Meu nome é Daniel,
tenho 1,74m, 97kg, estatura mediana, sou bastante gordo, tenho a pele entre o
pardo e o branco e o corpo rechonchudo. Quando eu completei 18 anos,
praticamente uma semana depois do aniversário, fiz as poucas malas que tinha e
caí fora da casa da minha mãe. Eu já era meio que da pá virada, sabia me virar
sozinho e trabalhava desde os 16, por isso decidi que era a hora de me livrar
daquela convivência insuportável com o macho dela, um cara arrogante,
homofóbico, gordofóbico e de comportamento hipócrita, além de mega machista. A
gente não se dava nem um pouco bem, minha mãe era cega e apaixonada por ele,
então me cansei de tudo e eu mesmo me coloquei pra fora daquela casa, pra fora
daquela vida. Até poderia ter ficado lá, mas sabia que era afeminado, gordo e
viado demais pra continuar me submetendo à índole abusiva daquele arrombado,
por isso meti o pé.
Foram poucas semanas
morando no quarto de um amigo e procurando por trabalhos flexíveis, bicos e
trampos em meio período, por vezes me deparando com todo tipo absurdo de vaga,
até que finalmente encontrei aquela oportunidade que me pareceu imperdível:
"REPÚBLICA DOS LEÕES PROCURA por alguém - de preferência homem - que
queira limpar a casa e lavar a roupa de três homens durante a semana, com boa
remuneração e podendo morar com a gente. Se souber cozinhar é ainda melhor e receberá
mais. INÍCIO IMEDIATO! Mais informações, tratar com Rômulo no número..".
Assim que eu li que se tratavam de três machos vivendo na mesma república,
soube imediatamente o porquê daquela vaga citar preferência por um empregado em
vez de empregada, afinal de contas, que mulher se sentiria confortável cercada
por três universitários desconhecidos, dormindo na mesma casa que eles e ainda
tendo que limpar, faxinar e cozinhar pros marmanjos? Eu, por outro lado, pensei
que era a oportunidade ideal praquele momento da minha vida, principalmente
pela possibilidade de poder dormir na república com os caras, ou seja, teria um
teto pra ficar e não precisaria de me submeter à vida ridícula com o macho
escroto da minha mãe. Sem nem pensar duas vezes, salvei o número de contato que
estava no anúncio e, assim que possível, marquei uma conversa pessoalmente.
A República dos Leões
era uma espécie de sobrado que ficava na região central do Rio de Janeiro, num
bairro majoritariamente residencial e com cara de boemia carioca. Meu primeiro
choque ao chegar na Lapa foi o ônibus que peguei de manhã cedo, cujo motorista
me deixou de queixo caído às plenas seis da matina. Vestido com aquele típico
uniforme de empresa de viação, o homem era um pouco mais alto que eu, tinha o
corpo taludo e bem preenchido na calça social pacotuda e também na blusa de
botões. Uma barriga de leve, vários pelos espalhados no peitoral meio exposto,
a pele branca já úmida de suor e um jeito sério e ao mesmo tempo atraente,
muito maludo e gostoso. Tatuagem de maori dando a volta num dos braços fortes,
barba cerrada ao redor da face máscula, cabelo batidinho e aliança no dedo, me
deixando hipnotizado e anestesiado com a quantidade absurda de minhoca bem
acumulada e amassada no volume de pica entre as coxas.
- Bom dia! - tentei ser educado com o trintão delicioso.
Mas mal fui passando pela roleta, o cara me olhou pelo espelho e fez
cara de cu.
- Bom dia é o caralho, vacilão! Tu tinha que agradecer por eu ter parado
fora do ponto, ô seu donzelo do caralho!
Eu não acreditei naquela marra toda pra falar comigo, isso porque não
eram nem sete da manhã.
- Nossa, moço! - fiz cara de surpreso. - Pra que essa falta de educação
tão cedo!?
- É o que, seu filho da puta?! Filhinho de mamãe! - o cara fez como se
fosse levantar do assento de motorista e aumentou o tom de voz comigo. -
REPETE, MOLEQUE! Vacilão do caralho!
Sem saber se ele estava falando sério ou só botando medo, eu nem esperei
duas vezes e já me mandei pro final do ônibus, não querendo arriscar pra
descobrir qual era a do motorista. O que o puto tinha de gostoso, tinha também
de estressado, pelo visto, mas tentei não deixar isso acabar com o resto do meu
dia, afinal de contas, estava indo conhecer aquele que seria meu novo ambiente
de trabalho e também de convívio com outros caras, todos universitários.
Quando cheguei no local
indicado, parei em frente ao portão do sobrado e fiquei admirado pelo bom
estado de conservação e também com o tamanho do terreno. A fachada era na cor
azul clara, com uma varanda, rede de dormir, uma bicicleta encostada na parede,
um corredor externo conduzindo à parte traseira da casa, a porta de entrada da
sala de estar e até um segundo andar. Eu tava só observando os detalhes físicos
da construção, quando escutei um barulho e vi a porta da sala abrindo, seguindo
de um assobio curto e meio cantarolado vindo lá de dentro.
- Sempre vai embora, sem olhar pra trás.. - um moleque com cara de
novinho saiu e começou a cantar, ao mesmo tempo em que batucava com a mão
enorme contra a capa de um caderno grosso. - Grita, bate nos peitos, jura que
não volta mais..
Ele tava de calça jeans clara e justa nas coxas e nas panturrilhas,
tênis de molas e blusa do uniforme de escola pública, meio cinza e com os
braços pouco fortes de fora. A pele negra, o corpo entre o magrinho e o taludo,
uma das sobrancelhas riscadas, o cabelo disfarçadinho e descolorido no loiro,
assim como o bigodinho e a barbicha no queixo. Algumas poucas espinhas no rosto
e a cara de quem tinha uns 18, 19 anos de idade. Foi só me ver, que o molecote
parou de cantar e aí eu o cumprimentei.
- Opa, bom dia! Você que é o Rômulo?
Ele veio até o portão, apoiou os braços por cima dos ferros e falou como
se quisesse rir, por qualquer razão.
- Não, eu sou o Jax. - esticou a mão enorme na minha direção e eu tratei
de apertá-la. - Tu deve ser o Daniel, né?
O aperto firme e forte entre nós foi o suficiente pra eu saber que o
contato com o tal Jax seria intenso e difícil, caso eu fosse mesmo trabalhar e
morar ali na República dos Leões.
- É, isso. Eu liguei e marquei com o Rômulo de ver a casa e tal, sobre a
vaga que vi na internet. Ele chegou a comentar?
- Falô, falô sim. - ele confirmou e passou o antebraço contra o nariz,
ao mesmo tempo em que amassou a rola na calça com a outra mão. - Pô, tu quer
dar uma olhada na casa agora? Entra aí, entra aí!
Eu não sabia pra onde olhar e fiz o máximo possível pra não ficar
manjando o Jax na cara de pau.
- Se não for te incomodar. Dá licença, viu?
- Que nada, pode entrar! - ele abriu o portão e me deixou passar. -
Rômulo avisou que tu vinha cedo, mas eu não tava ligado que já era hoje. Tem
caô não, chega aí!
- Beleza. É, eu avisei pra ele que queria começar o quanto antes, sabe?
Tô meio quebrado de grana e tal.
- Ele deve ter falado e eu que não lembro, hehehehehe! Chega mais.
À julgar pela hora, o molecote certamente estava indo pro colégio, mas
eu queria começar o trabalho o quanto antes, até porque não tinha mais lugar
pra ficar. Fomos falando e ele me conduziu até à sala da república, que tinha
dois sofás, TV, mesa de jantar, estante com livros e uma escrivaninha com um
computador de mesa.
- Então, Daniel. A parada não tem erro. - ele começou a explicar. - Aqui
é uma república só no nome, porque eu sou o único que ainda estuda. Os outros
caras só trabalham e passam a maior parte do tempo fora de casa, é capaz de tu
quase não ver ninguém junto.
- Nossa, sério!?
- Sério! Geral é meio ocupado por aqui.
- Entendi, entendi.
Confesso que saber disso me deixou até mais tranquilo pra limpar e
faxinar a casa, porque não seria incomodado ou atrapalhado por ninguém passando
e sujando os lugares que eu já havia limpado. Parados na sala de estar, Jax me
mostrou o espaço e continuou explicando.
- Eu tô terminando o ensino médio de manhã e trampo de entregador de
tarde até de noite na pensão que tem aqui na esquina, tu chegou a ver?
- Hmm, acho que cheguei a ver sim. No começo da rua, né?
- Isso! Tu só vai me ver aqui pela manhã e no fim da noite, indo ou
voltando pro colégio e pro trampo. Fim de semana eu costumo ficar em casa, mas
sábado eu só chego de manhã, depois do baile! Hehehehehe!
- Ah, saquei! Menino festeiro, ein? - tentei entrosar. - Hahahaha, tá
certo!
- É isso, irmão! Hehehehe!
Jax foi andando em direção ao corredor, mas antes parou e apontou pro
computador de mesa.
- Aquele pc ali é pra quem quiser usar, beleza? Geralmente só o Amadeu
usa, e aí é interessante se tu passar um álcool em gel antes de encostar,
porque ele só usa pra ver pornô! Hahahahahaha!
- Sério? - eu não soube como reagir, mas caí na risada junto com ele. -
Não acredito! Hahahaha!
- Papo reto, Daniel! Ele quase não fica dentro de casa, mas quando entra
é pra ver pornô, aquele cearense safado! Diz que não tem paciência pra ficar
desenrolando mulher e não gosta de gastar muito dinheiro com puta, vê se pode?!
Só de ouvir isso, já imaginei um macho de porte grande, com jeito de
ruim e comportamento sexualmente explícito, do tipo safado assumido e cafajeste
de primeira. Olhando pro Jax, meu cuzinho piscou e eu não tive como não pensar
no tal Amadeu, tentando mentalizar como seria quando o cearense canalha me
visse faxinando a casa. O molecote foi andando pelo corredor e eu o segui.
Paramos na primeira porta, ele abriu e mostrou.
- Aqui é o banheiro.
Confesso que esperei um lugar imundo, mas só vi mesmo coisas fora do
lugar, desorganizadas, sem muita sujeira. Chuveirão, vaso sanitário, armário
com espelho e três cestos de roupas diferentes, dois deles cheios e um vazio.
