sábado, 3 de novembro de 2018

4- Ônibus é um problema! [+VÍDEOS]

IMPORTANTE LEMBRAR:

homoerotismo

substantivo masculino

1.

PSICOLOGIA
relação erótica, sem ser necessariamente sexual e genital, entre pessoas do mesmo sexo.
2.
PSICANÁLISE
satisfação encontrada por meio de um objeto do mesmo sexo; homossexualidade.


ÔNIBUS É UM PROBLEMA!
            O Rio de Janeiro continua lindo. Difícil de ler e de dizer isso, né? Pois bem, a cidade maravilhosa nunca esteve tão mais perigosa do que atualmente, em 2017~2018. Consigo explicar sobre o sentido histórico e social que envolvem o contexto urbano, mas sinto que está muito além disso, sendo uma questão geracional, envolvendo eras de pessoas e famílias. Tudo que estou dizendo até aqui pode parecer apenas um blablablá científico, mas vou começar a explicar o lado prático da coisa e aí tenho certeza que serei entendido. Faço a pergunta: você, que é viado ou mulher, já percebeu que tem muito homem gostoso circulando pela rua ultimamente? Se a resposta for não, é melhor começar a reparar. Se for sim, falemos a respeito disso, porque, principalmente no Rio de Janeiro, já não se pode presumir o momento exato em que levaremos um tiro, vindo de qualquer direção. Sim, está muito perigoso morar aqui, a gente precisa andar de colete 24h por dia. Vamos do começo.
            Costumo sair cedo de casa, por volta das 7h. Quem mora no subúrbio do Rio de Janeiro e utiliza transporte público sabe bem como é a situação nesse horário. Normalmente, pego um ônibus que vem de Bangu. Bangu é uma parte significativa da Zona Oeste, que, para quem não sabe, é a maior parte do estado do Rio de Janeiro, muito embora a imagem da cidade esteja quase sempre relacionada ao Redentor, que fica na Zona Sul. Pois bem, por que estou contando isso? Porque Bangu é um dos maiores antros de cafuçu do RJ. Homens criados na marra da deliciosa mistura proveniente da interseção do rural com o urbano: machos aptos para o serviço pesado, como também para a vivência do escritório e do fogo da cidade grande, caso necessário. Pequenos e grandes homens com seus portes e hábitos explícita e brutamente masculinos, além de quase nenhum modo e restrições diante do público. De Bangu, vêm aqueles cafuçus cansados do dia anterior. Uns putos divididos entre estatura mediana, tipo os baixinhos invocados e com cara de ruins, até os altões, com feições de quem havia arranjado briga no bar na noite passada, onde encheu a cara e foi carregado por mais três para casa. Pra quem é viado observador, mora no Rio e depende de transporte público, ônibus é um problema! Não eram nem 8h da manhã quando fiz sinal e o enorme transporte feito de metais parou diante de mim. As portas da frente se abriram, o frio do ar condicionado veio para fora e olhei para dentro, tomando meu primeiro sinal de que seria um longo percurso.
- Bom dia! - sou sempre educado com todo mundo, então cumprimentei aquele exemplar de macho trabalhador que me surgiu logo cedo.
Como disse, nem 8h da manhã, e já me deparei com um maluco estilo trintão, tipo desses que por muito pouco ainda tá solteiro, porém continua sempre envolvido em algum rabo de saia por aí. Branco, queimadinho de sol, antebraços grossos e peludos, posicionados para fora da blusa do uniforme da empresa de ônibus, e com uma tatuagem tipo maori ao redor da carne. Uma mão grossa sobre a marcha, a outra presa na circunferência do volante, o começo do peitoral exposto por conta dos primeiros botões abertos e alguns pelos aparecendo. Poucos subindo pelo pescoço, também grosso, e se transformando na barba cerrada e preenchida por todo o rosto bruto de trabalhador. Que tesão foi ter a porta aberta por ele e dado de cara com alguém tão atraente.
