IMPORTANTE LEMBRAR:
homoerotismo
substantivo masculino
1.
PSICOLOGIA
relação erótica, sem ser necessariamente sexual e genital, entre pessoas do mesmo sexo.
2.
PSICANÁLISE
satisfação encontrada por meio de um objeto do mesmo sexo; homossexualidade.
ÔNIBUS É UM PROBLEMA!
O Rio de Janeiro continua lindo.
Difícil de ler e de dizer isso, né? Pois bem, a cidade maravilhosa nunca esteve
tão mais perigosa do que atualmente, em 2017~2018. Consigo explicar sobre o
sentido histórico e social que envolvem o contexto urbano, mas sinto que está
muito além disso, sendo uma questão geracional, envolvendo eras de pessoas e
famílias. Tudo que estou dizendo até aqui pode parecer apenas um blablablá
científico, mas vou começar a explicar o lado prático da coisa e aí tenho
certeza que serei entendido. Faço a pergunta: você, que é viado ou mulher, já
percebeu que tem muito homem gostoso circulando pela rua ultimamente? Se a
resposta for não, é melhor começar a reparar. Se for sim, falemos a respeito
disso, porque, principalmente no Rio de Janeiro, já não se pode presumir o
momento exato em que levaremos um tiro, vindo de qualquer direção. Sim, está
muito perigoso morar aqui, a gente precisa andar de colete 24h por dia. Vamos
do começo.
Costumo sair cedo de casa, por volta
das 7h. Quem mora no subúrbio do Rio de Janeiro e utiliza transporte público
sabe bem como é a situação nesse horário. Normalmente, pego um ônibus que vem
de Bangu. Bangu é uma parte significativa da Zona Oeste, que, para quem não
sabe, é a maior parte do estado do Rio de Janeiro, muito embora a imagem da
cidade esteja quase sempre relacionada ao Redentor, que fica na Zona Sul. Pois
bem, por que estou contando isso? Porque Bangu é um dos maiores antros de
cafuçu do RJ. Homens criados na marra da deliciosa mistura proveniente da
interseção do rural com o urbano: machos aptos para o serviço pesado, como
também para a vivência do escritório e do fogo da cidade grande, caso
necessário. Pequenos e grandes homens com seus portes e hábitos explícita e
brutamente masculinos, além de quase nenhum modo e restrições diante do público.
De Bangu, vêm aqueles cafuçus cansados do dia anterior. Uns putos divididos
entre estatura mediana, tipo os baixinhos invocados e com cara de ruins, até os
altões, com feições de quem havia arranjado briga no bar na noite passada, onde
encheu a cara e foi carregado por mais três para casa. Pra quem é viado
observador, mora no Rio e depende de transporte público, ônibus é um problema!
Não eram nem 8h da manhã quando fiz sinal e o enorme transporte feito de metais
parou diante de mim. As portas da frente se abriram, o frio do ar condicionado
veio para fora e olhei para dentro, tomando meu primeiro sinal de que seria um
longo percurso.
-
Bom dia! - sou sempre educado com todo mundo, então cumprimentei aquele
exemplar de macho trabalhador que me surgiu logo cedo.
Como
disse, nem 8h da manhã, e já me deparei com um maluco estilo trintão, tipo
desses que por muito pouco ainda tá solteiro, porém continua sempre envolvido
em algum rabo de saia por aí. Branco, queimadinho de sol, antebraços grossos e
peludos, posicionados para fora da blusa do uniforme da empresa de ônibus, e
com uma tatuagem tipo maori ao redor da carne. Uma mão grossa sobre a marcha, a
outra presa na circunferência do volante, o começo do peitoral exposto por
conta dos primeiros botões abertos e alguns pelos aparecendo. Poucos subindo
pelo pescoço, também grosso, e se transformando na barba cerrada e preenchida
por todo o rosto bruto de trabalhador. Que tesão foi ter a porta aberta por ele
e dado de cara com alguém tão atraente.
-
Bom dia! - ele respondeu educado.