- Cada um tem seu próprio espaço pras roupas sujas e a gente quer alguém
que lave pelo menos duas vezes na semana. Tu acha que dá conta, Daniel?
- Com certeza, mano! Essas tarefas comuns de casa eu domino
tranquilamente, desde que eu tinha 16!
- Papo reto?
- Sim! Sou muito acostumado com a vida doméstica, Jax! Esse banheiro
aqui vai ser moleza!
- Que bom, mano!
Saímos dali e ele me levou até à segunda porta do corredor. Abriu,
entramos e aí eu soube onde estava toda a bagunça daquela casa.
- Esse aqui é o meu quarto, Daniel. Ou melhor, é o nosso quarto, que a
gente vai dividir caso tu queira mesmo ficar aqui. Eu admito que tá uma zona,
mas é porque eu saio de manhã e só volto à noite, tá ligado? Fim de semana só
quero curtir e relaxar, aí essa bagunça só acumula.
Roupas espalhadas pelas duas camas de solteiro, pelo chão e por cima dos
móveis, entre meias, cuecas, calças, blusas e shorts de tactel mole. Um armário
grande e repartido em três espaços, dois deles cheios e um vazio. Até prato
sujo tinha por ali, me dando a impressão de que o Jax era muito sem tempo
mesmo.
- O Amadeu acha a casa muito quente e só dorme naquela rede que tá lá na
varanda, tu viu? Pra te mandar a real, às vezes nem aqui ele dorme, por causa
de umas obras que ele trampa e que são longe pra caralho, tá se ligando? É
muito raro ele dormir dentro de casa. Só quando tá frio pra caralho, e mesmo
assim dorme no sofá, não gosta de cama. Então essa aqui é minha e aquela ali
fica pra tu, pode ser?
- Entendi. Nas vezes que o Amadeu dorme em casa, ele prefere a rede ou o
sofá, quando tá muito frio pra dormir lá na varanda, né? - andei até minha
futura nova cama e sentei no colchão macio. - Bom, então por mim tudo bem! Eu
vou transformar esse lugar num quarto novinho em folha em poucas horas, você
vai ver! Hehehehe!
- Porra, tomara, maluco! Porque tá precisando de uma geral mesmo, sabe
qualé?
O pilantra disse isso, levantou da própria cama e novamente deu aquela
pegada safada e sem jeito por cima do volume de rola mole dentro do jeans
massudo e inflado de pica. Eu não soube se era de propósito ou natural, mas
engoli a seco e continuei o seguindo pra fora do quarto, de volta ao corredor.
No final do caminho onde estávamos havia uma escada pro segundo andar, mas o
moleque deu meia volta e foi nos guiando pra parte traseira da república.
- E lá em cima, tem o que? - perguntei, bastante curioso.
- Ah, é lá que fica o quarto do Rômulo. Conhecendo ele como a gente
conhece, tu com certeza não vai precisar limpar lá em cima, Daniel! É menos
trabalho pra fazer, hehehehe!
Pensei por alguns instantes e lembrei que Rômulo foi o cara pra quem eu
liguei e tratei daquela visita que estava fazendo com o Jax. Era ele quem, a
princípio, morava na república e era o dono do imóvel, por isso alugava a
residência pra eles.
- Como assim? - muito curioso, não consegui segurar a curiosidade. - O
Rômulo é daquele tipo cuidadoso que gosta de limpar o próprio quarto?
- Não, nada cuidadoso! É que ele trampa de noite e de madrugada, daí
passa a maior parte do dia trancado, dormindo. Quando aparece é pra dar esporro
na gente, reclamar que tá faltando fazer compra e que o meu quarto tá bagunçado.
Só brota aqui pra avisar que vai expulsar alguém de casa.
- Eita! - fiquei com um pouco de medo. - E ele já expulsou alguém da
República?
- Se já expulsou? Porra, tá de sacanagem?! O Rômulo tá sempre botando
alguém pra fora daqui! Hahahahha! - Jax fez cara de surpreso, cruzou os braços
por cima do peitoral e isso dobrou a blusa do uniforme do colégio público. -
Posso te dar a visão, mano? Tenta ficar fora da vista dele. Papo reto contigo.
O Rômulo vive estressado e tá precisando trepar pra ver se fica menos
insuportável. Hehehehehe!
Eu mal acreditei no que ouvi, principalmente sendo dito com tanta
seriedade pelo molecote carismático e falando que me recebeu na República dos
Leões logo cedo pela manhã. Parado no fim do corredor, eu não soube o que dizer,
enquanto Jax continuava me olhando, meio que querendo rir.
- Cacete! Sério que esse cara é tão irritado assim?! Pô, tô fodido! -
reclamei.
- Ah, ele é sim, mas relaxa! A gente que mora aqui só vê o Rômulo uma
vez na vida e outra na morte. Tem uma saída lateral lá do segundo andar pro
lado de fora da república, não dá pra ver nem quando ele entra ou sai. Muito
difícil, Daniel, só se tu tiver muito azar!
Pensei por alguns poucos instantes, tentando enxergar o lado positivo
naquilo tudo que tava escutando.
- Entendi. Bom, é como você falou, se ele não quer que eu limpe lá em
cima, então é menos trabalho pra eu fazer, não é? Heheheh!
- É isso, cria! Tô ligado que tu vai tirar de letra!
Se eu já havia imaginado o Amadeu como um macho bruto e grande, a
definição que o Jax fez do Rômulo pra mim me deixou muito excitado, porque o
dono da casa parecia ser ainda mais possessivo e dominador do que o cearense punheteiro.
- Uma dúvida rápida. - me fiz de bobinho e tentei jogar verde, na
intenção de colher informação madura. - O Rômulo é casado, não é? Lembro de ter
lido algo sobre isso no anúncio. Será que ele é rabugento com a mulher também?
Fiz a pergunta como quem não queria nada, torcendo pro moleque não me
interpretar mal e não me achar fofoqueiro. Eu ainda nem conhecia ninguém além
dele na república, então não podia já chegar querendo saber de tudo, por isso
disfarcei ao máximo na hora de perguntar.
- Não, não, acho que tu leu errado, Daniel. - ele começou a responder. -
Que eu saiba, o Rômulo tem uma noiva, mas eles não moram juntos e o pai dela
detesta ele. Aí acaba que os dois quase não se encontram, por isso que esse
arrombado é estressado, por falta de sexo! Tá precisando esvaziar as bolas, tá
ligado, mano? HAhahahahaha! Foi mal, parei!
- Hahahahahaha! - também caí na risada, aproveitando pra entrosar ainda
mais com o garoto que dividiria seu quarto comigo. - Já vi que a gente vai se
dar bem, Jax!
- Tu acha? - o pilantra botou as duas mãos no meu ombro e apertou, me
guiando à cozinha e me deixando muito tenso sexualmente, por senti-lo me
comandando e ganhando a visão de toda minha traseira. - Porra, eu sou atentado,
Daniel! Ligado no 220, tu não vai parar de rir comigo! Hehehehehe!
- Isso é bom, eu gosto de gente animada! Hahahaa!
Fomos andando até à cozinha e o moleque não parou de apertar meus
ombros, conforme foi explicando como funcionava a dinâmica por ali.
- Tipo, aqui não tem muito mistério. Rômulo não come em casa, eu almoço
no colégio e trago janta da pensão pra mim e pro Amadeu. Ele almoça no trampo
dele também. Se tu conseguir cozinhar, vai ser uma mão na roda, tá ligado? A
gente pode rachar as compras do mês e deixar tudo contigo, se topar.
- Por mim tá ótimo. Eu sei cozinhar todo aquele básico, acho que dá pra
quebrar o galho. E peço umas dicas pra um amigo cozinheiro também, não vai ter
erro!
- Tem certeza, mano? Sei lá, tem gente que acha um porre cozinhar e
fazer mercado, tipo eu. Por isso que combinei com o Amadeu pra gente ver alguém
que manje dessas paradas!
- Que nada, eu dou conta, cara! Pode deixar tudo isso comigo, que tá
mais do que na mão! Já te falei que essa vida de casa eu domino, não tem erro!
- Hmmmm. - ele botou a mão no queixo, checou o relógio no pulso e alisou
o cabelo curto, disfarçado nas laterais. - Tô vendo que tu veio bem empenhado
mesmo, ein? E aí, será que já começa hoje?
- Só se for agora, Jax! E aí você já avisa
pro Rômulo que eu comecei hoje mesmo, tudo bem?
- Show, Daniel! Tamo junto então, eu vô me
adiantar que já tô atrasado pra porra da aula de Filosofia!
- Valeu, mano! Vai lá, boa aula pra você e
deixa que eu dou conta aqui. Essa casa vai tá outra quando você voltar, pode
ter certeza! Hehehehe!
O cafucinho passou as mãos pelas pernas da
calça, deu aquela boa sacada na rola pra ajeitar a posição das bolas sob o
jeans, riu de canto de boca e já foi se despedindo de mim com um aperto de mão,
sem se dar conta de que tinha acabado de se patolar e que passaria o cheiro da pica
pra mim. Nesse momento eu tive certeza de que a vida e o trabalho na República
dos Leões não seria tão fácil.
- Quero ver! Ó só, tudo que tu precisar de
limpeza tá naquele quartinho ali, falou? - e apontou pro canto da cozinha. -
Vassoura, pá, pano, sabão. Tá tudo ali.
- Tranquilo, Jax. Até mais tarde, então!
Assim que fiquei
sozinho pela primeira vez dentro daquela casa lotada de testosterona, fui
imediatamente mergulhado numa profunda sensação de liberdade extrema. Senti que
poderia fazer tudo que eu quisesse naquele precioso momento, que a República
dos Leões era minha e que todos aqueles machos que eu ainda sequer conhecia
também pertenciam a mim. Pareci um rei ou uma rainha quando me joguei no sofá e
despreguicei o corpo, só sentindo o cheiro forte de masculinidade que se
espalhava por toda a casa.
- Jax, Amadeu, Rômulo. - comecei a contar nos
dedos, falando sozinho comigo mesmo. - Qual dos três será que é mais gostoso?
Hihihihiih!
Levantei todo serelepe e fui em direção ao
banheiro. Peguei os cestos de roupas sujas, juntei com mais peças que estavam
espalhadas pelo quarto do Jax e joguei tudo em cima da máquina de lavar.