- Bom dia! - ele respondeu educado.
E que bom dia, por mim já havia começado com um tiro de motorista. A calça do puto era na cor preta, bem uniforme de companhia de viação, descendo pelas coxas e o pé enfiado na embreagem, preparado para soltá-la aos poucos. Até que passara a primeira marcha do veículo. Quem usa dessa linha, sabe que os motoristas também desempenham o papel de trocadores, então aproveitei que o macho tinha que dar atenção à pista e a mim e fui lambendo seu corpo com os olhos. Separei duas notas de dois, o cara estendeu a mão e ali as coloquei, observando atento a espessura da pele da palma enorme, bem grossa. Imaginei quantas vezes num dia aquela pata não deveria, sem querer, talvez num momento de semáforo fechado, repousar deliciosamente sobre o volume entre as coxas, dando uma ou outra pegada para incentivar o sangue a continuar fluindo vigorado, sem descansos. Uma mão com jeito de que tava acostumada a bater em lombo que fica de quatro na frente do motorista, pra fazer pegar no tranco. O puto girou a outra sobre o volante e começou a fazer uma curva. A inclinação do ônibus me obrigou a segurar nos ferros, sendo que tive total campo de visão para avaliar o tamanho da caceta bem acumulada e bastante preenchida no volume da calça preta. A barba dele se misturava às costeletas nas laterais da face e ajudava a formar o cabelo, todos os pelos estando na mesma altura ideal. Uma espécie de trintão meio ursinho, o corpo entre o magro e o médio, pouco maior que eu e com aspecto de pai no começo da família. Ou seja, uma delícia! O saco acumulado no volume de pica devia estar cheio de leite para dar início à árvore genealógica que seria capaz de construir.
- Obrigado! - o puto liberou a catraca e aí pude finalmente passar.
Diante do corredor do ônibus, que por sinal não estava tão lotado, começa o segundo desafio do viado quando toma transporte público. Se estiver muito cheio, muito provavelmente a situação vai exigir jogo de cintura, porque uma sarração pode começar a qualquer momento, independente de ser proposital ou não. Mas, se não tiver, aí vêm aqueles detalhes que só os mais observadores são perspicazes o suficiente para ir atrás de olhar. Exemplo, eu estava num ônibus não tão cheio, porém sem qualquer lugar para me sentar. Observei vários caras diferentes e, de manhã, quase todos eles estavam dormindo. Negros, morenos, pardos, brancos, para tudo quanto era gosto. Um deles com camiseta do flamengo, bermuda, touca e chinelos, indo para algum lugar que, a julgar pelas roupas e também pela mochila, não pareceu o trabalho. Canelas e panturrilhas taludas, de quem realmente joga bola, além de pelos claros. Barbicha, carinha de novo, mas também não menos capaz de currar um buraco. Não subestimo machos! A altura da camiseta no peitoral me permitiu ver os pelos, e essa visão acabou comigo, fiquei louco, principalmente porque o puto estava cochilando de braços um pouco afastados do tórax, então vi também as axilas estufadas e tão atraentes de se olhar. Atrás dele, outro de óculos, com carinha de inocente, porém uma mala que não sei como o rapaz ao lado conseguia não ficar manjando o tempo todo. Vários, diversos machos espalhados ao meu redor. Mas só um me fez caminhar pelo corredor, como se não quisesse nada, e parar diante dele, sem levantar qualquer suspeita de que isso aconteceu exclusivamente por tamanha gostosura e visão aguçada para uma putaria bem detalhada.
