, mas não era. Aquela linguagem era a mundial, a universal: a da putaria. Começando a aflorar para cima do árabe, até que ele entendesse o que estava prestes a acontecer.
- Claro, Ruan! Ruan é amigo, Samir é amigo de Ruan!
O puto do viado ainda riu de canto de boca, foi até o portão e esperou curtos segundos.
- Ruan é muito amigo de Samir! - disse entre as presas de sereio afiado. - Samir quer entrar pra tomar um banho?
- Samir suado desde 5h de manhã, Ruan! Samir só pensar em banho!
Sem medo, o mais novo abriu a fechadura pelo lado de dentro e, tomando o fôlego necessário para dizer olá ao mundo adulto, abriu o portão para que um macho mundano entrasse em seu universo e ocupasse espaço dentro do que era seu. Curiosidade à flor da pele, coisa de adolescência. Não somente isso, ele se empolgou com a sensação de deixar o espaço de outro homem, que era o dono da casa, seu pai, ser pisado e tomado por outro deles.
- Samir muito agradecido, Ruan! Samir amigo, faz qualquer coisa que Ruan pedir! - o estrangeiro insistiu em agradar, muito ciente do quão arriscada era a situação para o rapaz.
O árabe deu o primeiro passo para dentro e ficou quase na altura do jovem, que só então caiu em si de que estava realmente permitindo um completo estranho entrar na casa de seu pai. Mesmo baixo, ele era um pouco mais alto que Renan, com um semblante permanente atento demais, talvez pelos olhos penetrantes e o par de sobrancelhas grossas. Ou então poderia ser pela lateral do rosto bruto e escuro, com pelos negros e misturados a alguns já agrisalhados, descendo pelas grossas costeletas do turbante e se juntando à barba do cavanhaque. Estava de meias curtas e brancas, estilo soquete, usando sandálias de couro, em tiras, bem "forasteiro" mesmo. O tamanho 44 deixou Ruan atento e sedento, mas aparentemente Samir só se preocupou em tomar banho, então o seguiu pelo corredor, totalmente nem aí para o fato do moleque estar só de toalha enrolada na cintura. Muçulmano, ele era basicamente o típico cafuçu estrangeiro e pai de família, gostoso por si só, baixinho com cara de marrento e invocado, daqueles que a gente que é viado olha e fica pensando "imagina a marra quando vai comer um rabo!?".
            Quando finalmente chegaram no quintalzinho da casa onde Ruan morava, no fim do corredor, o estudante virou para o árabe e começou a dar uma breve explicação sobre a atual situação de reforma, ciente de que existia um truque por trás daqueles desejos internos gritando na mente. Será que era possível? Será que era agora? Quem sabe? O chão quente do bairrinho era o mesmo aquecendo a ambos.
- Samir, o meu chuveiro lá de dentro tá quebrado. A gente tem que tomar banho aqui fora, espero que isso não seja um problema pra você.
O homem fez semblante de preocupado e até levou as mãos ao turbante na cabeça para responder.
- Samir só agradecer, Ruan! Samir banho de qualquer jeito!
- Ah, então tudo bem!
Tudo muito planejado por um sereio esperto e aquecido pelo sol de Subúrbia, agraciado por uma deliciosa aleatoriedade. Ruan foi até o chuveirão, girou o trinco preso à parede e a água começou a cair. Sorriu para o ambulante e indicou o caminho para o objetivo procurado. Imediatamente, ao ver aquela cena, o árabe não se segurou e pôs-se a remover as próprias vestes típicas do oriente médio. Tirou primeiro as sandálias com as meias e fincou os pezões 44 no chão do quintal de Ruan, bem espalmados e à vontade, para conseguir estabelecer sustento ao físico atrevido e espalhar a própria existência, suas chamas pessoais pelo ambiente cujo outro macho era responsável.
- "Que pés deliciosos!" - o estudante pensou consigo.
Depois, Samir tirou o turbante e revelou as entradas na testa de um cara de aproximadamente 40 anos, mas mais inteiro do que o esperado, principalmente conforme fora removendo o resto da roupa sem hesitação pela presença de outra pessoa. Jogou as peças ao lado da bolsa de produtos, que deixou na mesa próxima, e aí só faltou tirar a bata que escondia a maior parte do corpo, do pescoço aos tornozelos. Quando Samir passou a mão de um lado para o outro da cintura e tirou o tecido fora, Ruan só faltou surtar por conta do choque que teve com a realidade, por uma série de motivos: primeiro que o árabe tinha a musculatura inesperadamente trabalhada por baixo da roupa, revelando que a rotina de vendedor ambulante o recompensara fisicamente com uma silhueta mais do que conservada para a idade aparentada pelo rosto bruto e experiente, apesar da barriga de chope; segundo porque, talvez por razões culturais ou pelo simples fato de ser um homem liberal em maneiras sexuais ou comportamentais, Samir não se bastou e, sem hesitar, passou a mão na cueca branca e a removeu junto ao resto da roupa, ficando completamente nu, com o pauzão mole de fora e balançando livremente à visão sedenta de Ruan; terceiro que, como se não bastasse, a ferramenta era totalmente acima da média, sei lá, mundial! Quem olhava sabia que não era brasileira.
- "Aaaah, não!" - ele se arrependeu mentalmente de ter permitido a entrada de tal macho estrangeiro e abusado em sua residência, afinal de contas, querendo ou não, estava compartilhando de uma intimidade forçada por ele, não que fosse ruim.
A caceta flácida já era preta, mais escura que o próprio Samir, grossa e com veias fartas para sustentá-la de oxigênio suficiente. Comprida e espessa, com dois bagos enormes abaixo, puxando todo o quilo para um mesmo ponto com bastante peso, cheio de leite, o comprimento era daqueles que deixam a gente pensando: "como será que fica quando engrossa? Será que é capaz de crescer ainda mais? E dura, como é?". Porque o cara era baixo e com cara de ruim, que fode no seco, então não se espera um bem dotado, cuja ponta da glande vá ficar de fora enquanto o membro tá meia bomba, esperando pela ação. "Será que é baseado nisso que os árabes tem várias mulheres!?", pensou o jovem. O mais velho passou por ele e foi direto para baixo d'água, deixando no ar o cheiro de trabalhador com suor impregnado no corpo.
- Aaah, delíciaaaa!
O jeito de dizer aquilo e ao mesmo tempo se esfregar debaixo do chuveiro deixou Ruan estático, limitado a observar. A água escorrendo pelo corpo firme, porém não necessariamente magro, de um árabe delicioso, completamente nu e ao alcance das mãos virgens do novinho.
- "Esse maluco só pode tá brincando comigo!" - a mente metralhou.
Já pensou, tocá-lo e poder senti-lo tão vivo sob o próprio tato? Testemunhar com os dedos e os sentidos o sangue quente percorrendo dentro da carne, do corpo, da vida de um árabe trabalhador, com cara de safado e sem medo de ficar peladão? Um bem dotado de primeira linha, cujos pés, plantados nos azulejos do chão da área, recebiam do restante do corpo a mistura de suor do dia de trabalho e do cansaço de um puto feito, andarilho do subúrbio e conhecedor dos diversos segredos escondidos sob o asfalto quente da Zona Norte.
- "Esse cara.."
Um braço levantado e a outra mão esfregando o sabonete pelas axilas fartas de pelos, todas torneadas, em sincronia física com a entrada do peitoral, o volume do trapézio e a divisão para o bíceps, tudo isso sendo tranquilamente lavado. A descida do tórax tão definida quanto o resto do corpo, apesar da barriguinha, com o fato chamativo de que os pelos eram pretos e misturados com o grisalho, entregando muito da experiência que Samir deveria ter em si.
- ".. ele é.."