- Hmmmm, olha só pra isso!
O sol comendo do lado de fora da casa, eu
completamente sozinho e pegando cueca por cueca, só pra ter o prazer de
observar os tecidos, as marcas de mijo, os pentelhos dando bobeira, as fofuras
úmidas e frescas das bolas de cada um deles ainda presente em suas calças de
trabalho, uniformes do colégio, meias e roupas íntimas.
- Isso daqui é praticamente um self service
de macho, puta merda!
Estendi uma cueca slip, daquelas antigas, que
ainda não eram no formato de short da boxer, e percebi que estava toda furada e
com o elástico esgarçado. O tecido branco meio amarelado em determinadas
partes, como se um putão tivesse dado muita gozada no pano, pra não falar do
delicioso frescor de saco suado que ainda tava impregnado na costura.
- Pelo tamanho da cintura, isso aqui com
certeza é do tal do Amadeu! - não consegui me segurar, parei de simplesmente
observar e tive que levar aquela roupa diretamente ao nariz. - HHHmmmmfffFF! Aff,
esse macho deve ser um ursão grande da porra, isso sim!
Afundei as narinas com muito gosto bem no
meio da nata do cheiro e do sabor da testosterona aflorada do cearense,
imaginando que ele era enorme, forte, todo grandão e grosso, só pelo suculento
gosto do suor preso na roupa. Também o imaginei pentelhudo, considerando a
quantidade de cabelos que aspirei ali.
- Delícia, que tesão esse Amadeu! MMfffF!
No mesmo perfil físico daquela cueca, só
encontrei algumas calças jeans surradas e bastante sujas de cimento, areia e
terra. Deduzi que o puto trabalhava em obras e meu tesão só aumentou, porque
era certo que todo seu suor e esforço ainda estavam impressos e entranhados por
entre o jeans.
- Que horas será que esse macho chega do
trabalho? - falei comigo mesmo, enquanto cheirava as meias que revestiam os
pezões enormes e suados que o pilantra devia ter. - Será que ele aceita uma
massagem minha? O Jax disse que ele é punheteiro nato, de repente topa até uma
mão amiga! Hehehehehe!
O mais curioso sobre o Amadeu é que encontrei
apenas uma cueca que considerei ser dele. Ou seja, muito provavelmente aquele
macho que eu ainda nem conhecia não gostava de cueca e só andava com o bichão
solto, e essa certeza só fez meu cuzinho pegar ainda mais fogo, torcendo e
vibrando de vontade de ser preenchido pelo peão cearense. Eu olhava praquela
cueca toda esgarçada e queria que o canalha fizesse a mesma coisa com o meu
rabo ou com a minha boca, fazendo de mim sua caçapa e depósito pessoal de
leite, em vez de ficar batendo punheta e leitando a própria mão em vão.
- FFfFF, julgando pelo cheiro e pelo perfil
dessas roupas, o Amadeu deve ter um caralho branco, curto e grosso! Não sei
porquê, mas algo me diz isso! SSSsS! Aposto que é um cara que fode romântico,
colado, grudado no corpo da mulher, e que deve gozar rápido até! Hehehehe!
Minha imaginação estava à solta dentro
daquela república. E o melhor é que não havia qualquer escapatória,
considerando que o cheiro de testosterona aflorada estava empesteando todos os
cômodos daquela casa, por dentro e por fora de mim. Quando achei que não tinha
mais tesão pra pensar no Amadeu, eis que, remexendo nas roupas do cesto,
finalmente encontrei uma cueca boxer, porém menor e feita para um outro tipo
físico.
- Será que é do.. ? - perguntei pra mim mesmo,
já imaginando qual seria o odor da macharia.
Segurei nas mãos e não tive dúvidas: perfeita
para um macho com o corpo entre o magrinho e o definido, toda suada, com o
cheiro forte dos feromônios começando a entrar em erupção, bem no auge da
puberdade.
- Jax! - respirei fundo. - Hmmmmff, que
delícia de novinho marrento!
A parte de baixo era fofa e úmida, com todo o
sabor e tempero das bolas de um molecote cafuçu e piranho, que tá na idade de
ficar galudão mesmo, de bater punhetão mesmo, de comer piranha na pista também
e de acordar todo dia duro igual concreto, com o saco pesado e uma esporrada
abundante e grossa de argamassa masculina entranhando nos tecidos.
- Eu aposto que esse garoto é o maior
pirocudo! - pensei. - Aposto, ele não me engana! Deve ter pelo menos uns vinte
centímetros escondidos ali naquela calça!
Senti outra vez aquele cheiro maravilhoso de
macho novinho e o cuzinho entrou em combustão, aflito pra tomar ferroada tanto
do Amadeu, quanto do moleque Jax. Nas minhas mãos, tinha as meias e uma cueca
boxer usada do mais novo, ou seja, tinha comigo o suor das horas que ele
passava dentro de sala de aula, vira e mexe com o cacetão ficando duro e
impregnando cheiro de homem bom nos tecidos das roupas.
- Pelo visto não vai ser fácil conviver com
esse tanto de macho debaixo do mesmo teto, viu? - falei comigo mesmo. - Eu vou
ter que dar um bom jeito de disfarçar o quanto eu gosto de homem, senão-
- Dani, tu viu minha chave?
Senti um frio devorando minha espinha, o
coração disparou violentamente e eu logo virei o pescoço pro lado. Sem mais nem
menos, vi o próprio Jax parado na porta da copinha, olhando pra mim com a cara
mais normal possível, apesar de eu estar com a fuça enfiada nas roupas íntimas
dele.
- JAX?! Eu não, eu tô.. As chaves!? Não, eu..
- completamente perdido nas palavras, parei de cheirar as cuecas e fui pensando
numa boa desculpa pra justificar tudo que ele deve ter visto e ouvido nos
últimos segundos em que esteve parado ali. - Eu tava.. checando quais roupas
tão sujas e vão pra máquina, sabe?
Mas o cara nem se mostrou aí pra mim, só fez
que sim com a cabeça e insistiu na mesma pergunta de antes, como se nada
tivesse acontecido.
- Tu não viu uma chave perdida aí por cima,
não, Daniel? Porra, não sei aonde deixei a minha, o Rômulo vai ficar muito
pistola! - botou as mãos na cabeça. - Tô fodido, puta que pariu!
Eu aproveitei a deixa e também tentei ficar o
mais normal possível, esquecendo completamente do flagra que havia acabado de
acontecer e voltando minha atenção à maquina de lavar.
- Não vi nenhuma chave, não, Jax! Mas já sei
que se encontrar alguma durante a faxina provavelmente é sua, pode deixar
comigo! Não vou esquecer, não!
Apesar de estar disfarçando, eu ainda me
sentia bastante nervoso e desconsertado por ter sido pego com a mão na massa,
ou melhor, com o nariz inteiro na cueca que vestia diariamente a massa. Mesmo
longe daquelas peças de roupa e ajudando o molecote a procurar pela chave, pude
sentir o odor do saco daqueles machos preso nas minhas narinas. Jax, por sua vez,
ficou só alguns minutos na busca, em seguida desistiu e foi pro colégio sem as
próprias chaves.
Finalmente sozinho, só
então consegui me colocar no meu lugar e refletir sobre o que tinha acabado de
acontecer. Mais do que isso: o que viria a seguir? Minha maior dúvida não foi
se o moleque Jax me viu cheirando suas cuecas, porque isso ele definitivamente
viu. A pergunta que não queria calar era se ele realmente interpretou o meu ato
como nada demais. Se eu faxinaria e limparia a casa, então tinha que ter a
certeza de quais roupas estavam sujas ou não, e foi por isso que decidi dar
essa desculpa na hora que ele me pegou no flagra. A partir desse momento,
existem duas possibilidades iminentes: o Jax poderia ter mentido pra mim e
muito em breve contaria o que viu pro Amadeu e pro Rômulo; ou então ele
simplesmente levou tudo numa boa e nada aconteceria. Se a primeira opção se
tornasse real, ou eu seria criticado e rechaçado, ou então seria ignorado. O
fato é que ambas alternativas poderiam culminar no Rômulo descobrindo tudo e me
expulsando da República dos Leões, e se isso acontecesse eu não teria mais pra
onde ir, seria jogado na rua e ficaria à minha própria mercê.
Enquanto pensava em
todas essas questões, separei uma lista de coisas pra comprar no mercado e saí
pro ponto de ônibus, me perguntando também o que faria pro almoço. Quando o
transporte finalmente chegou e parou na minha frente, a porta dianteira se
abriu e eu vi aquele mesmo macho gostoso e babaca sentado no assento do
motorista. O de sempre.
- Ah, olha ele aí! - o idiota não conseguiu se segurar. - Se não é o
viado insuportável que gosta de jogar gracinha pros outros! Tudo tranquilo,
boiola?
Mesmo não querendo, eu não tive escolha e subi no ônibus com passos
fundos, mostrando o quão irritado estava me sentindo naquele instante. Como se
não bastasse a mente atribulada de pensamentos sobre Jax, agora teria que
aturar pelo menos dez minutos na presença daquele motorista implicando.
- Insuportável, eu? Hheehehehe! - debochei. - Vindo de alguém tão otário
como você, isso parece até um elogio!
- Hah! Otário, eu!?
- É, ué! Não fiz nada pra você e toda hora sou atacado! Só pode ser um
otário mesmo!
Pra completar, o ônibus tava vazio, ou seja, éramos somente eu e ele no
transporte, sem escapatória. Parei na roleta, passei meu cartão e fiquei
aguardando até que o cara liberasse a catraca pra mim, só que isso não
aconteceu e o pilantra só ficou me olhando pelo espelho, fazendo uma cara séria
e alisando a barba cerrada no rosto bruto.
- Vem cá, você não vai liberar essa merda,
não, meu amigo!? - deixei meu tom de desaforado sair, pro trouxa ver que eu não
ia tolerar ser ofendido. - Essa roleta vai acabar comendo o meu crédito, porra!
Foi aí que o marmanjo deu um soco contra o
volante e acelerou bruscamente com o ônibus, me deixando um pouco preocupado.