E
que bom dia, por mim já havia começado com um tiro de motorista. A calça do
puto era na cor preta, bem uniforme de companhia de viação, descendo pelas
coxas e o pé enfiado na embreagem, preparado para soltá-la aos poucos. Até que
passara a primeira marcha do veículo. Quem usa dessa linha, sabe que os
motoristas também desempenham o papel de trocadores, então aproveitei que o
macho tinha que dar atenção à pista e a mim e fui lambendo seu corpo com os
olhos. Separei duas notas de dois, o cara estendeu a mão e ali as coloquei,
observando atento a espessura da pele da palma enorme, bem grossa. Imaginei
quantas vezes num dia aquela pata não deveria, sem querer, talvez num momento
de semáforo fechado, repousar deliciosamente sobre o volume entre as coxas,
dando uma ou outra pegada para incentivar o sangue a continuar fluindo
vigorado, sem descansos. Uma mão com jeito de que tava acostumada a bater em
lombo que fica de quatro na frente do motorista, pra fazer pegar no tranco. O
puto girou a outra sobre o volante e começou a fazer uma curva. A inclinação do
ônibus me obrigou a segurar nos ferros, sendo que tive total campo de visão para
avaliar o tamanho da caceta bem acumulada e bastante preenchida no volume da calça
preta. A barba dele se misturava às costeletas nas laterais da face e ajudava a
formar o cabelo, todos os pelos estando na mesma altura ideal. Uma espécie de
trintão meio ursinho, o corpo entre o magro e o médio, pouco maior que eu e com
aspecto de pai no começo da família. Ou seja, uma delícia! O saco acumulado no
volume de pica devia estar cheio de leite para dar início à árvore genealógica
que seria capaz de construir.
-
Obrigado! - o puto liberou a catraca e aí pude finalmente passar.
Diante
do corredor do ônibus, que por sinal não estava tão lotado, começa o segundo
desafio do viado quando toma transporte público. Se estiver muito cheio, muito
provavelmente a situação vai exigir jogo de cintura, porque uma sarração pode
começar a qualquer momento, independente de ser proposital ou não. Mas, se não
tiver, aí vêm aqueles detalhes que só os mais observadores são perspicazes o
suficiente para ir atrás de olhar. Exemplo, eu estava num ônibus não tão cheio,
porém sem qualquer lugar para me sentar. Observei vários caras diferentes e, de
manhã, quase todos eles estavam dormindo. Negros, morenos, pardos, brancos,
para tudo quanto era gosto. Um deles com camiseta do flamengo, bermuda, touca e
chinelos, indo para algum lugar que, a julgar pelas roupas e também pela
mochila, não pareceu o trabalho. Canelas e panturrilhas taludas, de quem realmente
joga bola, além de pelos claros. Barbicha, carinha de novo, mas também não
menos capaz de currar um buraco. Não subestimo machos! A altura da camiseta no
peitoral me permitiu ver os pelos, e essa visão acabou comigo, fiquei louco,
principalmente porque o puto estava cochilando de braços um pouco afastados do tórax,
então vi também as axilas estufadas e tão atraentes de se olhar. Atrás dele,
outro de óculos, com carinha de inocente, porém uma mala que não sei como o
rapaz ao lado conseguia não ficar manjando o tempo todo. Vários, diversos
machos espalhados ao meu redor. Mas só um me fez caminhar pelo corredor, como
se não quisesse nada, e parar diante dele, sem levantar qualquer suspeita de
que isso aconteceu exclusivamente por tamanha gostosura e visão aguçada para uma
putaria bem detalhada.