Ruan só conseguiu pensar na quantidade de mulheres com quem muito provavelmente o macho das Arábias já havia se deitado, e sentiu inveja de cada uma delas, ciente de que o mesmo jamais aconteceria consigo. Pensou em diversas pernas e coxas femininas sendo apertadas pelos dedos grossos que viu limpar o corpo debaixo d'água, assim como nos lençóis suados que essas mulheres devem ter deixado, após longas horas de exigência física, várias posições, para proporcionar prazer e satisfação a ambos.
- ".. perigoso!" - a conclusão não pudera estar mais do que correta.
A mão morena e grossa desceu e veio lambendo os pelos do peitoral aberto, num movimento descendente que passou pelos pentelhos escuros do púbis e chegou na caceta mais escura do que a pele de Samir, a cor parecida com a dos mamilos e dos lábios dele. Em seguida, essa mesma mão fechou e puxou o prepúcio, voltando junto com ele para trás e expondo a cabeça preta e quase roxa do caralho gostoso de se ver sendo mexido. A parte da pele que quase não se vê pôde finalmente respirar, dando ar ao couro delicioso de querer passar a língua, chupar e sentir o gostinho escondido da parte oculta da intimidade de um homem.
- "Muito perigoso!!"
O gesto foi repetido umas três ou quatro vezes, até que o árabe arregaçou a glande escura completamente, exibindo as grossas bordas levemente arroxeadas, e ficou esfregando a superfície rígida da cabeça com o dedão um pouco ensaboado, na intenção de limpar a ferramenta e deixá-la lustrada do jeito mais higiênico possível, bem cheirosa para o caso de alguém vir a experimentá-la mais tarde. Isso, porém, pareceu no mínimo muito excitante, porque ele fazia os movimentos e o semblante de prazer no rosto só fez evidenciar o alto nível de teso que poderia estar sentindo. Apesar da água gelada, Ruan percebeu as bolas pretas pesadas e querendo descer do saco, forçando o mesmo a não ficar enrugado, mesmo diante da baixa temperatura, tal qual só um verdadeiro putão boludaço conseguiria fazer inconscientemente.
- Só um banho! - o ambulante disse, se esfregando sempre com os olhos fechados.
Removeu todo o sabão do físico avantajado e parcialmente peludo, abaixou um pouco e começou a limpar as próprias canelas, esfregando com gosto as panturrilhas definidas. Apesar da aparência de mais velho, Ruan percebeu algumas tatuagens pelos braços e no peitoral de Samir, dando a entender que talvez ele não fosse tão diferente assim. O mais chamativo, porém, continuou a ser o fato dele estar completamente nu no banho, sem roupas íntimas, a vara balançando e prestes a entrar no estado de pico, tamanhos estímulos oferecidos pelo dedão massageando deliciosamente a ponta da cabeça bojuda. O estudante ficou imaginando o puto do ambulante sentado, todo pacotudo e desapercebido do que estava acontecendo, inadvertido de que era bem dotado e que, por isso, deveria ter mais cuidado na hora de escolher as próprias roupas e aparecer em público.
            Ruan, sem querer, começou a enumerar uma série de situações nas quais o inocente e estrangeiro Samir acabaria se saindo muito mal, ou então muito bem, dependendo do ponto de vista. Tudo por ter um pau muito acima da média geral, fosse no Brasil ou na Arábia. Uma peça de dar inveja ao mais pirocudo dos homens, e muito da atraente, simpática, que fica com parte da cabeça grossa de fora, mesmo flácida. E aí instiga o viado, porque se ele quer ver o restante do corpo do cacete, então tem que fazê-lo crescer, deixá-lo ouriçado para o que pode vir adiante. A genitália avançada e completa de um macho estrangeiro, que normalmente só poderia ser vista por quem fosse íntimo dele, tal qual as possíveis mulheres. E de tão dotado, várias delas, não apenas umas. Num relance de hesitação, Ruan se perdeu observando o corpo experiente de Samir e imaginando em quantas camas já havia estado e em quantas mulheres apertadas havia também entrado. O muçulmano, então, desapercebido, foi ensaboando o corpo e virou-se na direção do rapaz. Viu a cara de quem estava desacreditado com tamanha nudez e aí se ligou de que aqueles hábitos poderiam chocar.
- Desculpa, desculpa Samir, Ruan! Desculpa Samir! - até ameaçou sair do boxe improvisado, pisando para fora, bem na direção do moleque. - Samir esquece que Brasil..
Mas o estudante foi rápido, justificando e dizendo que não havia o menor problema na situação.
- Tá tudo bem, Samir! Eu não ligo, pode tomar banho à vontade!
- Ruan tem certeza? Samir não quer que.. - a cada movimento do estrangeiro, o mais novo só conseguiu observar o sacão balançando, ovo amontoado por cima de ovo, de tão grandes, fartos e empilhados de leitaria.
- Ruan tem certeza sim, fica tranquilo, fica tranquilo.. - até gesticulou com as mãos para deixá-lo bem relaxado, na intenção de impedir que qualquer ordem naquela situação pudesse ser interrompida.
Estava ótimo ter um macho de fora ali dentro, esse contraste fez o rabo do novinho piscar de excitação, ciente de que a grande oportunidade de ser deflorado estava ali. Ser alargado em prol do prazer próprio e também o de outro macho, que, caso se deitasse com homem, seria exatamente nessa intenção. Prazer, satisfação. Alargamento e pressão, numa deliciosa mistura entre raças e homens lotados de intenção.
- Olha, Samir, eu vou te fazer um favorzão! - a mente astuta de um sereio se mantém alerta aos detalhes.
Os olhos curiosos pararam por cima das roupas, as mãos foram nas peças e as suspenderam no ar. O cheiro de suor impregnado no tecido veio diretamente no rosto de Ruan, enchendo as narinas e os pulmões do odor genuíno de macho trabalhador de rua, andarilho do subúrbio carioca. Sol, ócio, tempo livre e tardes procurando o que fazer, as piores combinações na mente quente de um novinho querendo ser piranho.
- Não é justo você tomar banho, ficar cheiroso e vestir roupas suadas. - o argumento foi todo ouvido pelo árabe, que não parou de tomar banho e até ficou com o corpo virado na direção do outro. - Então vou colocar essas peças aqui na máquina de lavar, só enquanto você toma banho.
Samir gesticulou e puxou o sotaque quase que no tranco para tentar impedi-lo.
- Não se incomoda com Samir, Ruan! Samir acostumado!
- Não, que isso, Samir! Eu faço questão! - e foi saindo com tudo no colo, se dirigindo para dentro de casa, onde a máquina de lavar ocupava a copa. - Não vai demorar nada, é bem rápido!
- Mas Samir já acabando, Ruan! Samir vai ficar sem roupa? - pela primeira vez o novinho viu inocência no comportamento do muçulmano.
- Vai secar rápido, aqui tem secadora. - mas para tudo havia uma resposta, aquelas eram presas de sereio.
O mais velho, vendo que não teria muito poder de argumentação diante da ação imediata do mais novo, limitou-se a continuar no boxe improvisado do quintalzinho, tomando banho, enquanto Ruan entrou com todas as roupas no colo e correu para dar início ao verdadeiro ritual do que considerou "sentir um macho". De cara, ele passou o rosto pelo tecido leve da bata, a maior parte da vestimenta, sentindo entre os dedos das mãos a textura daquilo que cobria o corpo de um homem estrangeiro em grande parte do dia. Na ponta da língua abusada, que quis ir além e sentir o gosto, veio o sabor irresistível de suor de macho experiente, que sua bastante e trabalha com serviço pesado, deixando o físico aflorar e expirar quantidades enormes de hormônios e feromônios pela roupa.
- "Que gostinho salgado delicioso!"