- Mas tu é muito desaforado mesmo, não é, não, ô sua bichinha!? - ele
aumentou a voz pra mim. - Tu tá desde cedo me afrontando, seu filhinho de mamãe
do caralho! Tá desde de manhã querendo render um assunto, seu mimadinho!
Eu quase não acreditei naquele jeito arrogante de falar comigo. Nem
pareceu que estava mesmo falando com um
motorista de ônibus.
- Ah, para de graça, cara! Você que tá sempre de mal humor e reclamando
de tudo! Parece até que não gosta de trabalhar, porra! - não consegui segurar a
boca. - Se tá insatisfeito com a vida, larga o emprego de motorista e deixa a
vaga pra quem gosta de trabalho, otário!
Sem mais nem menos, aquele demônio pisou em cheio no freio do veículo e
eu automaticamente fui lançado pro lado dele. Pensei que ia cair e me quebrar
no chão, mas consegui equilibrar o corpo e já corri pra passar pela roleta,
porque sabia que o bicho ia pegar.
- Aff, seu puto! Ghhh!
- Vai fugir pra onde, baitola?!
Atravessei o corredor, mas não havia pra onde correr, já que era ele
quem abria e fechava as portas. O marmanjo pulou a catraca como se não fosse
nada e veio andando rápido na minha direção, me cercando no canto do último
banco, lá no final do ônibus.
- Para com isso, maluco! Eu não fiz nada pra você, seu louco! Me deixa
em paz, porra!
O trintão me ignorou completamente. Subiu as mangas da blusa, mostrou os
músculos e me fechou todo contra a parede do transporte. Ele chegou com o rosto
tão perto do meu, que até pensei que fosse me dar um beijo de ódio, de tão
irado que ficou.
- Só não te meto a porrada aqui, porque tu é viado e vai falar que foi
homofobia minha. Eu não quero te bater porque tu dá o cu, quero te bater porque
tu é abusado pra caralho, seu arrombado! Tá querendo o que, me afrontar, seu
filho da puta?! Sabe há quantas horas eu tô acordado e sentado nessa porra de
ônibus?! Eu sou pago pra te levar nos lugares, não pra ficar dando sorrisinho e
sendo simpático com ninguém, não, seu cheira pica do caralho! Vai tomar no seu
cu!
Disse isso, deu meia volta e foi andando pro começo do veículo. Pulou a
roleta de novo, mais uma vez como se nada fosse, e me deixou sozinho lá atrás,
meio trêmulo e assustado, com medo daquele comportamento explosivo do
motorista. Por fim, o troglodita ligou o motor e voltou a trabalhar
normalmente. Seguimos o resto da viagem assim, apesar do demônio ter parado um
ponto depois de eu ter feito o sinal. Mas tudo bem, o sol da Lapa estava
agradável e eu adorei a ideia de caminhar e tomar um pouco de vitamina D.
Fiz as compras no
mercado sem demorar muito. Enquanto comprava tudo que era necessário pra
preparar o almoço e a janta, ainda liguei pro Davi, um amigo que é cozinheiro
profissional e que entende muito de comida, porque ele sim poderia me ajudar a
botar pra foder na cozinha. Confesso que meu objetivo inicial nem era tanto
esse, já que eu tinha que me garantir na faxina e na arrumação que daria na
República dos Leões, no entanto, depois de ter sido pego no flagra cheirando as
cuecas do Jax, agora eu tinha por obrigação andar na linha, fazendo tudo com o
máximo da competência e também do respeito possíveis. Qualquer vacilo e eu ia
parar no olho da rua, se é que já não tava com o meu destino comprometido,
depois desse vergonhoso episódio. Antes de sair do mercado, comprei uma barra
de chocolate e guardei no bolso da calça, porque sabia que provavelmente
precisaria dela muito em breve.
Assim que cheguei em
casa, ninguém havia sequer passado por ali ainda. Sendo assim, organizei as
compras, guardei a nota fiscal e comecei a preparar o almoço, calculando que
poderia fazer a faxina enquanto a comida ficava pronta. Levei no máximo vinte
minutos temperando carne e cozinhando um refogado, deixei o arroz no fogo e já
peguei a vassoura pra começar a varrer. Acho que fiquei quase duas horas direto
embalado nas atividades de limpeza, só parei pra ver as comidas no fogão e
mesmo assim logo retornei à faxina pesada. Quando terminei de arrumar a sala e
deixei o cômodo brilhando e novinho em folha, eis que a porta se abriu e um
macho sem blusa apareceu.
- Opa! Foi mal, sangue bom! Te assustei aí? Hehehehe!
Todo sujo de graxa, a barriguinha de leve sobressaindo, alguns pelos no
meio do peitoral estufado e o trapézio levemente saltado dos ombros, com um
cordão de São Jorge dourado pendurado. Tatuagem de um nome feminino num dos
muques, cara de trintão, aliança dourada e enorme no dedo anelar e só aquela marca
cinzenta da barba na face. Sem dúvida alguma, o cearense Amadeu era
completamente diferente do que eu imaginei.
- Não, não, que nada! Tudo bem? Cê deve ser o Amadeu, né?
Só depois que fiz a pergunta que me dei conta que o marmanjo não tinha
qualquer sotaque do Ceará, ou seja, dificilmente aquele ali seria o tal Amadeu.
- Tranquilão, parceiro! - ele limpou a mão gigantesca na bermuda surrada
e imunda, depois esticou pra mim e me cumprimentou bem firme e forte. - Não,
não, eu sou o Emerson. Prazer!
- Emerson? - não consegui lembrar de qualquer Emerson no anúncio do
Rômulo ou nas explicações do Jax. - Prazer! Eu sou Daniel, o novo colega de
quarto e também empregado aqui da república. Tô começando hoje, ainda sou novo
por aqui! Hehehehehe!
Foi eu dizer isso e os olhos do garanhão mudaram totalmente de
semblante.
- Ah, tu é novo aqui?
De macho desapercebido, o recém apresentado Emerson já transformou o
aperto de mão que me deu num meio abraço, como se já fôssemos conhecidos, se
mostrando muito carismático pra mim. Até demais, eu diria, porque a rola dele
no jeans surrado acabou passando sem querer na minha perna. Apesar disso, me
deixei levar e adorei entrar no jogo daquele borracheiro gostoso e imundo de
graxa.
- Porra, já que tu é novo aqui, então deixa que eu te mostro as regras e
as normas do Rômulo, hehehehe! Já devem ter te falado que tem um monte de
restrições por aqui, né?
Emerson tinha a pele branca e um pouco bronzeada, os antebraços e as
axilas peludos, e um corpo desenvolvido e chamativo, incendiando muito minha
atenção. O jeito dele de falar e de gesticular pareciam muito os de um
malandro, de macho casado que com certeza trai a esposa, mas que ninguém desconfia
disso.
- Regras? - me fiz de desentendido. - Como assim? Ih, ninguém me falou
nada disso, não. Será que você me explica?
- Claro, claro que explico. Até porque, é o tipo de coisa que todo mundo
que chega aqui tem que saber, entendeu?
Quanto mais ele gesticulava, mais o calor consumia seu físico, mais o
suor escorria e eu não conseguia parar de observar suas axilas úmidas e socadas
entre os braços fortes e o abdome meio parrudo.
- Aqui na república tem hora pro almoço ficar pronto, por exemplo. - Emerson
respirou fundo, como quem queria aspirar o odor da comida no forno. - Falando
nisso, tô sentindo um cheiro delicioso lá na cozinha, ein?! Que isso?
- Ah, é verdade! - continuei fingindo que era inocente diante do bofe. -
É que eu decidi começar logo, daí já fiz um almoção, que é pro pessoal avaliar
se eu posso ficar ou se eu saio da república. Espero que tenha ficado bom!
Não sei dizer se o puto estava percebendo as minhas olhadas, mas o fato
dele toda hora dar uma coçada no saco me deixou ainda mais hipnotizado,
facilmente seduzido por sua masculinidade explícita, natural e aflorada na fase
dos trintão.
- Caô?! - ele abriu um sorrisão. - Porra, será que tu é bom de cozinha
do jeito que eu tô pensando que é, Daniel? Hehehehe, vamo lá ver!
E saiu entrando, nem aí pra eu ter acabado de limpar a sala e o restante
da casa toda. Quando chegamos na cozinha, o pilantra esfregou as duas mãos
sujas de graxa, deu outra vez uma afofada inconsciente na caceta e já foi dando
as ordens.
- Porra, será que tu não botava um pratão pra mim, não, só enquanto eu
jogo uma água no corpo? Caralho, cheguei cansadão, tô mortinho do trampo na
oficina! Tô até com dor nas costas, Danizinho, ó? Tá foda!
Emerson disse isso de pé, ficou na ponta dos dedos e começou a se
despreguiçar. Uma cara de meninão pidão, todo se fazendo pra cima de mim e
ainda me chamando pelo apelido, sendo que não havia nem cinco minutos que a
gente se conhecia, se visto pela primeira vez na vida.
- HHmmmmfFFFF! - ele forçou todos os músculos do corpo pra liberar a
preguiça e o cansaço que estava sentindo. - Caralho, não sei se tô com mais
fome ou com sono! MMmmm!
Vendo aquele corpaço de trintão se despreguiçando e os pelos dele úmidos
pelo trabalho pesado da oficina, ficou mais do que óbvio que eu não poderia
deixar passar batido. O pior foi vê-lo todo aberto, exibindo os cabelos debaixo
do umbigo e com a bermuda mostrando o começo da pentelhada surgindo.
- Você quer que eu bote a sua comida? Hahahaha! Daqui a pouco vai querer
até que eu faça uma massagem, não vai, não? Um homem desse e tá cansado assim?
- eu ri.
Confesso que o coração disparou quando mandei essa ideia disfarçada de
zoação, mas acabou que o folgado do Emerson nem se abalou e tratou de me
responder com a maior naturalidade do mundo.
- Porra, até que não seria má ideia, parceiro! Vou te enganar não, tô
cheio de dor no ombro, ó? - o borracheiro fez cara de dor, puxou um braço com o
outro, mexeu o pescoço e gemeu. - FffFF, caralho, mas tu é bom de massagem,
Danizinho?! Porque a minha mulher é péssima, puta merda!