O maluco tava sentado naqueles
bancos elevados da parte traseira do ônibus, então não pude descrevê-lo por
completo logo de cara, porque ficaria evidente se olhasse diretamente por muito
tempo. Blusa azul, com as mangas do tipo que apertam os braços e dão a
impressão de que o homem tá bem mais forte do que o normal, não que ele já não
tivesse a carcaça básica de touro, todo duro e saboroso de olhar. Meio careca, de
cavanhaque levemente marcado, sorriso no rosto, olhar de malvado, cara de safadão de primeira
linha e prestando total atenção no próprio celular. Tatuagens pelo braço. A mala parcialmente saltada
na calça jeans, um bolão à esquerda, me dando certeza de que alguma coisa
estava acontecendo. Ao chegar perto, um senhor que estava sentado atrás dele se
levantou e puxou o sinal para descer no primeiro ponto de Subúrbia, que fazia
parte do trajeto diário. Eu aproveitei e sentei no lugar vago, ficando
exatamente atrás do careca gostoso, que não parou um minuto de mexer no telefone,
me deixando bastante curioso. Poucos segundos após ter me acomodado, olhei pelo
reflexo da janela entre nós e aí pude ver tudo que estava sendo feito na tela
do celular. Logo de cara, me espantei com a cena: era um grupo de whatsapp com
muita imagem de putaria explícita, majoritariamente de mulheres nuas ou
transando. 8h da manhã, o ônibus ainda em Subúrbia e um marmanjo daqueles vendo
pornografia dentro do transporte coletivo. Como se não bastasse, o puto começou
a teclar com o que pareceu ser uma das mulheres do grupo.
-
"Safada do caralho!" - a fome talvez fosse um detalhe da presença do
bairro, talvez por isso que os mais diversos machos se sentiam diferentes
quando ali passavam. - "E do cuzinho, rola vídeo?"
Aquela
ousadia me deixou muito molhado logo cedo, porque jamais imaginei testemunhar
uma coisa daquelas. No meu ângulo de visão, foi um custo conseguir ler
exatamente o que estava escrito, só que a curiosidade ficou ainda mais atiçada
do que antes, então não cogitei parar. Se conseguisse chegar o pescoço pouco
mais à frente, talvez pudesse até ver a caceta dele reagindo ao papo com a
moça. À essa noção de me saciar enquanto ele fazia o mesmo foi perversamente
impossível de resistir.
-
"Um bucetão desses pra tu e tu querendo cu?!" - ela respondeu sem
papas na língua. - "Tu é viado!?"
O
maluco riu sem escrúpulos, mexeu os ombros e me deu a impressão de estar se
patolando ao fazê-lo, não pude confirmar. Aí digitou e mandou na lata.
-
"Buceta eu já tô acostumado, coração. Hoje em dia tem que ter aquele
diferencial, sabe?"
O
lado objetificador do machismo aflorou de ambos os lados, nas duas concepções,
tanto dele quanto dela.
- "Quem
gosta de cu é viado!" - a mulher zombou.
E
ele não deixou por menos.
-
"Brota no RJ que eu te mostro como soco numa xota, sua safada!! Vai sair
de perna bamba, tenho ctz!!"
Ela
tampouco.
-
"Vou te engolir, seu fraco!"
-
"Duvido, aqui não falta disposição! Vai sobrar pica e leite pra tu o fim
de semana todo, piranha!!"
Enquanto
não estava teclando afoito na tela do celular, o puto ficava com um riso meio
torto de lado, além de mexer e apertar com o dedão o volume de caceta preso na
calça. Como tinha alguém sentado ao seu lado, talvez por isso ele estivesse
bastante cauteloso no que estava fazendo. Só que, como nem toda felicidade é
plena, eis que, com o fluxo natural de homens entrando e saindo do ônibus, o
espaço começou a ficar bem pequeno e, não obstante, dois velhinhos se
aproximaram de onde o puto do safado tava sentado. E aí ficou um certo clima de
coerção sobre o que ele e o cara do lado dele iam fazer, dado que os coroas
conversavam baixinho e olharam ao mesmo tempo para os dois, como se quisessem
deixar evidente a necessidade de se sentarem por serem mais velhos.
Num impulso, o cara da ponta se
preparou para levantar e aí puxou a corda do transporte, anunciando que
desceria no próximo ponto. Piranha que sou, vi pelo reflexo que isso deixou o
tarado meio puto, porque agora teria que sair também e ficar de pé. Pronto,
começou meu inferno. Por conta da conversa que tava tendo com a safada do grupo
de putaria, o gostoso ficou muito excitado, inadvertido de que faria o restante
do percurso de pé, completamente exposto e no meu campo de visão. A caralha
toda acumulada e torta pareceu até que tava me namorando, fora que uma das
bolas enormes de gordas ficou totalmente marcada na parte baixa do jeans,
definida além da cueca do pilantra. Aquela cara dele de quem nem era putão me
deixou todo estático no banco do ônibus, travado, porque não poderia
simplesmente me soltar e começar a rebolar, piscar o cu, que era o que estava quase
acontecendo.