A parte das axilas foi a que mais possuía aquele odor em demasiado, delicioso e que fez Ruan enrolar a língua na peça ao máximo que pôde, quase que desesperado de tesão. O rabo dando trancos e os ouvidos atentos ao banho de Samir do lado de fora, para o caso dele terminar e acabar aparecendo. Nas papilas gustativas, misturada à própria saliva dentro da boca, toda a suculência do ser árabe, do ser trabalhador suburbano e do desejo de um novinho virgem e doido pra ser currado pela primeira vez, deflorado na cabeça de um membro bem disposto a empurrá-lo, mexê-lo por dentro, alterá-lo do começo.
- "SSsss!"
Em seguida, Ruan foi direto às meias, que, por incrível que pareça, mesmo passando o dia presas nas sandálias de Samir, não estavam tão sujas, apenas marcadas nas solas por conta do contato com a superfície de borracha. Grandes, por sinal, evidenciando a controvérsia entre um macho pequeno de tamanho, mas enorme nos pés e no pau. As duas vieram ao mesmo tempo no nariz, trazendo para dentro do novinho o cheiro legítimo das andanças de um homem do mundo, que simplesmente anda e, justamente por isso, está suscetível a tudo, às mais diversas situações, incluindo muita putaria. É daí que vem a malícia, a malandragem, tudo isso somado às outras características de Samir: coroa, inteiração, árabe, cafuçu, pirocudo e com hábitos culturais interessantes de se presenciar, tal qual a nudez, ou a naturalidade com a qual se despiu, tacou o rolão de chibata para rolo e caiu debaixo do banho sem medo de se expor, de mostrar o sacão e o tamanho de dois ovos que um adulto experiente pode ter.
- "Que tesão do caralho!" - as mãos do novinho chegaram a tremer tanto quanto o lado esquerdo do peito, de tão nervoso pela oportunidade de experimentar as sensações ocultas que um desconhecido pode proporcionar.
Não parou por aí. Ruan sacou a cueca do meio das roupas sujas e, antes de cheirar, levantou a peça no ar e observou orgulhoso. Nas mãos, era a parte mais íntima que estava em contato físico direto com a genitália de outro cara. Era aquele tecido que escondia, protegia e mantinha a ferramenta sexual de Samir fora das vistas do público, ou seja, ainda era a responsável por ajudar a formar volumes e pacotes chamativos. Dotado, afinal de contas, e usando cueca.
- "Que corajoso!"
O estudante percebeu as marcas brancas no tecido e se perguntou se poderiam ser registros históricos de passagens masculinas, tipo leite que não conseguiu ser contido no meio da noite e teve que ser jogado fora, literalmente na cueca. Quase pinturas rupestres, que nem as deixadas nas cavernas pelos primeiros homens. Esse pensamento fez Ruan cogitar, inclusive, se Samir se masturbava bastante, mesmo sendo coroa. Ele elaborou duas rápidas hipóteses: na primeira, o árabe era novo no Brasil e por isso vivia tocando punheta, por ainda não ter tido contato sexual com nenhuma brasileira, o que ainda por cima sugeriria certa carência afetiva da parte dele; na segunda hipótese, Samir já era putão de primeira linha, adepto da putaria como linguagem universal, e justamente por isso não hesitou em leitar várias vezes naquela cueca, em diversos momentos diferentes, só pelo tesão e pela luxúria de marcar a própria roupa com leite grosso e quente, que nem a lavagem da máquina remove. Imagina quando pega na boca, na garganta?
- "Hmm, ssss!" - Ruan passou a cueca no rosto, aspirou fundo e sentiu o cheiro pesado de suor, piroca preta e porra batida, se esfregando insistentemente onde imaginou que ficaria repousado o enorme saco escuro do quarentão.
Não qualquer porra batida, e sim aquela argamassa espessa de tanto espermatozóide concentrado que vem, melacenta, pegajosa e que é difícil de tirar, mesmo no cloro. Aliás, quando o cara exagera na punheta e goza na cueca ou no short, já sabe que vai ter que usar o dobro de sabão em pó pra tentar remover a mancha branca desse leite batido, carregado do cheiro forte de água sanitária.
- "Delícia da porra!"
Se passar duas semanas sem leitar, o saco incha, crescem os ovos e deixa o volume do macho todo bojudo, como se o maluco fosse sacudo, de tão potente que é. O cara começa a se sentir cheio, tomado por dentro, porque a porra vai fazendo volume e peso, tendo que ser eliminada, nem que seja escorrida pelo ralo do boxe ou na descarga do vaso sanitário. Muito leite quente, grosso, em grande quantidade, meramente desperdiçado no esgoto suburbano, porém impregnado na roupa e passando na pele de Ruan, um novinho virgem e cheio de talento pra satisfazer macho, ainda que não utilizado. O sabor, o odor e o gosto do cheiro de tudo isso só trouxe arrepios ao pé da nuca do estudante, quase como se Samir pudesse estar em seu cangote, respirando e observando tudo aquilo.
            A união de todas as sensações inflamadas fez Ruan observar pelo basculante da copa. Ele viu o árabe ainda debaixo do chuveiro, o corpo ligeiramente envergado para frente, de costas para si, e focado em alguma ação, bem entretido. Com a cueca dele ainda na mão, o moleque abusado ousou lamber e sentir o gosto vívido do saco cansado do muçulmano preso ao tecido, fazendo questão de tentar absorvê-lo para si, tendo o orgulho de deixar a boca lotada do cheiro de bola e de ovo maduro de outro homem, mais velho, por sinal. Eram três ovos, porém um chocou e virou um pinto dos bons, todo grandalhão. Ruan colocou todas as roupas para bater e foi saindo devagar para o quintalzinho, com o cuidado de não assustar Samir e ainda pegá-lo bem naquilo que estava fazendo. Assim, o moleque foi lento e certeiro, sentindo um pentelho preso no próprio dente, sorrindo à toa e atento aos detalhes.
- "O que será que.."
Para sua surpresa, o novinho viu o braço mexendo insistente, num repetitivo movimento de subida e descida, com direito aos ovos sacudindo e batendo no sacão, a caceta virada para cima e começando a querer ficar séria, bojuda de verdade, dando o ar da graça. A cabeça no vai e não vai, ainda decidindo se era o momento ou não. Ali estava, bem diante dos sedentos olhos de Ruan, o belo, pesado e irresistível conjunto constituído por um pauzão, duas bolas cheias de leite, uma de cada lado, saborosamente pentelhudo, pouco grisalho, e um ovo mais pesado que o outro. A baba quase caiu da boca do rapaz, só que o barulho do árabe fechando o trinco do chuveiro ajudou a sair do infindável transe ao qual fora submetido.
- Samir refrescado, Ruan!
Como se não bastasse, o homem ainda pulou para fora da marca do boxe improvisado e começou a pular e sacudir o corpo, numa tentativa de se livrar da parte grossa de água que ainda estava em si, disfarçando completamente o fato de estar ensaiando uma punheta segundos atrás. Isso causou o efeito de suspensão dos bagos dentro do saco preto e mais ou menos peludo, junto com a caceta borrachuda ricocheteando de baixo pra cima, batendo nos pentelhos do púbis e rebatendo nas bolas, e nada do árabe parar de pular. O barulho chegou a fazer Ruan piscar o rabo de longe, dando trancos de empuxo no esfíncter cheio de tesão, ainda mais por ele fingir descaradamente que não tava quase punhetando ali mesmo. O mais novo quis dizer a Samir o óbvio.
- "Você veio lá da casa do caralho, do outro lado do mundo, só pra me deixar doido de vontade de foder contigo. Já pensou que sua existência é capaz de fazer o cu de outro cara se abrir todo pra você?" - a mente quase falou alto, inclusive, a ponto de ter que se controlar muito para não dizer, fechando os dedos dos pés e das mãos de tão nervoso. - "E olha que eu sou virgem! Dizem que a primeira vez dói, ainda mais se o cara for cacetudo que nem você. Já pensou que existe um outro homem que adoraria sentir essa dor contigo!?"