            O maluco tava sentado naqueles bancos elevados da parte traseira do ônibus, então não pude descrevê-lo por completo logo de cara, porque ficaria evidente se olhasse diretamente por muito tempo. Blusa azul, com as mangas do tipo que apertam os braços e dão a impressão de que o homem tá bem mais forte do que o normal, não que ele já não tivesse a carcaça básica de touro, todo duro e saboroso de olhar. Meio careca, de cavanhaque levemente marcado, sorriso no rosto, olhar de malvado, cara de safadão de primeira linha e prestando total atenção no próprio celular. Tatuagens pelo braço. A mala parcialmente saltada na calça jeans, um bolão à esquerda, me dando certeza de que alguma coisa estava acontecendo. Ao chegar perto, um senhor que estava sentado atrás dele se levantou e puxou o sinal para descer no primeiro ponto de Subúrbia, que fazia parte do trajeto diário. Eu aproveitei e sentei no lugar vago, ficando exatamente atrás do careca gostoso, que não parou um minuto de mexer no telefone, me deixando bastante curioso. Poucos segundos após ter me acomodado, olhei pelo reflexo da janela entre nós e aí pude ver tudo que estava sendo feito na tela do celular. Logo de cara, me espantei com a cena: era um grupo de whatsapp com muita imagem de putaria explícita, majoritariamente de mulheres nuas ou transando. 8h da manhã, o ônibus ainda em Subúrbia e um marmanjo daqueles vendo pornografia dentro do transporte coletivo. Como se não bastasse, o puto começou a teclar com o que pareceu ser uma das mulheres do grupo.
- "Safada do caralho!" - a fome talvez fosse um detalhe da presença do bairro, talvez por isso que os mais diversos machos se sentiam diferentes quando ali passavam. - "E do cuzinho, rola vídeo?"
Aquela ousadia me deixou muito molhado logo cedo, porque jamais imaginei testemunhar uma coisa daquelas. No meu ângulo de visão, foi um custo conseguir ler exatamente o que estava escrito, só que a curiosidade ficou ainda mais atiçada do que antes, então não cogitei parar. Se conseguisse chegar o pescoço pouco mais à frente, talvez pudesse até ver a caceta dele reagindo ao papo com a moça. À essa noção de me saciar enquanto ele fazia o mesmo foi perversamente impossível de resistir.
- "Um bucetão desses pra tu e tu querendo cu?!" - ela respondeu sem papas na língua. - "Tu é viado!?"
O maluco riu sem escrúpulos, mexeu os ombros e me deu a impressão de estar se patolando ao fazê-lo, não pude confirmar. Aí digitou e mandou na lata.
- "Buceta eu já tô acostumado, coração. Hoje em dia tem que ter aquele diferencial, sabe?"
O lado objetificador do machismo aflorou de ambos os lados, nas duas concepções, tanto dele quanto dela.
- "Quem gosta de cu é viado!" - a mulher zombou.
E ele não deixou por menos.
- "Brota no RJ que eu te mostro como soco numa xota, sua safada!! Vai sair de perna bamba, tenho ctz!!"
Ela tampouco.
- "Vou te engolir, seu fraco!"
- "Duvido, aqui não falta disposição! Vai sobrar pica e leite pra tu o fim de semana todo, piranha!!"