Eu não soube dizer se o Emerson era simplesmente muito tranquilo com
essa coisa de outro homem mexer no corpo dele, ou se de repente era mesmo um
maridão canalha e sem noção. O jeito como ele me respondeu foi tão natural, mas
tão natural, que acabou sendo gatilho pra me fazer lembrar da reação do Jax ao
me ver cheirando suas cuecas usadas.
- Eu sou bom de massagem sim! - respondi. - Aliás, eu sou bom num monte
de coisa, porque a comida que eu fiz também deve tá uma delícia! Hehehehe!
- Mal posso esperar! Hehehehe! - o puto esfregou as mãos e lambeu os
beiços, parecendo até um cão sem dono. - Deixa eu ver se tu é bom com as mãos
mesmo, vai, moleque? Mostra aí!
Sem mais nem menos, o puto sentou numa das cadeiras que estavam à mesa,
relaxou a parte de cima do corpo e respirou fundo, estufando o peitoral areado
de pelos curtos e dividido no meio.
- Ih, você vai se amarrar! Hehehehee! - fiquei muito animado e já fui me
posicionando atrás da cadeira dele. - Eu tenho mãos de anjo, pô! Hehehe!
- Quero ver, então! Vai lá.
Meu pensamento foi
apenas um: será que todos os machos da República dos Leões se sentiam bastante
confortáveis e relaxados com a presença de um cara cheirando a roupa deles,
enchendo o bucho deles de comida e ainda por cima fazendo massagem? Tudo bem
que era só meu primeiro dia de trabalho, mas era justamente por isso, por ser
apenas o primeiro dia, que eu tinha a sensação de que seria muito difícil de
viver ali. Em menos de cinco horas, eu já tinha sido flagrado pelo Jax,
cheirando suas cuecas, e nada aconteceu. Agora estava de pé na cozinha da
república, olhando pras minhas mãos trêmulas e parado atrás de um borracheiro
trintão, másculo e com aliança de casado no dedo, chamado Emerson.
- Tá preparado? - perguntei.
- Manda ver, Danizinho! Hjehehehe!
Meu nervoso só passou quando encostei meus dedos virgens na pele quente
e experiente dos ombros do pilantra. Senti que não poderia ficar muito tempo
parado, aí fiz a primeira pressão e comecei a massagear em movimentos
circulares, arrancando gemidos sinceros de relaxamento do safado.
- SSSsSS, porra! É bem aí, moleque! Cacete, fFFF!
- Aqui, Emerson? - fiz questão de repetir o nome dele enquanto apliquei
mais força. - Tá bem duro, sabia?
- É, é, foi porque fiquei pegando peso hoje cedo e.. AArghhSSSS! FFff,
porra, é aí mesmo, Daniel! Mmmmff, que dor!
Pra completar a situação, da posição onde eu estava, pude ver
nitidamente o físico suado e sujo de graxa do marmanjo. Ele tava de chinelos de
dedo, com os pezões enormes e veiudos de fora, me deixando cheio de água na
boca, pra não falar da camiseta do Flamengo presa na cintura, junto de um
celular pendurado.
- Nossa, mas esse músculo que liga o ombro ao pescoço tá muito travado,
Emerson! Que isso, cara?
- Tu acha, irmão? Porra, tá é doendo pra porra, isso daí! Fffff, afff!
Fingindo que entendia bem do assunto massagem, fui passando minhas mãos
pra lateral do corpaço do trintão com jeito de canalha e fiz que ia levantar o braço
dele. Ele entendeu o recado e suspendeu, me dando total acesso e visão do
sovacão peludo, com cheiro de graxa e úmido de suor. Quase delirei!
- HmmmmFFF, caralho, Danizinho! Pelo visto tu manja mesmo dessas porra,
ein? Ó? SssSSS, cacete!
- É, eu sei umas coisas ou outras. Isso aqui era pra tá mais relaxado,
ó? - cheguei bem perto o rosto da axila dele, conforme fui fazendo força pra
manter o bração forte pra cima, com os muques massudos e definidos. - Tenta
fazer força pra deixar um tempo assim, senão você vai continuar todo travado,
Emerson!
- Tem certeza, Daniel?
- Claro que tenho! Olha como tá duro?
Falei isso e deixei as mãos escorregarem pelo corpo suado e sujo de
graxa dele, chegando facilmente à região estufada daquele peitoral areado de
pelos, de quem começou a malhar e parou. Talvez esse fosse um efeito natural do
serviço pesado na oficina como borracheiro, resultando num físico que só me fez
querer babar ali mesmo.
- É melhor passar algum creme relaxante muscular depois que tomar banho,
pra poder soltar esses músculos, porque tá tudo preso. Não era pra você estar
sentindo tanta dor aqui, por exemplo, por
isso que eu sei que tá travado, ó? - apertei e ele deu outro gemido de
dor. - Viu só? Tudo duro.
- MMmfff! Tendi! Creme relaxante muscular, né? Onde que eu vou arranjar
isso?
- Com certeza a sua mulher deve ter algum desses em casa! É aquele tipo
de pomada que todo mundo usa quando sente qualquer dor, sabe?
- Porra, saquei! - ele puxou o celular do bolso, olhou que horas eram e
voltou a me dar atenção. - Será que se eu tomar um banho, então, tu vê essa
parada do creme pra mim? Senão eu não vou nem conseguir levantar pro trampo
amanhã, papo reto.
Ao ouvir isso, forcei as mãos sem dó contra o peitoral daquele macho
oportunista e abusado, só me perguntando como ele tinha tanta ousadia de pedir
a mim que fizesse aquele serviço, e não à própria esposa. A gente se conhecia
há, sei lá, dez minutos?
- Cê não vai mesmo desistir de ganhar essa massagem, né? - achei que era
melhor ir parando um pouco com a brincadeira e ir falando mais sério, pra ver
qual era a do Emerson comigo. - Quer porque quer receber uma massagem! Nem
parece que trabalha pesado, né, borracheiro? Hehehehe!
- Pô, é que eu tô todo dolorido, irmãozinho, sabe qual é?! - ele
insistiu na desculpinha de dor e fez a típica cara de quem não tava se
aguentando dos ombros. - Minha mulher é muito ruim de massagem, te falei! Ela é
foda, é capaz de eu sair mais quebrado ainda, falando sério! Hahahahaha!
Diante dessa liberdade, as palmas das minhas mãos roçaram contra os
mamilos do Emerson, que senti intumescerem imediatamente ao toque sensível da
minha pele sedosa. Foi nesse mesmo momento que ele deu o primeiro gemido
diferente dos outros, como se não sentisse mais dor e sim prazer.
- AAahnssSSS! FFfFFf, porra, Danizinho!
- Que foi, doeu? - fiz a pergunta de um jeito bem cínico, cheguei a
morder meu lábio, de tão animado que me senti.
Dentro de mim, tinha plena certeza de que o macho trintão não tava
sentindo dor nenhuma, só tesão e muita vontade de foder. O fato dele ter ficado
em silêncio diante da minha pergunta só confirmou isso, pra não falar dos olhos
fechando e dos gemidos saindo deliberadamente pela boca.
- Tá gostando? - perguntei, dando atenção exclusiva aos mamilos dele e
massageando com gosto a pele sensível, só pro cafajeste ficar de pau durão. -
Ou tô te machucando?
Só então ele abriu os olhos, me olhou e ficou com a boca meio aberta,
observando enquanto eu me dedicava ao seu relaxamento físico. Fiquei meio sem
graça, mas ri, porque soube que aquela era a maior tensão sexual que podia
existir entre nós.
- AAffff, tu é bom mesmo com essa mão, ein? Porra! OrrghsSSS!
- Achou?
- Porra, se eu achei? Tá zoando? Tô sentindo meu pescoço de novo,
moleque! Ó?
O malandro mexeu a cabeça pros lados, forçou o braço no sentido horário
e me mostrou como o ombro já estava melhor. Nesses movimentos com o corpo, ele esticou
uma das pernas e, posicionado atrás de sua cadeira, eu vi aquela massa
cavernosa de pica sobressaindo firme e forte contra o jeans, muito bem
acumulada e massuda entre as coxas do borracheiro. Minha boca encheu d'água,
meus olhos se perderam e quando dei por mim o Emerson tava me olhando.
- Qual foi, Danizinho? Agora foi tu que travou aí, é? Hehehehe! Trava
não, pô! Continua, vai?
Fez o pedido e esperou. A caceta então deu uma pulsada violenta e quase
chegou a saltar de dentro do jeans surrado e sujo de graxa do piranho. Senti
que o safado queria rir, mas não o fez, então mantive meu disfarce e não
entreguei as manjadas que tava dando naquele picão grosso, massivo e pesado.
- Não, nada, é que.. - pensei muito rápido, até senti cheiro dos
neurônios queimando e comecei a suar de nervoso. - Nunca achei que fosse ficar
bom na massagem assim, entendeu? Da última vez que eu tentei, meu primo
reclamou à beça de dor e tal.
Por mais que eu tentasse me segurar e andar na linha, a visão da
serpente pulsando e me chamando era impossível de ser ignorada, testando os limites
do meu controle sexual no extremo.
- Ele reclamou da tua massagem? Porra, caô?! - o macho fingiu que nada estava
acontecendo, que não tava ficando de pau durão, e me respondeu normalmente. -
Que isso, então teu primo não soube desfrutar dessas mãos, só pode! Hehehehe!
Tu tem as mãos de anjo, irmão! Me salvou legal!
Aquela ali era sua borracha, a jibóia com a qual ele satisfazia a mulher
todas as noites e que agora estava sofrendo os efeitos do meu toque,
respondendo aos desejos das minhas mãos saboreando seu físico de adúltero
canalha.
- Ih, que nada. Tamo aqui pra isso, cara!
Quando achei que não tinha como melhorar, eis que, em uma única pulsada,
a vara engordou e dobrou de tamanho, chegando a tomar parte da coxa esticada do
pilantra. Estava vívida, se mexendo, ganhando forma, dimensão e peso, se
tornando impossível de não ser vista, não ser manjada na cara de pau mesmo.
Olhei pros chinelos dele e vi até os dedos dos pés se contorcendo, indicando
que só podia estar ficando galudaço.
- Eu ainda vou querer aquela massagem com o creme relaxante muscular
depois do almoço, ein? Vô só jogar uma água no corpo!