Tanto a consciência quanto o corpo de Ruan entraram numa harmonia tipicamente sereística. Sinuoso e muito bem intencionado, ele achou que teria de ir muito além para conseguir o que queria ali, e aí o medo começou a pesar na consciência. No fim das contas, Samir pareceu apenas um estrangeiro gente fina, e talvez isso significasse que era melhor não pensar muito além do possível para o momento. Só que foi nesse instante que veio mais um golpe baixo do árabe. Com a mão do tamanho de uma pata, ele esperou um pouco até fazer qualquer coisa. De pé para Ruan e esperando por algo, Samir se virou na direção do boxe e agiu como se estivesse em casa: segurou o pau entre os dedos, deu duas sacudidas e a primeira jatada de mijo quente e bem cheiroso, lá do estrangeiro, veio forte contra o chão, bem amarelada e pressurizada. A ousadia em não perguntar por um vaso sanitário foi somada à incerteza do jovem se aquilo era um convite para o lado devasso do cara ou apenas mais uma das questões culturais, da mesma maneira com a qual o puto optou por tomar banho nu. O que fazer? Samir então mijou sem pudores, até levantou a cabeça bem relaxado e quase gemeu com a sensação de estar esvaziando a bexiga.
- Aaahhh, sss!
Arregaçou a vara, deixou a glande arroxeada de fora e foi dando aqueles últimos puxões para que o mijo terminasse de sair, contraindo a benga sem querer e trazendo os bolões para cima no reflexo físico disso. O prepúcio grosso pareceu apetitoso de brincar com a língua, bem no couro de um puto safado. Ruan percebeu que, por causa de todo esse esquema de mijão, o pau ficou numa dimensão um pouco acima do normal, dando início a um processo de meia bomba que poderia chegar ao ápice a qualquer momento, incentivado pela meia punheta começada antes de chegar ali. O árabe sacudiu a pica diversas vezes, na intenção de eliminar as últimas gotas da urina e finalizar o refrescante banho que tomou, só que foram muitas balançadas e isso foi, de fato, endurecendo a ferramenta. Vendo aquilo acontecer, o jovem se preparou para tomar uma atitude, mas Samir botou a mão no trinco do chuveiro e ligou novamente, envergando o corpo rígido e inteiraço para usar a água e limpar a cabeça da ferramenta, assim como o chão marcado de mijo. Não demorou muito, deu leves esfregadas na glande e tornou a fechar o sistema hidráulico, tanto o seu, quanto o do chuveiro de Ruan. Aí sim virou os pés enormes pelos azulejos e foi caminhando na direção da mesa externa, onde estava o moleque.
            Antes de qualquer coisa, Samir acabou dispensando a toalha e disse que não tinha o hábito de se secar, justamente para o calor demorar a fazer efeito após o banho. Não tinha nem 10 minutos que Ruan havia posto a roupa para bater, então a questão ficou logo evidente entre ambos assim que o muçulmano terminou de se lavar.
- E agora, Ruan?
- Não vai demorar pra bater, Samir! - o rapaz insistiu. - Coloquei no modo rápido e depois vou pôr tudo na secadora, pode ficar tranquilo!
O estrangeiro olhou sincero para o moleque e sorriu franco.
- "Valeu", Ruan! - teve certa dificuldade para usar a gíria, além de estender o dedão para fazer o movimento afirmativo com a mão.
O putinho, por sua vez, teve que se controlar muito mais do que antes para não ficar manjando o árabe na cara de pau, literalmente, porque ele estava totalmente nu, o corpo experiente e peludo exposto e as intimidades balançando livremente diante de si. Estava tão deliciosamente liberto que pareceu até crime sugerir que se vestisse, ou ao menos se enrolasse na toalha. A resistência durou pouco, a pressão de Ruan logo começou a subir, assim como aumentou o número de contrações na rabeta de sereio. Ele não conseguiu mais parar de olhar, principalmente depois que Samir teve a excelente ideia de puxar assunto, e de uma maneira altamente sugestiva.
- Samir agradecido, Ruan! Samir não tem palavras para Ruan!
Aí fez que ia se sentar no banco da mesinha externa, ainda com a bengala balançando de um lado para o outro toda meia bomba. O adolescente então foi maliciosamente educadamente.
- Que nada, Samir! Eu é que agradeço, poxa!
O macho olhou para ele e continuou sorrindo pela gratidão.
- O que Samir puder fazer para ajudar Ruan, é só Ruan dizer pra Samir!
Foi quando o mais novo colocou a mão inocente no antebraço do mais velho e aí sim teve uma ideia perfeita. Ele percebeu que o outro notou aquele toque acontecendo e, no olhar entre ambos, sentiu que deveria começar a se explicar o quanto antes, afim de não dar um clima constrangedor ao momento se desenrolando. Já que havia começado, agora teria que terminar.
- Bom, na verdade..
O árabe levantou as sobrancelhas e, peladão, ficou de frente para Ruan, usando as mãos para segurá-lo pelos braços e incentivá-lo a pedir qualquer coisa, como forma de quitar a dívida pelo banho oferecido.
- Pode falar, Ruan! Samir faz tudo que amigo Ruan pedir! - e nada de soltá-lo ou abandonar o sorrisão sincero no rosto, totalmente inadvertido do tipo de pedido que poderia vir a seguir. - Pode falar!
A mente do rapaz pensou em milhões de possibilidades diferentes, porém só uma delas pareceu culturalmente suficiente capaz de satisfazer seus fetiches e curiosidades sobre intimidade com outro homem ao máximo. Ele deixou que a boca expusesse essa tal probabilidade imaginada pelo cérebro acalorado e controlou para não sair mais do que o necessário na mentira bem elaborada.
- É que eu sou massoterapeuta, sabe, Samir? - a face chegou a ficar vermelha, de tão tímido por mentir assim, olhando nos olhos de outro cara, principalmente com um desejo daqueles em mente. - E eu tô desenvolvendo um novo tipo de massagem..
O estrangeiro escutou com atenção até onde pôde, porém parou num momento e interrompeu atento.
- Massô? Massô, Ruan?
- Massoterapeuta, sabe? - tentou gesticular como se fosse facilitar a explicação. - Massagista, que faz massagem? Estuda o corpo e tal.
Viu que ia começar a se enrolar na tensão e colocou as mãos no trapézio saltado do árabe, apertando de leve para simular um tipo inventado de massagem qualquer, só para sustentar o plano recém inventado.
- Ah, Ruan faz massagem!?
Funcionou.
- Sim, eu sou massagista, Samir! Eu faço massagens de primeira, entendeu? - quase pulou pela mentira sendo comprada sem problemas.
- Massa.. Gis.. Ta? Que faz massagem?
- Isso, isso! Exatamente isso! Massagista!
O outro só parou quando teve certeza de que entendeu tudo.
- Ruan massagista!
- Isso, Ruan massagista, Samir!
Sem remover as mãos do trapézio saltado e rígido do árabe, o novinho o forçou a, mesmo pelado e ainda molhado, começar a andar na direção interna da casa, sendo curiosamente guiado conforme a conversa seguiu.
- E Ruan tá treinando uma massagem nova, sabe? Porque Ruan tem que apresentar no curso de massagem dele..
Até falou na terceira pessoa, usando o máximo de didática para chegar num entendimento com o estrangeiro. Apesar de usar o português, aquela linguagem implícita era a da putaria. Eles pararam na cozinha, o filho do dono da casa abriu a geladeira e pegou duas garrafinhas de cerveja gringa.
- Gosta de cerveja, Samir?
- "Beira"? - o outro falou no dialeto próprio, puxando novamente o sotaque ao traduzir a palavra. - Cerveza!?
Pegou uma das garrafas oferecidas pelo novinho e abriu na mão mesmo, mostrando que se amarrava em beber, ou então tinha experiência.
- Samir ama cerveza! - riu à vontade.