-
"Que safado mais pilantra!" - pensei.
Eu
sabia que aquele macho tava tendo uma ereção das brabas, tanto pelo que viu,
quanto pelo diálogo com a mulher do grupo de putaria. Ficou tentado, ouriçado,
foi traído pelas probabilidades dos pontos de Subúrbia e acabou naquela situação.
Só que, sendo homem e desfrutando de um sistema baseado no patriarcado, ele não
fez por menos e decidiu dar ainda mais sentido à palavra safadeza: tirou o
celular do bolso, voltou a mexer e, com todo cuidado para manter a tela só para
si, provavelmente deu prosseguimento à conversa que estava tendo antes de
levantar. A julgar pelo rosto sorridente, certamente foi o que aconteceu, mas
isso só me favoreceu, porque o cacete não desceu um só minuto. Teve momento que
até achei que a vara tava pulsando, bem vibrante por baixo de um tecido
relativamente pesado. O ovo devia estar bastante apertado, de tão marcado no
desenho do jeans claro, que parece que ainda deixa o cara mais gostoso do que
já é. Quando o piranho levantou o braço grosso e abriu a janela lateral, tive a
sorte de ficar muito perto da axila estufada e definida dele, além de cheirosa
e marcada pelo suor. Quase respirei cara à cara com o sovaco delicioso e farto
de pelos, conseguindo me inebriar pelo cheiro de desodorante que só quem era
íntimo dele sentiria.
-
"Safado do caralho!" - não estava conseguindo controlar minha mente
de pensar sobre o maluco de pau durão e conversando putaria pouco à minha
frente, quase que do lado.
Vira
e mexe ele até passava o braço na testa para tentar se livrar do calor que tava
fazendo, e aí eu obviamente aproveitava para observar os pelos maravilhosos
socados ali, junto com a umidade do corpo exalada na blusa. Um macho suando é
um macho suando, sempre muito sincero e tentando se aliviar. Um macho sendo
macho. Quando achei que não teria tanta sorte assim de contemplar um safado de
pau durão dentro do ônibus, eis que o puto decidiu ir ainda mais longe com todo
o show de exposição sendo dado. Ele descobriu o contato com a parte lateral do
banco e encostou todo o corpo de propósito, só para, fingindo que era pelo
aperto do transporte, brincar de ficar roçando contra o assento.
-
"Ah, não..!"
Isso
sim me fez piscar feito não sei o que, porque, se pudesse, o cara estaria
socando um punhetaço bem grosso ali mesmo. Ou então fodendo na malícia, bem
intocado e entocando, no sentido cu da palavra. Cru. O ônibus balançando e o
piranho mexendo e remexendo o quadril agressivo e cheio de fome, de um lado
para o outro, bem insistente mesmo, nem aí para quem fosse mais atento e
pudesse vê-lo daquele jeito. Salvo pela lotação da condução, que foi enchendo
até chegarmos ali. Uma das mãos grossas e veiudas segurando no ferro do encosto
do banco logo à minha frente, próxima. Não exatamente segurando no ferro, mas
espalmada na parte da cabeceira do assento, me dando a impressão de que talvez
fosse a alça que ele gostaria que quem transasse com ele tivesse, pra ficar
mais fácil de segurar enquanto faz o trabalho atrás, da mesma maneira que
estava fazendo no banco, quase empurrando e furando a lateral.
-
"Que tesão da porra!" - meu pau mesmo tava quase explodindo, pulsando
ao mesmo tempo que o cuzinho não parava de piscar, quase que já úmido pela
safadeza assistida de outro putão.