Enquanto não estava teclando afoito na tela do celular, o puto ficava com um riso meio torto de lado, além de mexer e apertar com o dedão o volume de caceta preso na calça. Como tinha alguém sentado ao seu lado, talvez por isso ele estivesse bastante cauteloso no que estava fazendo. Só que, como nem toda felicidade é plena, eis que, com o fluxo natural de homens entrando e saindo do ônibus, o espaço começou a ficar bem pequeno e, não obstante, dois velhinhos se aproximaram de onde o puto do safado tava sentado. E aí ficou um certo clima de coerção sobre o que ele e o cara do lado dele iam fazer, dado que os coroas conversavam baixinho e olharam ao mesmo tempo para os dois, como se quisessem deixar evidente a necessidade de se sentarem por serem mais velhos.
            Num impulso, o cara da ponta se preparou para levantar e aí puxou a corda do transporte, anunciando que desceria no próximo ponto. Piranha que sou, vi pelo reflexo que isso deixou o tarado meio puto, porque agora teria que sair também e ficar de pé. Pronto, começou meu inferno. Por conta da conversa que tava tendo com a safada do grupo de putaria, o gostoso ficou muito excitado, inadvertido de que faria o restante do percurso de pé, completamente exposto e no meu campo de visão. A caralha toda acumulada e torta pareceu até que tava me namorando, fora que uma das bolas enormes de gordas ficou totalmente marcada na parte baixa do jeans, definida além da cueca do pilantra. Aquela cara dele de quem nem era putão me deixou todo estático no banco do ônibus, travado, porque não poderia simplesmente me soltar e começar a rebolar, piscar o cu, que era o que estava quase acontecendo.
- "Que safado mais pilantra!" - pensei.
Eu sabia que aquele macho tava tendo uma ereção das brabas, tanto pelo que viu, quanto pelo diálogo com a mulher do grupo de putaria. Ficou tentado, ouriçado, foi traído pelas probabilidades dos pontos de Subúrbia e acabou naquela situação. Só que, sendo homem e desfrutando de um sistema baseado no patriarcado, ele não fez por menos e decidiu dar ainda mais sentido à palavra safadeza: tirou o celular do bolso, voltou a mexer e, com todo cuidado para manter a tela só para si, provavelmente deu prosseguimento à conversa que estava tendo antes de levantar. A julgar pelo rosto sorridente, certamente foi o que aconteceu, mas isso só me favoreceu, porque o cacete não desceu um só minuto. Teve momento que até achei que a vara tava pulsando, bem vibrante por baixo de um tecido relativamente pesado. O ovo devia estar bastante apertado, de tão marcado no desenho do jeans claro, que parece que ainda deixa o cara mais gostoso do que já é. Quando o piranho levantou o braço grosso e abriu a janela lateral, tive a sorte de ficar muito perto da axila estufada e definida dele, além de cheirosa e marcada pelo suor. Quase respirei cara à cara com o sovaco delicioso e farto de pelos, conseguindo me inebriar pelo cheiro de desodorante que só quem era íntimo dele sentiria.
- "Safado do caralho!" - não estava conseguindo controlar minha mente de pensar sobre o maluco de pau durão e conversando putaria pouco à minha frente, quase que do lado.
Vira e mexe ele até passava o braço na testa para tentar se livrar do calor que tava fazendo, e aí eu obviamente aproveitava para observar os pelos maravilhosos socados ali, junto com a umidade do corpo exalada na blusa. Um macho suando é um macho suando, sempre muito sincero e tentando se aliviar. Um macho sendo macho. Quando achei que não teria tanta sorte assim de contemplar um safado de pau durão dentro do ônibus, eis que o puto decidiu ir ainda mais longe com todo o show de exposição sendo dado. Ele descobriu o contato com a parte lateral do banco e encostou todo o corpo de propósito, só para, fingindo que era pelo aperto do transporte, brincar de ficar roçando contra o assento.