Em seguida, Ruan continuou andando por dentro de casa, até chegar à copa e finalmente posicionar o muçulmano sentado numa cadeira meio reclinada para trás, com um apoio frontal para manter os pés erguidos. Ainda nu, é claro, os bagos livres e sacudindo em tanta movimentação, pelo menos até o momento de sentar.
- Então Ruan treina massagem nova? - Samir deu continuidade ao que fora dito antes. - Ruan quer treinar massagem nova em Samir?
A concepção da ideia já trabalhada fez o novinho piscar o rabo de nervoso, porque, querendo ou não, o árabe estava certo. Tudo que ele mais queria era pôr as mãos e brincar tranquilamente com o corpo de um macho quarentão, coroa, casado e disposto a deixá-lo explorar. Um putão de outra cultura, capaz de deixar tudo isso rolar na mais natural e curiosa putaria entre dois lugares totalmente diferentes, oscilando entre o velho e o novo.
- É isso, Samir! Eu quero saber se você toparia, porque minha prova de massagem já é semana que vem e.. - ele seguiu enrolando na mentira, todo orgulhoso e precavido com o fato do outro se oferecer para tal.
- Claro, Ruan! - deu uma golada na "cerveza", relaxou o corpo e se jogou ainda mais para a inclinação do banco, colocando os pés bem livres ao toque do moleque. - Samir precisa mesmo de massagem, vai ser ótimo!
A aliança brilhando no dedo fez o filho do dono da casa se sentir um verdadeiro piranho, mas aquele que ainda era virgem, só pela luxúria e devassidão de finalmente tocar um macho mundano. Sem hesitação, Ruan desceu o dedo e sentiu o corpo inacreditavelmente quente de Samir, muito embora ele tivesse praticamente acabado de sair do banho frio. Essa textura de pelos e rigidez calorosa fez o coração acelerar, perturbando tanto a mente que ele sequer se lembrou de pegar algum creme ou gel para lubrificar a massagem inventada na hora. Devagar, Ruan pôs ambas as mãos sobre a canela grossa do árabe, sentiu a quentura, os pelos, os ossos, a musculatura e toda a experiência envolvida na formação da silhueta de trabalhador suburbano. Foi quase um choque controlar tamanha experiência de vida, sendo que tudo isso pertencia às outras mulheres, e não necessariamente a si. Enquanto isso, Samir apenas sorridente e bebendo cerveja, servido como há muito tempo não o era. Do que tinha que reclamar, estando em tal posição?
            Entretido na situação e aproveitando da massagem sugerida, o ambulante começou a puxar assunto, na intenção de não interagir apenas fisicamente com Ruan, mas também trocar um papo enquanto deixava que ele massageasse seu corpo.
- As "cervezas" de Brasil são diferentes de outras "cervezas", Ruan não acha? - mais uma golada, o pé esquerdo relaxando cada vez mais e chamando a atenção dos dedos curiosos do novinho.
Sempre lentamente, ele foi ensaiando apertos e puxões nas carnes do estrangeiro, como quem quisesse fingir mesmo movimentos profissionais de massoterapeuta, só que tudo feito de maneira bem amadora.
- Eu nunca tomei outras cervejas, Samir. Você já?
O quadril do mais velho veio para frente e isso o deixou ainda mais entregue aos toques do novinho. Abriu as pernas, relaxou o corpaço na cadeira e foi se permitindo.
- Samir é viajante do mundo, Ruan! Samir conhece todo mundo!
E começou a rir. O estudante não sabia se observava o cenário superior ou inferior, de tão descontrolado e perdido. Sentiu-se num playground aberto, no qual não saberia por onde começar, de tão grande a oportunidade. Se olhasse para cima, via um árabe todo gostoso, coroa e levemente grisalho, aberto a si e ao seu toque, às suas mãos. Os braços espaçados, quase que deitado na cadeira reclinada, e por isso as axilas expostas, revezando entre tomar uma cerveja e soltar um ou outro gemido pelo aperto das mãos explorando curiosamente seu corpo, sua idade e os efeitos das gerações sobre si, em sua sexualidade e comportamento eroticamente sugestivo. Um virgem tocando um pecador experiente, com histórico de muitas horas em camas, dentro de putas e damas.
- Sério, Samir? Mas você nem parece velho! - jogou verde, como se precisasse.
Se olhasse para baixo, o novinho via dois pés de base para um quarentão vendedor ambulante, andante do subúrbio, trabalhador suado de primeira linha. Que acorda cedo e dorme tarde, batalha quando todo o restante das pessoas estão em feriados, férias e fins de semana.
- Samir tem filho de idade de Ruan! Da época que viajou em México!
Ele só pôde imaginar como seria a versão adolescente, carregada de hormônios e mais rejuvenescida, primogênita do árabe. A edição atual de seus genes, muito provavelmente carregando entre as pernas uma arma tão potente ou até mais carregada que a do pai, uma vez que cromossomo é um bagulho louco. Como se não bastasse, se foi no México e a mãe era mexicana, então esse filho ainda tinha ascendência latina na corrente sanguínea. Ruan pensou por alguns instantes, enquanto escorregou as mãos e finalmente alcançou um dos pés enormes do baixinho Samir. Concluiu então que, entre outras palavras, estava dando conta de aliviar o cansaço do corpo de um árabe muçulmano, quarentão, cafuçu, pai de um moleque de 17, 18 anos, que possivelmente era tão mavambo quanto ele, gostoso, com os mesmos genes do Oriente Médio, bem dotado, com a malícia e a criação do Rio de Janeiro, do subúrbio, e, de quebra, era descendente latino.
- É sério isso, Samir? - ele não pôde mesmo acreditar. - Você tem um filho lá no México que é da minha idade!?
Simplesmente precisava de mais detalhes, porque ter aquele ambulante em suas mãos e contando de si e do próprio filho foi além da tensão sexual, foi uma dose dupla de sexualidade aflorada, num falocentrismo capaz de misturar inúmeras raças e culturas. Mais do que um suingue latino, aquele era um suingue árabe.
- Lá em México não, aqui em Rio! - o outro completou. - Ele trabalha em sala de corte.
Tentou explicar, mas não foi entendido e aí gesticulou uma espécie de tesoura no próprio queixo barbudo.
- Sala de corte! De barba e bigode!
- Ah, seu filho é barbeiro!
- É barbeiro! - concordou convencido. - É barbeiro!
Ruan tomou o pé todo na mão e comparou o tamanho de si para a superfície da sola de Samir, percebendo o quão imponente era a pata daquele macho disposto. A cerveja na garrafa quase no final, confirmando que realmente gostava de beber "cerveza". O dedão era o maior de todos, rígido e bem feito, a unha desenhada de forma bruta, porém alinhada ao dedo em si. O espaço entre eles pareceu ideal para caber a língua, pra não falar dos poucos pelos nas partes de cima, convidativos a serem experimentados. Os calcanhares pontudos faziam parte da mais equilibrada silhueta de um homem trabalhador diário, atraente em sua forma mais natural de se apresentar: nu.
- Mas então seu filho veio pro Brasil do México, Samir? - Ruan foi dando continuidade ao assunto, lambendo os beiços enquanto manuseava, apertava e admirava a sola peituda do pé do árabe paizão de família.
Cada vez mais o coroa foi se tornando apetitoso ao toque, gradualmente impossível de permanecer preso a este sentido. O paladar estava aflito para ser testado, sentido na língua e saboreado na boca, enchendo tudo d'água.
- Sim! Mãe dele muito nervosa, muito nervosa, Ruan! - terminou de tomar a cerveja. - Não gostou dele com "marijuana", mandou ele pra Brasil, direto pra Samir, pra Samir tomar conta.
A quentura da massa nas mãos do novinho o deixou sem qualquer reação. Ele olhou para o muçulmano, deu-lhe a outra garrafa de bebida que havia trazido e sorriu ao perceber que o ambulante aceitara tudo de bom gosto, tanto a bebida, quanto a massagem. Imaginou então o possível filho dele fumando maconha e aí perguntou.