Ao mesmo tempo que disse isso, Emerson levantou da cadeira sem qualquer
receio, e aí a rola grossa e pesada se mostrou toda desenhada no jeans, que
ficou protuberante e vividamente deslocado pra frente, por conta do tesão aflorado.
- Deixa comigo! - falei e olhei pra tora pulsando no tecido. - Vou botar
o teu almoço, você toma banho, come e depois eu te dou essa massagem relaxante,
fechou?
- Por mim tá ótimo, moleque! Tu sabe massagear bem um pezão desse? - me
mostrou a sola e eu quase pedi em casamento ali mesmo, de tão gamado que fiquei.
- Também tô todo dolorido das coxas, tá ligado?
- Massagear pezão assim que nem o teu é comigo mesmo, Emerson! Pode
deixar comigo, que eu vou pegar pesado depois do almoço! HEhehehe!
Quando me ouviu dizer isso, o pilantra perdeu o medo, riu com o canto da
boca e atolou a mão enorme por dentro da bermuda surrada, mexendo com gosto e
com glória naquela maçaneta gostosa, encorpada e com o cheiro vivo de sua
masculinidade aflorada.
- Pode pegar pesado mesmo, que eu tô precisando! - ele falou.
Emerson era inegavelmente um putão muito do atraente, principalmente
sendo borracheiro, estando todo suado e sujo de graxa. A mão sem parar de mexer
naquela rola espessa e bojuda, eu sem conseguir parar de ver e ele me olhando
de volta.
- Vou pegar pesado mesmo, você vai ver! - murmurei, achando que ele não
ia ouvir, mas ele ouviu. - Vai ficar gemendo, de tão relaxado com as minhas
mãos.
- Hmmm, só de imaginar eu já fico relaxado, hehehe! - vi aquela caralha
dando outra pulsada dentro da bermuda, não tive como não ver. - Falando em
pesado, trabalhei tanto hoje que eu que tô com o cheiro pesadão, Daniel, papo
reto!
Até que, lentamente, o canalha deu dois passos na minha direção e tirou
os dedos de dentro da bermuda, estendendo no ar e me deixando hipnotizado, sem
conseguir parar de olhá-los.
- Cheiro de suor, é? - eu quase não conseguia falar, só manjando os
dedos úmidos dele acenando contra mim. - Trabalho de oficina é serviço pesado,
né não?
Queria muito enfiá-los no nariz, lamber aquelas mãos gigantes e sentir o
gosto e o cheiro bruto de um macho canalha, casado, trintão e com jeito de
borracheiro borrachudo, tirado a putão.
- É, é trampo pesado mesmo. - o gostoso sentiu o próprio cheiro, todo
natural e viril, e isso quase me fez cair de joelhos ali mesmo. - Fico com mó
cheirão de suor, se ligou? Por isso que é melhor jogar uma água no corpo antes
de tu me dar uma massagem, né não?
A vontade era de dizer que eu massagearia ele naquele estado mesmo, todo
suado, exausto e cansado do serviço pesado ao longo da manhã, mas me contive e
pensei duas vezes.
- É melhor mesmo, Emerson! Vai lá tomar banho, então. - respondi. - Eu
te espero, vou terminando a faxina enquanto isso.
Queria toda a essência dos sentidos daquele malandro pra mim, mas tinha
que me controlar e esperar até que ele desse a partida entre nós, até porque eu
tava chegando na república agora, não tinha nem um dia de vivência lá dentro.
- É, eu vou. - o puto falou. - Vou só pegar uma toalha.
E parou na minha frente, com os dedos enfiados no próprio nariz e
sentindo seu cheirão de borracheiro trabalhador. A gente ficou se olhando, ele
rindo e esperando pelo meu movimento. Foi aí que, completamente fraco e
desestabilizado, eu não me contive e acabei cedendo cedo demais.
- Esse cheiro é tão bom assim, é? - perguntei.
- Não sei se tu vai achar bom que nem eu acho, Danizinho. Se liga s-
Quando senti que o marmanjo ia finalmente botar aquele mãozão suado,
enorme e bem temperado de pica, espalmado no meio da minha cara, eis que a porta
da sala fez barulho e um homem desconhecido e totalmente aleatório surgiu no
final do corredor, chamando imediatamente nossa atenção e interrompendo de
maneira drástica o nosso momento.
- Opa, boa tarde! - já fui falando. - Eu sou o Daniel, posso ajudar?
Emerson olhou pra mim com cara de assustado e se deu conta da nova
presença chegando na república. Ele virou num pulo e deu de cara com o sujeito,
que já vinha entrando apressado pela cozinha.
- Ora, porra! O que é que tu tá fazendo aqui dentro, miserável?! - disse
o recém chegado indivíduo. - É doido, é, Emerson!? Pilantra dos inferno! Vô te
amassá!
Sem mais nem menos, o cara tentou dar um soco bruto contra o borracheiro
gaiato, mas acabou sendo desviado pela rapidez com a qual Emerson se moveu.
- Calma aí, bicho, eu posso explicar!
- Explicar porra nenhuma, homi! Como é que tu ainda pinta a ideia de
aparecer aqui, cabra?! Perdeu o medo da morte, foi? Mete o pé, peste!
O macho fechou a mão calejada na nuca do flamenguista sujo de graxa e
fez força, arrancando gemidos sinceros de dor. Abaixado e completamente
dominado por ele, Emerson não teve escolha, senão ser guiado até à porta da
sala da república.
- Me solta, Amadeu! Eu sei sair, porra! Tá me machucando, seu filho da
puta! Me solta, caralho! Afff!
- Filho de uma boa puta é o seu pai, aquele fi de rapariga! Vá tomar no
seu cu, seu desgraçado da cabeça da porra! Agora tu me vê uma gaiatagem dessa?!
Sem nem perder tempo ou se apresentar pra mim, o tal Amadeu chutou a
bunda do Emerson e quase derrubou ele no chão quente da calçada da república,
pra quem tivesse passando na rua ver aquela cena.
- E vê se não volte mais aqui, visse, peste?! Senão eu vô fincar minha
peixeira nessa tua cara, ouviu!? Corno manso do caralho!
O cearense não olhou pra trás nem pra esperar por mim, só bateu o portão
na cara do borracheiro e voltou tranquilamente pro lado de dentro da casa,
agindo como se nada tivesse acontecido e ele nem tivesse colocado um cara pra
fora na base do chute na bunda.
Assim que finalmente
parou na sala, Amadeu olhou em volta e reparou no impecável nível de limpeza do
ambiente, que eu fiz questão de deixar brilhando.
- Eta, porra, que tinha um tantão de tempo que eu não via esse casarão lustrado
desse jeito, louco! - ele passou o dedo na parede e arregalou os olhos. -
Caceta! Isso foi tu, foi?
Só então me olhou e eu inevitavelmente me peguei com as pernas trêmulas,
incapaz de não sentir medo. Amadeu era maior que eu, um pouco mais barrigudo
que o Emerson, com a pele parda e o corpo parrudo, aparentemente sem muitos
pelos. Estava vestido com uma calça jeans surrada, rasgada, rabiscada de caneta
e toda suja de cimento nas pernas, além da blusa do uniforme da construtora e o
par de botinas de segurança do trabalho, igualmente imundas.
- Fui eu sim! - falei, tentando fazer poucos movimentos pra não ser mal
interpretado por aquele macho bruto e truculento. - Eu sou o Daniel, novo
empregado aqui da república. Tudo.. bem?
Perguntar se tava tudo bem soava absolutamente sem sentido, considerando
que o macho tinha acabado de botar o borracheiro pra fora. Meu coração ainda
estava acelerado pelo susto, mas não tinha escolha senão me apresentar e fazer
sala pro Amadeu, afinal de contas, era meu primeiro dia e a primeira impressão
é justamente a que fica.
- Dia cansativo na obra, visse, Daniel? Mas tá tudo indo, tá tudo indo.
Prazer!
Da onde eu estava, vi o peão esticando o braço massudo e musculoso na
minha direção pra me cumprimentar, e automaticamente notei também as marcas do
suor na altura das axilas.
- Prazer! - respondi e apertamos a mão forte, sentindo o quão calejada
era a pele da palma daquele macho. - O senhor já almoçou? Fiz uma comida
gostosa pra deixar pra janta, experimenta lá!
- Senhor não, homi! Eu só tenho quarenta, vamo parando de caô, ein!
Hehehe!
- Foi mal, foi mal! Hahahaha! - ri pra descontrair. - É a força do
hábito, foi sem querer! Não vai mais acontecer, juro.
Aquele ali era o famoso Amadeu, totalmente diferente de como eu imaginei
mais cedo, enquanto cheirava sua única cueca que encontrei no cesto de roupas
sujas do banheiro. Quarentão do corpo parrudo, todo taludo, forte, rústico, com
a face meio quadrática e pouquíssimos pelos no queixo e na descida das
costeletas. Pouco cabelo na cabeça meio careca, ombros largos e meio definidos,
esféricos, saltados.
- Outra coisa que tu tem que saber, Daniel. - ele voltou a falar. - Não
deixa nunca esse desabestado do Emerson pisar nem na nossa calçada, tu tá
entendendo!? Essa peste desse cabra era casado com a dona da pensão da esquina
e o cara comia o cu da sobrinha ninfeta dela, tu bota fé nisso!? Ói só que
corno desgraçado da cabeça esse canalha desse Emerson!?
Ao escutar tudo isso, foi como se minha percepção sobre o borracheiro
não pudesse estar mais correta. Nenhum macho casado poderia ser tão simpático,
aberto e liberal como ele foi comigo, pelo menos não assim de cara, sem nem
conhecer a pessoa, que nem o cafajeste fez ao me pedir massagem e ficar de pau
durão.
- Minha nossa, eu não sabia de nada disso, Amadeu! Tava aqui arrumando a
casa e terminando de fazer o almoço quando ele chegou e ficou interagindo
normalmente comigo, como se fosse morador daqui, sabe? Eu jamais saberia de
nada se você não chegasse agora e me contasse tudo isso, de verdade!
- Eu imagino, homi! É a cara desse vigarista filho de uma égua aprontar
uma melesquência dessas, já não é a primeira dele! Depois que a mulher botou as
coisa dele na rua, o corno manso ainda veio pra cá se fazendo de inocente. A
gente não tava ligado nas presepada, deixamo ele ficar um mês e depois só
chegou a conta de trezentas pila do telefone, tudo porque esse filho da puta
ficou horas conversando fiado com um monte de piranha, visse?!