- "Ah, não..!"
Isso sim me fez piscar feito não sei o que, porque, se pudesse, o cara estaria socando um punhetaço bem grosso ali mesmo. Ou então fodendo na malícia, bem intocado e entocando, no sentido cu da palavra. Cru. O ônibus balançando e o piranho mexendo e remexendo o quadril agressivo e cheio de fome, de um lado para o outro, bem insistente mesmo, nem aí para quem fosse mais atento e pudesse vê-lo daquele jeito. Salvo pela lotação da condução, que foi enchendo até chegarmos ali. Uma das mãos grossas e veiudas segurando no ferro do encosto do banco logo à minha frente, próxima. Não exatamente segurando no ferro, mas espalmada na parte da cabeceira do assento, me dando a impressão de que talvez fosse a alça que ele gostaria que quem transasse com ele tivesse, pra ficar mais fácil de segurar enquanto faz o trabalho atrás, da mesma maneira que estava fazendo no banco, quase empurrando e furando a lateral.
- "Que tesão da porra!" - meu pau mesmo tava quase explodindo, pulsando ao mesmo tempo que o cuzinho não parava de piscar, quase que já úmido pela safadeza assistida de outro putão.
A luxúria objetificante me deixou muito excitado, com o rabo pegando fogo. As veias na mão dele, a grossura dos dedos, o puxão engatado na ponta do ferro, o tranco em não parar de olhar a tela do celular, mexer o quadril e garantir a ereção evoluindo cada vez mais para uma gozada em público. O maluco tava prestes a extrapolar todos os limites e ejacular sem dó, botar os filhos pra fora com muita intenção, tudo grosso, quente, bem pegajoso dentro da cueca melada e leite porracento. Resultado do tesão de um macho que não sabe se controlar e tem que cuidar de si mesmo, porém sempre dando aquele toque a mais de putaria personalizada, do próprio jeitinho.
- "Sssss! Se deixar, ele vai leitar a porra toda! Será que a mulher dele sabe dessa safadeza?"
Ego sexual e apetite comportamental, quando o jeito da pessoa é tão afrodisíaco e excitante quanto sua performance na cama. Pode ser que, pro cara, aquele banco era a representação do que pretendia fazer caso a mulher estivesse ali, e por isso estava tão extrovertido daquela maneira, chegando a ofegar e suar. Pude perceber até os mamilos endurecendo através da blusa, além de, em alguns momentos, ele mesmo se perder em tanto tesão roçado contra o banco, os ovos coçando, e acabar se esquecendo de que estava num ônibus. Olhava para cima, quase que fechando os olhos, visivelmente entregue ao teso, só faltou mesmo gemer.
- "Só pode ser brincadeira!"
Senti o coração batendo muito forte, pensei brevemente no que fazer e, decidido, fechei os olhos e encostei a cabeça na parte de trás do meu próprio assento, fingindo que estava dormindo. Como quem não queria nada, permiti que minha mão apoiada na traseira do banco da frente fosse escorregando, meio que descendo entre a lateral e o corpo do puto, que nem se ligou no que estava acontecendo, de tão apertados estávamos, além do papo rolando solto no whatsapp. Nem 9h da manhã, eu quase tremendo de nervoso, porém me arriscando. Até que fiz, escorreguei a mão toda e, no solavanco de tanto vai e vem, o malandro acabou cedendo ao balanço do ônibus e me deixou permanecer ali, ciente ou não disso. As costas do meu pulso foi onde a grossura da ferramenta bateu logo de cara, sendo que pude sentir a truculência das bolas pesadas e brutas insistindo em me pincelar.