A
luxúria objetificante me deixou muito excitado, com o rabo pegando fogo. As
veias na mão dele, a grossura dos dedos, o puxão engatado na ponta do ferro, o
tranco em não parar de olhar a tela do celular, mexer o quadril e garantir a
ereção evoluindo cada vez mais para uma gozada em público. O maluco tava
prestes a extrapolar todos os limites e ejacular sem dó, botar os filhos pra
fora com muita intenção, tudo grosso, quente, bem pegajoso dentro da cueca
melada e leite porracento. Resultado do tesão de um macho que não sabe se
controlar e tem que cuidar de si mesmo, porém sempre dando aquele toque a mais
de putaria personalizada, do próprio jeitinho.
-
"Sssss! Se deixar, ele vai leitar a porra toda! Será que a mulher dele
sabe dessa safadeza?"
Ego
sexual e apetite comportamental, quando o jeito da pessoa é tão afrodisíaco e
excitante quanto sua performance na cama. Pode ser que, pro cara, aquele banco
era a representação do que pretendia fazer caso a mulher estivesse ali, e por
isso estava tão extrovertido daquela maneira, chegando a ofegar e suar. Pude
perceber até os mamilos endurecendo através da blusa, além de, em alguns
momentos, ele mesmo se perder em tanto tesão roçado contra o banco, os ovos
coçando, e acabar se esquecendo de que estava num ônibus. Olhava para cima,
quase que fechando os olhos, visivelmente entregue ao teso, só faltou mesmo
gemer.
-
"Só pode ser brincadeira!"
Senti
o coração batendo muito forte, pensei brevemente no que fazer e, decidido,
fechei os olhos e encostei a cabeça na parte de trás do meu próprio assento,
fingindo que estava dormindo. Como quem não queria nada, permiti que minha mão
apoiada na traseira do banco da frente fosse escorregando, meio que descendo
entre a lateral e o corpo do puto, que nem se ligou no que estava acontecendo,
de tão apertados estávamos, além do papo rolando solto no whatsapp. Nem 9h da
manhã, eu quase tremendo de nervoso, porém me arriscando. Até que fiz,
escorreguei a mão toda e, no solavanco de tanto vai e vem, o malandro acabou
cedendo ao balanço do ônibus e me deixou permanecer ali, ciente ou não disso.
As costas do meu pulso foi onde a grossura da ferramenta bateu logo de cara,
sendo que pude sentir a truculência das bolas pesadas e brutas insistindo em me
pincelar.
-
"Caralho! SSSS!" - eu tava pra explodir por dentro.
O
tranco do puto só fez aumentar, principalmente quando notei que ele, depois de
alguns minutos me furando, me arrastando e me alisando com a pica, desistiu de
continuar lendo no celular, guardou o aparelho e acabou por se prender ao
ônibus e ganhar ainda maior contato e equilíbrio para foder a minha mão presa
ao banco. Senti tanto rabiscar, tanta pressão e tanto ovo de homem passando por
mim que, naquele momento, a primeira coisa que pensei em fazer ao sair dali foi
cheirar e lamber muito meu pulso. Abri os olhos de relance e percebi o puto
mordendo o lábio inferior, um dos pés na ponta do dedo, a cintura já perdida em
estocar minha mão e o começo do antebraço, empenado e todo torto, sem parar um
segundo de roçar. Até que, num dado momento, travou o movimento todo para um
lado, segurou firme nos ferros e fechou os olhos, abrindo bem pouquinho a boca.
Estava chegando ao êxtase da fodelança com um mero banco de transporte público.
-
"Ffffff" - em silêncio, pude ouvi-lo se entregando à necessidade de
dar uma gozada farta, pra colocar bastante leite pra fora.
Nossos
corpos em contato íntimo, ainda que desapercebidos. Os ovos enxertados de um
macho de sei lá quantos anos mandando ver contra mim. Só faltou ele me segurar
pra leitar. Típico pirocudo que sabe que é difícil escolher
roupa, de repente até a esposa dele tinha o conhecimento de que chegava a ser
complicado na hora de comprar peças íntimas, por exemplo. Imaginem só na sunga?