- Ah, ela pegou ele com baseado e mandou pra cá pra você dar esporro?
Riu e se conteve, a boca inundada de baba, doido para chupar o macho diante de si. Nu, a vara permaneceu quieta, vira e mexe sendo tocada pelas mãos de Samir. Às vezes ele até alisava os pentelhos, meio que no automático, tal qual faria caso estivesse vestindo a bata.
- Não esporro, Ruan! Eu e filho somos amigos! Eu e filho fumamos "marijuana" em narguilé juntos! HAHAHAHAHA
- HAHAHAHAHA!
Os dois riram juntos, bem sinceros, acalorando ainda mais a tensão sexual rolando explicitamente. Nesse instante, a máquina de lavar apitou, e aí o mais novo levantou e foi até lá para tirar as roupas do ambulante, que estavam lavando. Em seguida, colocou tudo na secadora automática, não demorou muito e retornou com mais duas garrafinhas de cerveja, tudo pensando no bem estar do árabe sentado na cadeira reclinável do canto da copinha.
            Antes de se ajoelhar em silêncio e tornar a observar Samir nos olhos, Ruan se concentrou em não fraquejar e decidiu ir além na mentira responsável por deixá-lo ali, cara à cara com o par de pés 44 de um vendedor ambulante do subúrbio. Ele pôs as mãos novamente nos membros, alisou os dedões e respirou fundo.
- Então, Samir, eu tô treinando uma massagem nova e queria saber se podia testar em você. - relembrou.
- Claro, claro, Ruan! Ruan trazer até "cerveza" pra Samir!
A permissão havia sido dada, só que isso já era parte do plano final do novinho. Sem mais hesitar, ele abaixou devagar por cima de um dos pés do muçulmano, abriu a boca e deixou que a ponta da língua tocasse a cabeça do dedão, sentindo nas papilas o gosto da pele de um árabe genúino, cafuço pezudo e cheio de disposição. A primeira reação de Samir foi olhá-lo com os olhos ligeiramente abertos, quase que arregalados. Não esperou por uma chupada no dedo do pé. Só que a língua quente e babada fazendo carinho e tentando sugá-lo como se fosse pica pareceu deliciosa, principalmente por pertencer ao filho do dono da casa, que tinha permitido a entrada ali, e, talvez por isso, pareceu muito mais do que justo. Em que mundo aquilo aconteceria, por exemplo? Em que mundo seria permitido dedar a boca de um puto qualquer? Logo ele, ambulante cansado? O quarentão virou a cabeça de lado, só para ver o rosto de Ruan enquanto ele chupava-lhe o dedão, deslizando em seguida para o espaço entre os outros dedos, onde a língua finalmente dançou bastante escorregadia, e aí os olhares se cruzaram. O novinho então lembrou que não deveria mostrar muita empolgação, afinal de contas poderia acabar se entregando e revelando as verdadeiras intenções, que em nada tinham a ver com massagem, não no sentido técnico da coisa.
- Massagem diferente, de Ruan! - Samir teve que destacar.
Continuou dando goladas na cerveja, bebendo bem relaxado, porém não pôde deixar de fazer o destaque. No dedo grosso e escuro, o anel prateado brilhando, porque a cultura não admitia homem ostentando casamento em ouro, só prata. Ou seja, era casado. Com quantas mulheres?
- É que é uma técnica nova, sabe, Samir? - foi explicando e intercalando as frases com chupadas nas cabeças dos dedos, lambidas nos vãos e mordidas bem babadas no peito do pé grosso do macho árabe. - Ainda estamos desenvolvendo aqui no Brasil, então não é muito conhecida lá fora!
Ele mexeu o pé e, de certa forma, isso acabou dando mais carne para que o novinho pudesse morder e mexer, só que fez uma cara que deu a entender que ainda não havia se acostumado com aquilo. Isso fez o estudante se sentir um pouco estranho, ao ponto de reduzir a velocidade e se certificar do que o estrangeiro poderia estar achando.
- Samir acha diferente essa massagem. - insistiu.
- Eu posso parar, se você não quiser que eu faça. Não tem pr-
Antes de terminar, a mão veio atrás da cabeça e forçou a língua de fora, falante, a retornar encaixadinha entre o dedão e o segundo dedo.
- Não, Samir acha diferente, mas Samir acha boa! Tá relaxando Samir!
Com aquela pressão inesperada contra o pé, o chupão foi inevitável, com a parte áspera da língua sendo arrastada, passada, imprensada e usada de várias formas, ao ponto do árabe encolher a perna e trazer a cabeça do novinho consigo, na intenção de ser massageado por outros ângulos.
- Sssss, que massagem boa de Ruan! Sssss!
Quando o mais novo viu que ele tava fechando os olhos, aí foi difícil recuar. O maior problema de todos foi que, de tão próximos naquela entrega entre oportunidades de saciedade e relaxamento, Ruan, num momento, olhou para baixo e percebeu algo que preferiu não ter percebido durante alguns instantes: a vara não tava mole. Não tava ereta também, porém pareceu anormal, bem acima do comum, grandalhona e literalmente deitada sobre a superfície da cadeira reclinada, deixando um ovão do saco esbugalhado para cada lado. Talvez pelo banho, uma gota luminosa permeava a ponta da cabeça roxa, que tava metade exposta e o restante coberto sob o couro grosso. A veia pesada por cima já deixando evidente que, até à ereção, muito oxigênio seria necessário, fazendo a pressão sanguínea subir como um todo. Maldito suingue cultural!
- Hmmm, assim Ruan vai ser massagista número um! Sssss!
Escutar isso e sentir a própria boca sendo usada para domar um putão era o auge da coisa. O cúmulo foi quando Samir começou a misturar as perspectivas e se entregou de vez, dando ainda mais tensão e interpretação sexual ao contexto da falsa massagem. Sem nem pensar, ele riu e, numa de brincando, tapou as narinas do novinho, como se quisesse deixá-lo sem ar de propósito no dedão. Só que isso era uma coisa típica de se fazer em um outro momento muito conhecido, todo mundo sabe ou deveria saber disso. Ruan não somente chupou sendo dominado e tampado, como também viu a aliança prateada refletindo a todo instante e só quis fazer uma única pergunta ao muçulmano.
- "Quantas mulheres você tem?"
Talvez não apenas uma, mas o certo era que todas elas ficariam apenas no pensamento.
- "Quantas delas chupam seu pé assim?"
A luxúria pegando fogo, bem inflamada na copinha da casa. O cheiro de churrasco típico dos sábados de subúrbio estava entrando pelo basculante dos fundos, já que os vizinhos só querem um bom motivo para se reunir e beber.
- "Será que um cara com sete mulheres guarda espaço para um viado?" - a mente impávida continuou incontrolável naquela situação altamente erótica. - "Será que os árabes 'héteros' tão acostumados a botar sete viados pra mamar, quando bebem?"
Ruan até quis rir, de tão putinho que se sentiu. E, como quem não queria nada, já que estava tendo a língua, a boca e o corpo usados em prol do prazer e da objetificação, do trabalho e do suor de outro homem, ele viu a oportunidade e foi subindo devagar a mão apoiada na coxa do ambulante. Em três, quatro movimentos disfarçados, o novinho tocou os fartos pentelhos de Samir e, quando estava começando a sentir o calibre grosso da divisão da peça dele, teve a mão segurada e impedida de prosseguir pelo árabe. Os olhares então se cruzaram, a mamação de dedo do pé parou, e aí ficou um clima parcialmente amistoso.
- Ainda é massagem de Ruan? - o tom sério dominou o diálogo, ao ponto do mais novo repensar se não deveria ter hesitado antes de tomar tal atitude.
- É sim, Samir! É porque é uma massagem que mexe com todo o corpo, entende?