- "Caralho! SSSS!" - eu tava pra explodir por dentro.
O tranco do puto só fez aumentar, principalmente quando notei que ele, depois de alguns minutos me furando, me arrastando e me alisando com a pica, desistiu de continuar lendo no celular, guardou o aparelho e acabou por se prender ao ônibus e ganhar ainda maior contato e equilíbrio para foder a minha mão presa ao banco. Senti tanto rabiscar, tanta pressão e tanto ovo de homem passando por mim que, naquele momento, a primeira coisa que pensei em fazer ao sair dali foi cheirar e lamber muito meu pulso. Abri os olhos de relance e percebi o puto mordendo o lábio inferior, um dos pés na ponta do dedo, a cintura já perdida em estocar minha mão e o começo do antebraço, empenado e todo torto, sem parar um segundo de roçar. Até que, num dado momento, travou o movimento todo para um lado, segurou firme nos ferros e fechou os olhos, abrindo bem pouquinho a boca. Estava chegando ao êxtase da fodelança com um mero banco de transporte público.
- "Ffffff" - em silêncio, pude ouvi-lo se entregando à necessidade de dar uma gozada farta, pra colocar bastante leite pra fora.
Nossos corpos em contato íntimo, ainda que desapercebidos. Os ovos enxertados de um macho de sei lá quantos anos mandando ver contra mim. Só faltou ele me segurar pra leitar. Típico pirocudo que sabe que é difícil escolher roupa, de repente até a esposa dele tinha o conhecimento de que chegava a ser complicado na hora de comprar peças íntimas, por exemplo. Imaginem só na sunga? Se bobear, ele até achava engraçado quando ela dava algum "surto de ciúme", como se tivesse culpa de ter um picão tão grande que, mesmo  na sunga de praia, virava pescoços de mulheres e homens ao redor. Aquele macho deveria ser proibido de andar pelas ruas, de tão desastroso era seu efeito falocêntrico. Quem mandou nascer bem dotado? E o pior ou melhor de tudo: sabia disso!
- "Hmmmmm! Arhhhh!"
Antes de terminar o show de putaria que deu, ele finalmente olhou para baixo e meio que avaliou o estrago feito. Percebeu que havia uma mão próximo de onde sarrou e, sem medo, mirou bem na minha cara, só que continuei fingindo que tava dormindo, como se desse a ele o álibi pelo qual estava procurando. O sujeito olhou para um lado, olhou para o outro, pensou por alguns segundos e fez um semblante do qual não vou esquecer tão cedo, que foi uma cara de indignação misturada com orgulho. Pareceu incomodado, mas não menos merecedor do título de safado ou tarado, por conta de tudo que fez em público e com outro cara de objeto.
- "O ônibus tá lotado, chapa! Não posso fazer nada!" - aposto que ele queria ter me dito algo desse tipo, só para tentar justificar a safadeza que jamais suspeitou ter rolado enquanto se aliviava.
Ou será que ele sabia? Nem sabíamos os nomes um do outro, talvez nunca mais nos encontrássemos novamente, tampouco alguém nos conhecia para ser possível de chegar aos ouvidos da namorada ou esposa do cara o que tinha rolado entre a gente no ônibus. Pensei até nos possíveis amigos viados que ele deveria ter, e que, certamente, seriam doidos para fazer qualquer putaria com ele, sem ter alguma chance, enquanto eu, num mero dia de sorte, pude desfrutar da firme esgrima que a caceta grossa do malandro foi capaz de treinar contra minha mão.