Se bobear, ele até achava engraçado quando ela dava algum "surto de
ciúme", como se tivesse culpa de ter um picão tão grande que, mesmo na sunga de praia, virava pescoços de
mulheres e homens ao redor. Aquele macho deveria ser proibido de andar pelas
ruas, de tão desastroso era seu efeito falocêntrico. Quem mandou nascer bem
dotado? E o pior ou melhor de tudo: sabia disso!
-
"Hmmmmm! Arhhhh!"
Antes
de terminar o show de putaria que deu, ele finalmente olhou para baixo e meio
que avaliou o estrago feito. Percebeu que havia uma mão próximo de onde sarrou
e, sem medo, mirou bem na minha cara, só que continuei fingindo que tava
dormindo, como se desse a ele o álibi pelo qual estava procurando. O sujeito
olhou para um lado, olhou para o outro, pensou por alguns segundos e fez um
semblante do qual não vou esquecer tão cedo, que foi uma cara de indignação
misturada com orgulho. Pareceu incomodado, mas não menos merecedor do título de
safado ou tarado, por conta de tudo que fez em público e com outro cara de
objeto.
-
"O ônibus tá lotado, chapa! Não posso fazer nada!" - aposto que ele
queria ter me dito algo desse tipo, só para tentar justificar a safadeza que
jamais suspeitou ter rolado enquanto se aliviava.
Ou
será que ele sabia? Nem sabíamos os nomes um do outro, talvez nunca mais nos
encontrássemos novamente, tampouco alguém nos conhecia para ser possível de chegar
aos ouvidos da namorada ou esposa do cara o que tinha rolado entre a gente no
ônibus. Pensei até nos possíveis amigos viados que ele deveria ter, e que,
certamente, seriam doidos para fazer qualquer putaria com ele, sem ter alguma
chance, enquanto eu, num mero dia de sorte, pude desfrutar da firme esgrima que
a caceta grossa do malandro foi capaz de treinar contra minha mão.
Poucos pontos à frente, perto do
centro de Subúrbia, o ônibus parou e aí uma parte do pessoal desceu, incluindo
o piranho que tava sarrando em mim. Quando pensei que seguiria muito tranquilo
até meu destino, acabei sendo surpreendido pela mesma probabilidade escancarada
que me fez testemunhar o aliviar de um safado bem à vontade. O mesmo
flamenguista taludo, que estava dormindo lá na frente do ônibus, levantou e
veio andando pelo corredor. Talvez pelo sono e por influência do tesão matinal,
a mala tava visivelmente animada, tão descarada quanto o semblante dele de
cansaço, o rosto amarrotado de quem acabara de acordar. Percebi que o assento
do qual ele levantara estava tomado pelo sol e aí entendi, só que, acima de
qualquer suspeita, o cara simplesmente sentou no espaço vago ao meu lado, se abriu
todo com as coxas e voltou a dormir. Eu até olhei para trás e vi poucos
assentos vazios, então fiquei me perguntando o porquê daquilo, como se pudesse
existir qualquer intenção acima do comum, mas o cara flamenguista só quis
dormir.
-
"Eu mereço, eu mereço.."
Camiseta
do flamengo, braços bem feitos e com muques salientes, bermuda para deixar de
fora as pernas peludas e as canelas rígidas, os pés em chinelos e ele todo
solto, segurando a mochila no colo. Cabeça encostada para trás do banco, boca
meio aberta e roncando. Mesmo sem levantar os braços, vi alguns pelos dos
sovacos querendo respirar, e foi aí que me dei conta do delicioso perfume de
macho que o malandro tava usando, me deixando completamente inebriado, de uma
tal forma que nem sei definir. Ele tinha as mãos com dedos grossos, tipo ogrão,
brutamontes, com uma certa barriguinha, barba contornando o rosto, sem bigode, cabelo
curto e preto. Com o balanço da condução e a dormência, acabou que a perna dele
ficou toda contra a minha, os pelos sarrando na pele à medida em que subíamos e
descíamos pelas vias.
-
"Subúrbia nunca teve tantas curvas e lombadas, sinceramente!" -
reclamei mentalmente.