A mão ainda coberta pela outra maior, as duas paradas no começo do talo grosso da pica grande do árabe, os pentelhos fartos bem sentidos por baixo, no irônico e mais sexual relance físico já sentido até ali. Por que parou?
- Massagem? - o estrangeiro insistiu, bem desconfiado, o semblante de quem queria pensar mais sobre aquilo.
- Massagem! Eu sou massagista, se lembra?
Poucos segundos de pausa e silêncio, aquele clima nítido de o que aconteceria a partir dali, até que Samir, sem mais nem menos, decidiu como levar adiante o ocorrido.
- Mas Ruan faz massagem em pica de macho? Samir é macho, Ruan!
Fingindo que não estava perdido, o novinho usou e abusou das palavras, ciente de que teria de rebolar para escapar tranquilamente do cenário entre a cruz e a espada, quase que literalmente.
- Massagem é massagem, Samir. Eu faço massagens em qualquer tipo de pessoa. Eu também faço massagem em machos, você não é macho?
Se aquela era a maneira dele de lidar com as coisas, então um sereio havia que saber falar em todas as mais línguas, boas ou más. Aquela era a dos homens, no entanto.
- Samir é macho, Ruan! Samir muito macho, ó!
Botou a mão na pica e forçou a grossura, como se quisesse mostrar o quão putão era, dando a entender que ali estava a fonte de seu poder sexual. Esbugalhou os ovos bem saltados, mostrou a fartura da uretra passando por baixo do eixo taludo de caceta bem plantada no corpo, além de novamente alias através da cheirosa pentelhada farta no púbis, pouco abaixo do umbigo. O cheiro forte de quarentão dominou o ambiente, misturado ao odor impregnado de pica estrangeira, ainda assim cafuçu.
- Então! Eu faço massagem em vários outros machos por aqui!
A resposta não demorou muito, e veio na medida da ousadia de tudo aquilo que estava acontecendo.
- Ruan então ver a pica de outros machos de Rio?
Do nada o gelo foi quebrando e ficando safado.
- É claro, isso muito normal, Samir! Ainda mais pra mim, que sou massagista. Na Arábia não tem gente que faz massagem?
O muçulmano nem se deu ao trabalho de responder, muito mais interessado em si e na cultura local, por assim dizer.
- Ruan ver muita pica?
- Vejo sim, tô te dizendo!
- Então diz pra Samir, Ruan. Pica de Samir é "mais grande" que de carioca ou "mais pequena"?
Junto dessa pergunta, o estrangeiro teve a coragem de empenar o corpo de leve pra frente e usar a mão para arregaçar a cabeça roxa da piroca torta, deixando a glande bojuda respirar e dar o ar da graça, em toda sua rigidez e dimensão acima da média. A cor escura deu o ponto ideal de ajoelhar e começar a mamar, mas aí seria demais para Ruan, não que faltasse tanto para isso. Antes que pudesse responder, porém, o novinho foi interrompido pela curiosidade aflorada do árabe.
- Porque Samir achar pica pequena!
Aquilo só poderia ser uma piada de muito mal gosto. Um cacete daquele JAMAIS poderia ser chamado de pequeno, fosse em qualquer situação, mesmo em piada. Nem para fazer rir. Era insulto, ofensivo ousar diminuir uma peça daquela proporção e dimensão.
- Que isso, Samir!? - a sinceridade veio. - Tá brincando?
- Por que?
- Essa é uma das maiores varas que eu já vi pessoalmente!
Até pareceu que já tinha visto várias.
- Ruan achar grande?
- Grande? Você tá brincando!? Esse pau é enorme, Samir! Deve ser o maior que eu já vi!
O gringo olhou, pensou por uns instantes e tentou levar aquilo a sério, de alguma forma, como se o ego engolisse as afirmações pouco a pouco. Em cada passagem de tempo que isso se sucedera, o sorriso foi aparecendo no rosto, junto com a ereção da caceta começando, isso muito perto de onde a mão de ambos ainda estavam paradas. Quase que a cabeça tava rabiscando o verso da mão de Ruan, inclusive, numa deliciosa e cretina tensão sexual explícita, porém dolorosamente não praticada ainda.
- Ó a largura dessa pica!
O mais novo disse isso e voltou a mexer a própria mão, usando a frase como espécie de desculpa para, sem pressa e com total calma, enroscar os dedos indicador e polegar num anel ao redor do talo da ferramenta. Tentou, na verdade, porque eles não chegaram a se encontrar do outro lado, sobre a uretra, justamente pela grossura da dita cuja não permitir o enlace.
- Não consigo nem fechar a mão, Samir!
Tentando se deixar convencer pela opinião de que era bem dotado, o gringo cruzou os braços na altura do peitoral e ficou observando, enquanto Ruan manteve a mão na tentativa de fechar ao redor da peça de grosso calibre. Não conseguiu de primeira e nem de segunda, sendo que cada uma dessas vezes tentando acabou resultando num mínimo e disfarçado vai e vem, do tipo de quem tenta segurar tudo e não consegue, aí recua, tenta de novo, novamente não dá certo, e por aí vai.
- Viu, não adianta?
Foi tiro e queda, o quase nada de atrito da mão do moleque com o tranco da caceta do estrangeiro resultou no começo da ereção majestosa de um puto carente e cheio de tesão, macho viajante de outra cultura, outra sociedade, mais ainda assim macho e com fome de putaria. Na quarta tentativa de agarrar tudo, Ruan percebeu que já estava praticamente masturbando o vendedor ambulante, que por sua vez foi se entregando ao toque e ao sabor do tato, permitindo ter a vara usada, dada atenção, acariciada e bem tratada, obtendo prazer. Saciedade. Os ovos souberam que muito em breve descarregariam muito leite, então subiram firme por dentro do saco, num estanque que fez a viga da tora enrijecer por completa na mão de Ruan, quase que escapando do toque e se debatendo no ar.
- É muito grande, Samir!
Ele aproveitou a oportunidade para soltá-la e se esbaldar nos pentelhos fartos do coroa, descendo em seguida para agarrar o saco e sentir o peso de cada uma das bolas experientes, cujos poderes já haviam se manifestado fisicamente, na forma de um filho latino, brasileiro e ao mesmo tempo árabe, tudo através do leite quente. Não demorou muito, o novinho retornou ao talo grosso do caralho e, disfarçando menos do que antes, arregaçou por completo a cabeça do monumento, tendo que lidar com os inúmeros trancos do bicho, como se tivesse vida própria.
- Samir consegue tocar punheta assim?
A pergunta foi suficientemente desinibida, na medida para seguir instigando de forma safada o ego do outro, além de saciar a curiosidade diante do corpo mais velho.
- Samir fica muito tempo sem trepar, tem que gozar toda hora! - disse num tom tão sincero que revelou parte da carência de estar no subúrbio. - Difícil achar mulher pra aguentar tudo de Samir em bunda!
A resposta foi tão na lata que fez o cuzinho virgem do estudante piscar muito intenso, numa pressão que poderia descabaçá-lo automaticamente, caso acontecesse mais algumas vezes. Seria o primeiro caso de foda à distância, se possível, de tão tesudo foi o linguajar e a colocação de palavras feita pelo gringo. Como se não bastasse tudo aquilo, o marmanjo gostava de rabo e deixou isso explítico.
- "aguentar tudo de Samir em bunda!" - a frase continuou ecoando mesmo minutos após ser proferida.
Seria o sonho de Ruan? Felizmente era um possível refugiado árabe, o que dava as condições unicamente ideais para formar esta imagem de safado difícil de se ver por aí. Mais do que meramente cafuçu ou putão, uma delícia de macho multicultural, contendo vários estilos diferentes de malandros de várias terras distantes, tudo num único coroa parrudo, que, acima de tudo, se amarrava em rabeta, anel de pele e carne, aperto anal e atrito sodomita.