- MEU DEUS!
Eu sabia que era errado, mas quanto mais o Amadeu falava das coisas que
o Emerson aprontou, mais eu tinha a certeza de que voltaria a encontrar com o
borracheiro, de tão cafajeste que descobri que ele era. Isso muito me atraía,
querendo ou não, principalmente porque o pilantra fazia questão de ainda usar
aliança no dedo, como se realmente tivesse algum tipo de fidelidade e
compromisso.
- Pensou nisso, Daniel!? A coroa se matando de trabalhar na pensão e o
corno lazarento botando no cu da sobrinha dela de dezoito anos!? Na cama de
casal, ainda por cima!? - o pedreiro parrudo falava com muita raiva. - Depois
veio pra cá e ficou sem trabalhar, só coçando saco e batendo punheta no
telefone às nossas custas!! É de cair o cu da bunda, né não!? Um diacho o puto
fazer isso com os outro, tu não acha, não, piá!?
- Isso é total falta de noção! Tô sem saber o que dizer, sinceramente!
Que vigarista de uma figa esse Emerson! Que maluco mais otário!
Minha vontade era poder tirar proveito do
fato do borracheiro trintão e adúltero ser um canalha, já que agora eu tinha
plena noção de quem ele era de verdade, enquanto ele ficou só naquele joguinho
de bancar o inocente comigo pra ganhar massagem. Além disso, se não fosse o
cearense ter chegado, tenho certeza que o Emerson ia afundar a mão temperada de
pica no meu nariz, porque ficou de pau durão com o toque das minhas mãos pelo
seu corpo e o caralho acabou marcando na bermuda jeans surrada, puída e suja de
graxa.
- Porra, que cara mais suíno! Quem dá moral
pra um sujeito sem caráter feito ele?! - menti, doido pra eu mesmo ir dar muito
mais do que apenas moral pro Emerson. - Dá até vontade de dar uma surra nele
mesmo, afff!
- É bem isso, Daniel! Tem que dar uma coça
num bicho desse, sem pena! Pegar ele distraído e comer na porrada! Botar ele
daqui pra fora foi é pouco! Mas vem cá, ele entrou aqui do nada, foi?
Nesse momento, sem mais nem menos, Amadeu
ergueu os braços massudos e despiu a blusa suada do uniforme, ficando só de
calça jeans e botinas, enquanto continuou a conversar comigo e caminhou pro
banheiro. Ele andava e deixava um cheiro delicioso de suor pra trás, fazendo eu
ter dificuldade pra me concentrar no nosso papo sobre o borracheiro
oportunista.
- Sim, ele entrou aqui do nada, cara! Que sem
noção! E olha que o portão tava trancado, ou seja, com certeza arranjou alguma
chave perdida e nenhum de vocês sequer percebeu! - foi só eu falar isso e minha
mente muito automaticamente calculou a resposta do que provavelmente tinha
acontecido. - Falando nisso, hoje de manhã o Jax tava procurando pelo chaveiro
perdido dele. Será que não foi o Emerson que achou e entrou aqui? Agora tô
pensando.
- Ah, então quer dizer que tu já conheceu meu
filho Jackson, foi? - ele se admirou por eu ter chegado bem cedo. - O pivete é
sagaz que nem eu, é a minha cara todinha, num é não?! TEHEHEHEHE!
Minha mente quase deu um nó mental nesse
momento, até fiz cara de dúvida e não consegui conter a curiosidade.
- Caraca, o Jax é seu filho!? - achei muito
estranho no começo, mas logo a perceber semelhanças. - Se bem que, parando pra
pensar..
Enquanto falávamos, Amadeu andou até o
banheiro, removeu a blusa, as meias e foi deixando tudo pelo caminho, sendo que
eu o segui e fui recolhendo peça por peça, já que tinha arrumado a casa toda e
não queria nada fora do lugar.
- Nada, Jackson é meu filho nada! Tô só gastando
contigo! HEhehehee!
A julgar pelo que o molecote cafuçu tinha me
dito mais cedo, eu realmente achei que o cearense era mais calado. De repente
ele até era mesmo e só estava conversando e puxando assunto comigo por estar me
conhecendo, me vendo pela primeira vez.
- Jackson é só meu colega mermo, meus filho
de verdade tão tudo em Canoa Quebrada com a mãe. Quatro moleque já, tudo a
minha cara! Mas tem mais de ano que não volto lá pra visitar, não fico bem da
cabeça quando tô perto da mulher. Ela é muito estressada pra mim e meu cérebro
pifa, visse?
- Eita, que merda! Deve ser uma saudade
louca, né? É bem longe daqui até lá!
- Ah, saudade só do meus moleque mermo, mas
eles às veis vêm aqui me ver, então fico suave.
Paramos na porta do banheiro e, só de calça,
o puto me olhou e apontou pro lado de dentro do cômodo fechado.
- Vem cá, tu já limpou aqui, piá? Tô doido
pra banhar.
- Eu já limpei a república inteira, Amadeu. -
com as roupas dele fazendo um amontoado nas mãos, dei um sorriso meio debochado
e o quarentão entendeu meu recado. - Por isso que vim te seguindo e recolhendo
essas roupas pelo chão, que é pra deixar tudo limpo, heheheeh!
Ele começou a rir e, sem mais nem menos,
botou os dedos no zíper da calça desbotada, me deixando nervoso só de imaginar
o que ia fazer a seguir.
- Ih, diacho! Foi mal, homi! Tu já tá lavando
roupa, é?
- Já. Leva um bom tempo, então foi a primeira
coisa que eu fiz quando cheguei.
- Porra, não sabia! Foi mal mermo!
Agindo normalmente, o macho braçudo e parrudo
abriu a calça, desceu a peça de roupa até os pés descalços e ficou
completamente nu na minha frente, peladão, sem medo de me mostrar do que era
feito. Em seguida, me entregou o jeans sujo e suado do dia de trabalho e ficou
me olhando, com uma mão discretamente alisando a selva de pentelhos que possuía
abaixo do umbigo. A primeira coisa que percebi foi a tornozeleira eletrônica
piscando em seu tornozelo.
- Que isso, não tem o menor problema! A
máquina de lavar tá no modo de espera, ainda dá tempo de lavar tudo. Tá suave!
- Porra, assim que se fala! - ele desceu os
dedos e sacudiu de leve a bengala entre as pernas, me deixando sedento de
vontade de engolir de uma só vez aquele prepúcio espesso e úmido de mijo. -
Jackson demora anos pra botar nossa roupa pra bater, aquele cuzão!
Meu coração disparou, a boca secou e os olhos
tremeram de nervoso, eu sem saber pra onde olhar ou onde esconder a cara.
Minhas pernas começaram a vibrar mais uma vez e aí me lembrei da cena do Amadeu
expulsando Emerson na base da força. Pronto, foi motivo suficiente pra eu sequer
pensar em manjá-lo, porque definitivamente não queria que a mesma coisa
acontecesse comigo.
- Que foi, piá? Nunca viu macho peladão, não?
- Não, nada! - eu senti um arrepio na coluna,
de tanto medo. - É que achei engraçado o que você fez com o Emerson mais cedo,
não consigo tirar da cabeça! HahahahaHAHA!
- Ah, aquele arrombado merecia muito mais!
Behehehe! - aí virou de costas e entrou pelo banheiro, não fazendo qualquer
questão de fechar a porta. - Se ele pisar aqui de novo vai ver só a coça que
vai tomar!
Diferente de como imaginei mais cedo, o
nordestino na verdade tinha poucos pelos no corpo, só dando pra ver mesmo seus
sovacões cabeludos e a pentelhada em volta do talo da caceta, que mais parecia
um tubão de desodorante roll-on, de tão espessa. Suas coxas eram
majoritariamente lisas, porém igualmente grossas, como o resto do corpo
parrudo. O cacetão, porém, era peludo e bem grande, sendo impossível de não
olhar, mesmo molengão.
- "Tô perdido!" - minha mente
gritou.
Abaixo da penca de pica escura estavam
aquelas bolas bem esbugalhadas de touro, aparentemente com poucos pelos e muito
estufadas, cheias de uma potente bomba de esperma de macho peão de obra. A
ponta da cabeça avermelhada de fora, uma massa veiuda, grossa e do prepúcio
espesso, típica de bofe paizão de vários filhos.
- "Vai ser muito difícil viver nesse
lugar! Pelo amor!" - pensei comigo mesmo, vendo o macho troncudo se
ensaboando no banho.
Ele havia tirado a roupa na minha frente com mesma naturalidade que o
molecote Jax me flagrou cheirando suas cuecas. O mesmíssimo semblante de
normalidade com o qual o borracheiro Emerson me pediu massagem. Entre outras
palavras, Amadeu, o cearense, era o terceiro puto no mesmo dia a desafiar minha
tolerância à masculinidade, uma resistência que pouco tenho.
Com as roupas usadas do
parrudo em mãos, eu saí do banheiro e fui direto pra área onde ficava a máquina
de lavar. Por mais que já tivesse sido pego no flagra pelo Jax de manhã cedo,
não resisti ao quão frescas e cheirosas estavam aquelas peças e tratei de pôr
as meias do pedreiro no nariz, aspirando um forte odor de macho adulto, pronto,
feito, pai de quatro moleques.
- FFFff, que gostoso do caralho! Esse homem é ainda melhor do que eu
imaginei, porra! SSsSS!
O frescor do suor, a vivacidade da testosterona e a nata de todo o
esforço físico feito pelo peão estavam impressos naqueles tecidos. E como bem
supus, nenhuma cueca, porque o bicho era criado solto e sem amarras, mesmo no
uniforme da construção.
- Hmmmfff, imagina como deve ser a vara desse maluco em ponto de bala?
Imagina só ele comendo um cu, puta que pariu! Aff, mmmFF! - não parei de
murmurar.
Esfreguei meu rosto contra a parte da calça onde ficavam os pentelhos e
senti o suculento sabor que o nabo de pica daquele homem trabalhador devia ter,
minimamente salgado e deliciosamente rústico. Estava começando a me perder nas
roupas do Amadeu, até que escutei o barulho do chuveiro desligando e ele me
berrou lá do banheiro.
- Daniel, tu tirou as toalha tudo, foi, homi?