            Poucos pontos à frente, perto do centro de Subúrbia, o ônibus parou e aí uma parte do pessoal desceu, incluindo o piranho que tava sarrando em mim. Quando pensei que seguiria muito tranquilo até meu destino, acabei sendo surpreendido pela mesma probabilidade escancarada que me fez testemunhar o aliviar de um safado bem à vontade. O mesmo flamenguista taludo, que estava dormindo lá na frente do ônibus, levantou e veio andando pelo corredor. Talvez pelo sono e por influência do tesão matinal, a mala tava visivelmente animada, tão descarada quanto o semblante dele de cansaço, o rosto amarrotado de quem acabara de acordar. Percebi que o assento do qual ele levantara estava tomado pelo sol e aí entendi, só que, acima de qualquer suspeita, o cara simplesmente sentou no espaço vago ao meu lado, se abriu todo com as coxas e voltou a dormir. Eu até olhei para trás e vi poucos assentos vazios, então fiquei me perguntando o porquê daquilo, como se pudesse existir qualquer intenção acima do comum, mas o cara flamenguista só quis dormir.
- "Eu mereço, eu mereço.."
Camiseta do flamengo, braços bem feitos e com muques salientes, bermuda para deixar de fora as pernas peludas e as canelas rígidas, os pés em chinelos e ele todo solto, segurando a mochila no colo. Cabeça encostada para trás do banco, boca meio aberta e roncando. Mesmo sem levantar os braços, vi alguns pelos dos sovacos querendo respirar, e foi aí que me dei conta do delicioso perfume de macho que o malandro tava usando, me deixando completamente inebriado, de uma tal forma que nem sei definir. Ele tinha as mãos com dedos grossos, tipo ogrão, brutamontes, com uma certa barriguinha, barba contornando o rosto, sem bigode, cabelo curto e preto. Com o balanço da condução e a dormência, acabou que a perna dele ficou toda contra a minha, os pelos sarrando na pele à medida em que subíamos e descíamos pelas vias.
- "Subúrbia nunca teve tantas curvas e lombadas, sinceramente!" - reclamei mentalmente.
Num dos dedos, um anel de prata tão grosso quanto ele próprio, as unhas bem desenhadas e com um delineado meio escuro. Talvez trabalhasse com algum tipo de tinta ou graxa, vai saber, mas o cheiro próprio dele, sabe? Aquele cheiro estava me cobrindo, um odor gostoso de homem delicioso, que sabe foder do jeitinho certo, trepar sem qualquer neura. Aquele cara que dá aula de meteção quando o assunto é cu, que sabe preencher bem um rabo sem nem se esforçar tanto. O principal: sem barriga tanquinho, um quase ursão inteiraço, cujos pés pranchados me trouxeram muita água à boca. Se ele era comprometido, então eu com certeza chegaria em casa com o cheiro do macho de alguma sortuda! Pensei no quanto os casais deveriam se esforçar para, num mundo cada vez mais possível e sem fronteiras, se manter fiéis e não vacilar, sendo que ali estava eu, totalmente passível de sentir o cheiro pessoal de um putão daquele porte, além de poder visualizar o corpo entregue ao sono, obviamente que sem tocá-lo. Se a mochila descesse um pouco, poderia até ver o quanto de tesão matinal ele estava sentindo, mediante o volumoso cacete entre as coxas de jogador. Com certeza era a bolsa que estava escorando a vara de saltar do short molinho, ajudando a preservar a integridade visual do marmanjo: eu poderia até vê-lo e desfrutá-lo com os olhos, mas não tão facilmente assim.
- "Só tem safado nesse bairrinho?"
Passei o resto do meu percurso lidando com o cheiro forte dele em mim, até que o puto começou a despertar um pouco antes de eu descer, jogou os braços para cima e despreguiçou o corpo. Os pelos das axilas deram bom dia ao dia e a mim, a boca aberta e o rugido do flamenguista me deixaram desconsertado, piscando novamente com tamanho jeito de torcedor maludo. Tive até que me lembrar de não manjar tanto assim, mas foi muito difícil, principalmente cara à cara com os sovacos. O marmanjo desceu dois pontos antes de mim, só então fiquei sozinho no banco, repensando tudo pelo que acabara de passar.
- "Que loucura!"
E é por causa dessas e de outras que digo e repito: se você é viado, ônibus é um problema! Esse era um adendo crucial a ser feito, além de muito importante lembrar. Daquelas cenas homoeróticas que dão água na boca e mexem com a gente justamente por margearem o conteúdo da masculinidade. É o bom prato que se come pelas beiradas, antes de chegar ao meio; a entrada do banquete da macharia; a mamada quente e babada que precede a penetração bem lubrificada.
- "Se tu não manja disso, não vá em Subúrbia!"


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            Quando os vizinhos descobriram, por exemplo, que Marlon quase já havia sido pai três vezes, ficaram desgostosos com a presença do molecote em cima de suas lajes, pisando suas cabeças, soltando pipa e fumando maconha como se a vida fosse pura vadiagem e molequice adulta. A rixa virou guerra aos poucos, principalmente depois que o instinto piranho do rapaz entrou na fofoquinha. Ninguém poderia simplesmente tolerar a marra de um moleque abusado, de apenas 17 anos, prestes a se tornar um homem, preparado para pisar no mesmo chão que todos eles.


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2. O wattpad removeu todas as minhas obras e por isso eu não posto mais nada lá. A partir de hoje, uso somente a CDC e também este blog.

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4 comentários:

  1. Por isso adoro ficar lá no fundão do ônibus, sentado nos bancos do corredor para quando passarem dar uma sarrada no meu ombro...

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  2. Que delicia um maludo no ônibus <3 amei e ansiosa pra quando rolar um sexo!!!

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