- Sério, Samir?
A mão ainda subindo e descendo na envergadura da vara, indo do umbigo, tentando cobrir a cabeça com o prepúcio grosso, até o saco, que ficava estufado quando os ovos se empilhavam na pele enrugada. A boca de Ruan estava cheia d'água, ele não aguentava mais sentir tanta pressão somente na mão, sendo constantemente tremida e repuxada pela força da uretra como eixo principal da ferramenta. Mais do que apenas isso, o novinho queria sentir tudo isso na boca, usando da quantidade de saliva que seu corpo produzira para combinar com a presença da piroca ali dentro, como se já soubesse do que viria a seguir.
            Nesse instante, a máquina secadora de roupas apitou, indicando que as vestimentas do árabe estavam prontas, ou seja, a brincadeira poderia estar muito perto do fim. Os olhares se cruzaram e, num impulso, quem passou a conduzir o momento não foi mais o filho do dono da casa.
- Ruan..
Sem deixar de arregaçar e fechar a mão por cima da cabeça da rola babada do árabe, o novinho escutou atento e deixou a curiosidade crescer.
- Que foi?
- Samir também conhece massagem de Oriente. Parece com massagem de Ruan..
A sobrancelha levantou, o mais novo sentiu o corpo esquentando e quis ficar na ponta dos pés, de tanta safadeza sendo presenciada. Mesmo após o anúncio da secadora, o ambulante puxou outro assunto, dando a entender que continuaria ali, ou seja, Ruan tinha mais tempo para continuar segurando seu mastro, sentindo suas bolas e trancos, de tão vivo e potente. Só faltava pôr na boca, porque babão já sabia que era, a mão estava toda melecada de teias e pontes de baba e pré-porra bem gostosa, em quantidade abundante, morna e transparente, para deixar mais tesudo o atrito entre pele da mão e pele da cabeça.
- Você conhece massagem que parece a minha?
Como poderia, se a dele era inventada?
- Samir conhece. Ruan quer que Samir mostre?
Ele não pensou em outra resposta.
- Claro, Samir!
Foi quando as mãos pesadas e grossas vieram em seus ombros e o obrigou a ficar de joelhos, posicionado de frente para o baixinho marrento que era aquele pai de família do Oriente Médio. Peludo, barbudo, cafuçu do pezão, além de muito bem dotado, Ruan não poderia negar, afinal de contas ficou cara à cara com a pica que tanto acariciou e fez babar de tesão e punheta bem ensaiada. O árabe balançou a bengala duas vezes na frente do rosto do novinho, em seguida deu um solavanco tão forte de pulsada, que a tora subiu e bateu com a cabeça contra os pelos do umbigo, deixando neles várias pontes de baba morna e translúcida. Nesse impacto, os ovos mexeram bastante no saco, além do barulho estalado ter enchido o ambiente. O filho do dono da casa lambeu os beiços.
- Mas você já fez essa massagem com outros caras lá no Oriente, Samir? - foi a última coisa que ele conseguiu perguntar.
- Samir conhece homens do Oriente assim que nem Ruan.
E foi nesse instante que o barulho do portão explodiu feito um trovão irrompendo pelos ouvidos do estudante, que levantou do chão correndo, quase caiu, e pôs as mãos na cabeça.
- Caralho, é meu pai, Samir!!
Assustado, o árabe ficou mudo, talvez ciente de que falar qualquer coisa não teria como ajudar. Foi correndo na direção da máquina de secar roupas, enquanto o novinho vestiu um short e correu para o quintalzinho, na intenção de enrolar o pai e conseguir algum tempo. Quando chegou no portão, viu o dono da casa já na altura da metade do corredor lateral, então correu de volta pra dentro, levando a bolsa do ambulante consigo e o encontrando parcialmente vestido pela bata, já de volta na copa.
- Vem, rápido!
Puxou o árabe pelo braço e o levou para dentro do próprio quarto, tendo tempo apenas de fechar a porta e abrir a janela.
- Você precisa sair rápido, se não meu pai me mata, Samir! Pula pro lado de fora, dá a volta e sai pelo mesmo portão que você entrou!
O estrangeiro não discutiu, só fez que sim com a cabeça e atravessou o buraco da janela na parede, guardando o restante das vestimentas na bolsa, no intuito de acabar de se vestir apenas depois de sair. Pulou sem dificuldades, e, antes de cair fora, tirou um cartão do bolso e jogou para o lado de dentro do quarto.
- Pra Ruan visitar Samir!
Saiu correndo logo em seguida, sem olhar para trás, enquanto Ruan só teve tempo de ouvir a porta do quarto abrindo atrás de si. Quando virou, deu de cara com o pai observando parte da fuga de um homem estranho pela janela do quarto do filho. Ele estava segurando duas garrafas vazias de bebida, com o semblante de poucos amigos.
- O que você fez o dia todo, Ruan?
- Pai, eu..
A boca secou de repente, a resposta faltou na pior hora.
- Quem é aquele homem que acabou de sair daqui? Tu tá me escondendo coisa, né?
- Era um amigo, e..
- Amigo daquela idade? E aí vocês abrem minhas cervejas e depois ele foge pela janela do teu quarto, Ruan?
- Pai, eu juro que era um amigo, é porque ele tem cara de velho! - ele soube bem que não havia argumentos contra o velhote, nunca funcionou, então não seria naquele momento que daria certo. - A gente tava com calor, então abrimos só algumas garrafas!
- Eu sabia que te deixar estudando em casa não ia dar certo, Ruan! Se tivesse no exército não tava assim!
O moleque levantou os olhos em discordância e saco cheio daquela questão.
- Ah, começou.. - reclamou.
O silêncio que se instalou indicou que tudo daria errado a partir dali, com certeza.
- Como é que é?
- Nada, pai! Não é na-
- Vou te ensinar a me respeitar, seu pivete mal educado! Vamos ver se eu não te inscrevo num pré e te obrigo a entrar numa porra de academia militar!
A ameaça foi engolida a seco. No mesmo dia em que experimentou na boca o gostinho de um homem mais velho e sexualmente aberto a si, Ruan também ficou de cara com o surgimento de um destino que não havia cogitado até então. Fez bom uso de um dia dedicado à servidão para Samir, sendo que, após o esporro do pai, viu-se inesperadamente obrigado a trilhar um caminho ironicamente ligado à ideia de servir. Da forma mais controversa possível, a vida de Ruan jamais seria igual novamente, principalmente porque ele achou que o pai estava só brincando quando disse aquilo sobre curso pré-militar. A única coisa que o novinho pôde fazer naquele começo de noite do subúrbio, em pleno sábado, foi esperar o velhote sair do quarto e começar a xingá-lo na cabeça. Quando andou na direção da cama, onde pretendeu se jogar e amaldiçoar o restante do mundo, pisou em alguma coisa que colou em seu pé, e que acabou chamando a atenção. Ele pegou e viu que se tratava de uma espécie de cartão de estabelecimento, com propaganda, endereço e telefone de contato. Na parte de cima, em letras garrafais e com ornamentos típicos de barbearia e salão de beleza, o nome do lugar:
- "BARBEARIA CAVALINE".

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            Fonseca, um dos novos e ao mesmo tempo mais antigos vizinhos de Marlon, era um coroa conservador que fazia questão de, por tamanha implicância, quebrar garrafas de vidro no terraço da própria casa, só para foder o moleque caso ele ousasse pular para pegar pipas voadas. Além de machucado, Marlon uma vez saiu puto e raivoso o suficiente para pensar em se vingar. Quem aquele velho pensava que era para fazê-lo sangrar? Algo tinha de ser feito, nem que fosse uma vingancinha de leve, só para mostrar quem mandava no pedaço.
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3. O wattpad removeu todas as minhas obras e por isso eu não posto mais nada lá. A partir de hoje, uso a CDC e também o blog.

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