Ao limpar o cômodo, eu coloquei todas as roupas pra bater. Sem nem
pensar duas vezes, fui no armário, peguei toalhas novinhas em folha e levei pro
quarentão, que continuava com a porta do banheiro aberta.
- Foi mal, esqueci de repor! Toma aí.
- Que nada, valeu!
Diferente da primeira vez em que o vi peladão minutos atrás, agora o
caralho do cearense tava num formato pós meia bomba, provavelmente por causa da
atenção que deve ter recebido durante a limpeza no banho. Mais comprido e
visivelmente mais espesso e pesado como nunca, resultando numa caceta de
aparência bruta e visual muito atraente, de tão rústica, alongada e minhocuda.
- Vem cá, me conta o que tu fez de comida aí. Eu já almocei, mas o
cheiro tá muito bom, homi! - ele falava, se enxugava e ia balançando com aquele
músculo grosseiro de um lado pro outro, me deixando aflito. - Será que vai
sobrar pra janta?
Como sempre, não consegui desviar o olhar, lutando muito pra disfarçar
as manjadas explícitas naquele exemplar violento de picão meia bomba. Não tinha
como olhar e não ficar curioso pra saber como era em ereção completa, já que
cresceu tanto do mole pro vivo e ainda não tava totalmente duro.
- Claro que sobra, ninguém comeu ainda. Eu preparei um suflê ao molho
Marlon, que um amigo cozinheiro ensinou a fazer. Acho que ficou uma delícia!
- Porra, então guarde um pouco pra mim, visse? Se tiver bom, vou até
levar pra marmita amanhã! Muito tempo que não levo comida de casa pro trabalho.
Hhehehhe!
Falando, se movendo e a penca de pica meio endurecida mexendo junto, com
a ponta da cabeça avermelhada aparecendo por entre a pele escura do prepúcio
grosso.
- Deixa comigo, eu guardo um pouco pra você. Vai encher o bucho, pode
ter certeza.
Eu respondi e tentei sair logo daquele banheiro, porque, sendo sincero,
estava há pouco segundos de acabar cometendo uma loucura diante da nudez e da
pré ereção daquele pedreiro parrudo, mavambo e corpudo. Porém assim que virei e
me preparei pra andar, o macho me chamou de novo.
- Daniel.
- Eu? - muito contrariado, respondi de costas, sem virar pra ele e não
manjar explicitamente o tamanho exacerbado daquele caralho preto e vermelho. -
Diga.
- Tu deixou uma meia minha pra trás, ó. - ele apontou pra chão, um pouco
mais à frente de si, e me mostrou a peça jogada.
Parecia até uma peça pregada pelo destino, porque quanto mais que queria
escapar daquele banheiro, mais surgiam empecilhos e motivos pra me fazer
continuar ali, resistindo à masculinidade explícita daquele quarentão todo corpudo.
- Ah, é! Na verdade eu não vi, senão com certeza já teria pego. Valeu
por avisar!
Agradeci, tomei coragem e me abaixei bem na frente do marmanjo, ficando
com o corpo há pouquíssimos palmos do ventre bruto e pentelhudo dele. Peguei a
meia, mas acabei fraquejando, porque olhei pra frente e vi aquela minhoca
emborrachada me encarando, pronta pra me dar o bote.
- Sabe, Daniel? - ele falou. - Tô até agora aqui pensando.
- No que? Fala.
Eu respondi, mas não consegui parar de manjar aquele pirocão corpulento
me olhando. Amadeu era o famoso cacetudo, do tipo que pra segurar sua maçaneta
a gente tem que encher a mão e fracassar, porque só com as duas dá pra tentar
abraçar o bujão por completo. Pra falar daquele caralho tem que encher a boca,
porque não tem como ser menos do que isso. Qualquer outro chamamento
simplesmente não faz jus à dimensão de cacete que o bruto tinha entre as
pernas.
- Achei o gaiato do Emerson muito à vontade aqui dentro de casa mais
cedo, visse?
- Você acha? - surpreso, senti um certo nervoso assim que escutei isso.
- Por que?
- Acho não, piá, eu tenho é certeza. O cabra tava até meio galudo quando
eu cheguei, não foi impressão minha, não. Tava aprontando.
Eu gelei na base, mas nem assim consegui perder o foco do toco de
madeira parado há centímetros da minha face. Era impressionantemente torto, a
partir do meio do caralho o ângulo mudava bruscamente pra esquerda e ficava
naturalmente empenado pra cima, com a envergadura da cabeça sobressaindo. Inacreditavelmente
vermelho e preto, mais escuro do que a pele normal do cearense.
- Parecia até que ele tava fazendo putaria aqui antes de eu chegar. -
Amadeu falou.
- Putaria?
- É, putaria. Viadage mermo, Daniel!
Fiquei sem palavras, totalmente rendido e sem saber o que responder, sem
saber como reagir. A única coisa que consegui fazer foi continuar olhando
praquela jamanta de pica, até que o quarentão olhou pra mim sério e mandou a
real.
- Daniel, vô te perguntar só uma vez. Tu é bicha, é?
Escutei isso e, quase que ao mesmo tempo, o prepúcio que revestia a
tromba caralhuda recuou sozinho, deixando o cabeçote liso e lustrado dar o ar
da graça. A quentura do tronco subiu e foi imediatamente aspirada pelas minhas
narinas, muito atentas à quaisquer sinais de masculinidade explícita. O cuzinho
piscou, a boca encheu de água e eu só quis engasgar naquela chapoca ficando
cada vez maior, mais viva e inchada.
- Eu?! Bicha!? Tá falando sério, Amadeu!? - olhei pra tornozeleira no pé
dele e tive que mentir na cara dura. - Não, porra, claro que não! Eu.. vim pra
cá justamente porque a minha namorada terminou comigo, mano, o Rômulo não te
falou?!
Até usei gíria de hétero pra ver se me fazia convincente, mas ele não
parou de me olhar com aquela cara de dúvida. Enquanto falávamos, a bengala foi
ganhando corpo, massa, e o pedreiro ficou brincando de enxugar, dando ainda
mais motivos pra tora não parar quieta, tampouco ficar mole.
- Tá falando sério, piá? Mas vem cá, tu não é outro fanfarrão que nem o
um sete um do Emerson, não, né, cabra!? Por que diacho tua mina terminou
contigo?
- Não, não, claro que não! A gente terminou amigavelmente, sabe? -
inventei qualquer história. - Ela vai voltar pro país dela, aí a gente resolveu
não ser mais um casal, entendeu?
- Caralho, quer dizer então que tu namorava uma gringa, é!? Porra, show
de bola, maluco! Da onde?
- Inglaterra! - falei rápido. - Ela é inglesa, ela! Mary, o nome.
Saudades dela, hehehe!
- Saquei. Então tá certo, foi mal a pergunta! Hehehehehe!
Quando finalmente me vi livre pra sair do banheiro, meti meu pé dali e
corri direto pra sala, na intenção de tomar um bom ar e me recuperar do que
tinha acabado de fazer. Fiquei com um medo absurdo do Amadeu não tolerar viado,
por isso menti pra ele, totalmente sem noção de que poderia ser facilmente
descoberto e expulso da República dos Leões.
Com esse receio na
mente, aproveitei o horário do fim da tarde e começo da noite pra sair um pouco
de casa e espairecer, porque não ia dar certo passar muitas horas seguidas na
presença do cearense Amadeu, por mais educado e receptivo que ele tivesse se
mostrado. Meu medo foi maior, então calcei os tênis de corrida, botei uma roupa
esportista e saí pra correr em volta do quarteirão, necessitado de organizar
minha mente e pôr a cabeça no lugar. Devo dizer que foi difícil fazer isso,
pelo menos a princípio. Tão logo saí da república e cheguei na primeira
esquina, finalmente vi a tal pensão da coroa que botou o Emerson pra fora de
casa, assim como notei que o molecote Jax tava lá, de bicicleta, trabalhando de
entregador pra ela. Trocou apenas a blusa do uniforme de escola pública pela de
funcionário do restaurante, mas continuou igualmente gostoso, com aquele pacote
de rola todo desenhado no volume entre as pernas. Quando me viu, ele acenou de
longe e eu respondi educadamente, sendo positivamente notado pelo cafucinho. Na
última volta que dei antes de retornar pro casarão, vi até a própria coroa que
foi ex mulher do Emerson, a tal dona da pensão, e aí entendi o porquê dos rapazes
da república tanto defendê-la: a mulher era uma ruiva inteirona, mulherão com
pose de inteligente e muito dona de si, independente, além de estar solteira.
Fiquei mais ou menos
uma hora dando voltas no quarteirão, comecei a suar, ofegar e só enquanto
corria tive a sensação de conseguir me livrar um pouco daqueles pensamentos tão
sexuais em relação aos machos da casa. Quando voltei pra república, mal passei
pelo portão e já estava com a mente pegando fogo novamente, atordoada por uma
única dúvida: como será que aqueles caras faziam quando queriam dar umazinha? Em
menos de um dia de trabalho e convivência naquele ambiente, eu já me sentia
deliciosamente cercado na jaula dos leões, tudo isso apenas por estar na
presença de machos como o Jax, o Emerson e o Amadeu. Nem havia conhecido o
Rômulo ainda, mas só de ver os outros, eu já tinha certeza de que ele era igual
ou até mais gostoso.
- "Será que eles trazem mulher aqui pra república?" - pensei.
- "Se trazem, de quanto em quanto tempo será que fazem isso?"
Estava pensando todas essas coisas no momento exato em que parei na
porta da sala fechada e notei que a rede do Amadeu estava desarmada, como se
ele não tivesse nem passado por ali. Em seguida, escutei um barulho peculiar e
foi aí que a primeira resposta pra minha pergunta surgiu.
- "Aahnnn, SSS! AAAihnnfFF!" - escutei gemidos vindos do lado
de dentro.
Meio perdido, não quis entrar e interromper quem estivesse fazendo
putaria ali. Dei a volta pelo lado de fora, parei na janela e tentei espiar, na
intenção de ver quem eram as pessoas que estavam transando àquela hora da noite
em plena sala do casarão.
- FFFF, ggghhhsSSS! - ouvi o gemido de um putão mandando ver.
Quando me dei conta do
que estava acontecendo, ...............
____________
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