Num
dos dedos, um anel de prata tão grosso quanto ele próprio, as unhas bem
desenhadas e com um delineado meio escuro. Talvez trabalhasse com algum tipo de
tinta ou graxa, vai saber, mas o cheiro próprio dele, sabe? Aquele cheiro
estava me cobrindo, um odor gostoso de homem delicioso, que sabe foder do
jeitinho certo, trepar sem qualquer neura. Aquele cara que dá aula de meteção
quando o assunto é cu, que sabe preencher bem um rabo sem nem se esforçar
tanto. O principal: sem barriga tanquinho, um quase ursão inteiraço, cujos pés
pranchados me trouxeram muita água à boca. Se ele era comprometido, então eu
com certeza chegaria em casa com o cheiro do macho de alguma sortuda! Pensei no
quanto os casais deveriam se esforçar para, num mundo cada vez mais possível e
sem fronteiras, se manter fiéis e não vacilar, sendo que ali estava eu,
totalmente passível de sentir o cheiro pessoal de um putão daquele porte, além
de poder visualizar o corpo entregue ao sono, obviamente que sem tocá-lo. Se a
mochila descesse um pouco, poderia até ver o quanto de tesão matinal ele estava
sentindo, mediante o volumoso cacete entre as coxas de jogador. Com certeza era
a bolsa que estava escorando a vara de saltar do short molinho, ajudando a
preservar a integridade visual do marmanjo: eu poderia até vê-lo e desfrutá-lo
com os olhos, mas não tão facilmente assim.
-
"Só tem safado nesse bairrinho?"
Passei
o resto do meu percurso lidando com o cheiro forte dele em mim, até que o puto
começou a despertar um pouco antes de eu descer, jogou os braços para cima e
despreguiçou o corpo. Os pelos das axilas deram bom dia ao dia e a mim, a boca
aberta e o rugido do flamenguista me deixaram desconsertado, piscando novamente
com tamanho jeito de torcedor maludo. Tive até que me lembrar de não manjar
tanto assim, mas foi muito difícil, principalmente cara à cara com os sovacos. O
marmanjo desceu dois pontos antes de mim, só então fiquei sozinho no banco, repensando
tudo pelo que acabara de passar.
-
"Que loucura!"
E é
por causa dessas e de outras que digo e repito: se você é viado, ônibus é um
problema! Esse era um adendo crucial a ser feito, além de muito importante
lembrar. Daquelas cenas homoeróticas que dão água na boca e mexem com a gente
justamente por margearem o conteúdo da masculinidade. É o bom prato que se come
pelas beiradas, antes de chegar ao meio; a entrada do banquete da macharia; a
mamada quente e babada que precede a penetração bem lubrificada.
-
"Se tu não manja disso, não vá em Subúrbia!"
__________
Quando os vizinhos descobriram, por
exemplo, que Marlon quase já havia sido pai três vezes, ficaram desgostosos com
a presença do molecote em cima de suas lajes, pisando suas cabeças, soltando
pipa e fumando maconha como se a vida fosse pura vadiagem e molequice adulta. A
rixa virou guerra aos poucos, principalmente depois que o instinto piranho do
rapaz entrou na fofoquinha. Ninguém poderia simplesmente tolerar a marra de um
moleque abusado, de apenas 17 anos, prestes a se tornar um homem, preparado
para pisar no mesmo chão que todos eles.
_______________________________
1. André Martins está vivo e ele mostra a cara lá no instagram @cafucaria às vezes!
2. O wattpad removeu todas as minhas obras e por isso eu não posto mais nada lá. A partir de hoje, uso somente a CDC e também este blog.
+ instagram: goo.gl/bxxkr1 @cafucaria
+ twitter: @andmarvin_
+ facebook: goo.gl/V7H2qG
+ e-mail: andmarvin@yahoo.com
Por isso adoro ficar lá no fundão do ônibus, sentado nos bancos do corredor para quando passarem dar uma sarrada no meu ombro...
ResponderExcluirSafadão! UHAUHAHS <3
ExcluirQue delicia um maludo no ônibus <3 amei e ansiosa pra quando rolar um sexo!!!
ResponderExcluir<3
Excluir